Aos Professores com carinho...
Silvana Andrade
Silvana Andrade. |
Desde muito nova, Silvana Andrade havia se encantado com o ballet clássico. Seus pais a levavam para assistir os espetáculos de dança, e com apenas 3 anos de idade começou seus primeiros passos no Ballet Dalal Achcar com a Mestra Maria Luisa Noronha ( atual diretora da EEDMO).
Formou-se com 17 anos pela mesma escola e logo partiu para faculdade de dança na faculdade da cidade, onde também se formou.
"Eu parei de dançar muito cedo porque eu já sabia que queria ser professora antes mesmo de me formar, pois, na escola, eu já gostava de ensinar minhas colegas, e na infância brincava com as bonecas de aula de ballet. Além disso, queria muito coreografar."
Com 20 anos de idade recebeu o convite de Dna. Dalal para começar a dar aula na escola em que havia se formado. Na época a escola precisava de uma professora com perfil alegre, motivador, disposta e, Silvana foi a escolha ideal.
Depois de formada pela faculdade, recebeu convite na década de 90 para, também, dar aula na EEDMO e lá ficou por 9 anos seguidos.
Hoje, Silvana ministra aulas de ballet clássico para as alunas de primeiro e segundo médio na EEDMO, e por isso o Tour En L`Air preparou uma entrevista com nossa professora para que todos possam conhece-la melhor e aprender um pouco mais com essa grande profissional da dança.
Dalal Achcar e Silvana Andrade. |
Maria Luíza Noronha, Silvana Andrade e Rosinha Pulitini. |
Tour: Quais os principais mestres responsáveis por sua formação na dança?
Silvana: Sem dúvida, Maria Luisa Noronha, Desmond Doyle, Denis Gray,Miriam Guimarães e mais tarde Dna. Eugenia Feodorova.
Tour: Nós que acompanhamos seu perfil nas redes sociais sabemos que você possui ligação estreita com o Marcelo Gomes e com o American Ballet Theatre (ABT), como surgiu essa parceria?
Silvana: Estou nesta parceria à 15 anos. Começou, porém, quando eu levei o Marcelo Gomes pra fazer aula no Ballet Dalal Achcar. Ele é filho de uma amiga minha da faculdade de jornalismo, porque também sou formada em jornalismo, e eu notei nele grandes possibilidades: musicalidade, porte físico, facilidade em dominar a técnica... Eu então, resolvi investir nele e ajudá-lo. Marcelo cresceu e com 13 anos foi estudar na Flórida em Boca Raton e, eu o apoiei durante toda a sua formação. Mais tarde, ele entrou para o último ano da escola da Ópera de Paris e foi quando resolveu fazer uma audição, que iria acontecer aqui no Brasil, para ingressar no ABT. Passou na audição, mas só entrou pra cia depois de se formar na Ópera de Paris.
Quando começou a fazer primeiro papel ( ainda como corpo de baile), ele me chamou para assisti-lo. Fui e não parei mais de ir, hoje tenho minha cadeira cativa, crachá do ABT, entro e saio quando quero, assisto as aulas, aos ensaios dele e de outros bailarinos e quando ele me solicita eu estou lá também para ensaiá-lo. Sou membroship do ABT, sou a professora que acompanha seu aluno até hoje. Fico uma semana ou mais perto dele, auxilio no que ele precisa e aproveito pra me reciclar e aprender cada vez mais... Isso enriquece meu trabalho.
Tour: Fale-nos um pouco mais sobre sua formação como jornalista.
Silvana: Sou formada pela faculdade Helio Alonso e tenho o hábito de escrever. Não me aventurei muito nesta área não, mas guardo o desejo de um dia explorar essa minha outra formação. Tenho vontade de escrever um livro de ballet, trabalhar como crítica de dança. Não é um sonho abandonado ainda não, estou apenas adiando e aproveitando minha carreira como professora e coreógrafa.
Tour: como você se sente voltando a escola?
Silvana: Sinto- me muito feliz! Gosto muito de estar aqui neste ambiente, num lugar onde as meninas querem aprender, tem vontade de se melhorarem de se tornarem boas bailarinas. Trabalhar com meninas interessadas é muito gratificante.
Silvana Andrade dando aulas para a EEDMO (Escola Estadual de Dança Maria Olenewa). |
Silvana: Ballet está se abrindo e se permitindo cada vez mais. O neoclássico está ganhando espaço e a técnica tem ficado cada vez mais forte e refinada. O ballet de repertório nunca vai morrer, mas hoje há espaço para novo e isso é ótimo.
Tour: Acompanhando o ballet do EUA tão de perto e estando atualizada com o resto do mundo, como você compara o ballet brasileiro com o que se faz fora do nosso país?
Silvana: O ballet no Brasil é muito precário, infelizmente não há incentivo, não há dinheiro, não há produção... Se tivéssemos um terço de incentivo do que o futebol ganha aqui no Brasil, tudo seria melhor. Lá fora o ballet é tão importante quanto qualquer arte. O esporte e a arte possuem o mesmo valor e ganham bons incentivos, patrocínio e isso faz com que eles se desenvolvam melhor. Infelizmente o Brasil ainda é o país só do futebol.
Tour: Qual conselho você poderia dar para quem está começando os primeiros passos na carreira de bailarino?
Silvana: Aula em tempo integral. Trabalhar arduamente de domingo a domingo. Veja o Marcelo, as vezes ele termina o sábado e diz que o ensaio não foi bom e me pergunta se posso dar aula no domingo e ensaiá-lo... Ele não é o único, isso é normal dentro das grandes cias de dança. Não tem feriado, não tem final de semana para quem quer chegar lá, precisa trabalhar intensamente e não se contentar com o bom, precisa ser ótimo.
Excelente matéria!
ResponderExcluirExcelente matéria!
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