quinta-feira, 27 de julho de 2017

Marcia Faggioni e "Les Sylphides"


Após duas excelentes apresentações de comemoração do aniversário da EEDMO seguida do aniversário do Theatro Municipal em que a Escola teve prazer de participar, o Tour teve uma pequena conversa com Marcia Faggioni, ex-solista do Corpo de Baile do Theatro Municipal, professora dos anos técnicos da Escola e remontadora de Les Sylphides. Segue a entrevista.


   TOUR: Como ex-aluna da Escola após ter feito carreira dentro do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, qual a sensação de retornar como professora? E quais foram seus principais e mais marcantes mestres, que talvez sejam sua inspiração?

Marcia Faggioni: Foi uma satisfação muito grande voltar à Escola como professora. Sempre quis passar para os jovens alunos o que aprendi ao longo desses quarenta anos no Corpo de Baile. Este é o ciclo do bailarino: aprender, ter experiência, continuar aprendendo e repassar seus ensinamentos, para a completa realização profissional.
Tive ótimos professores na Escola, entre eles, Eric Waldo, Eliana Caminada, Cecilia Wainstok e Lurdes Bastos. Tatiana Leskova e Eugenia Feodorova marcaram muito a minha carreira, pois além de aprender, trabalhar e conviver com elas, as duas acompanharam minha carreira de perto dando conselhos e estímulos e, até hoje, me lembro de frases ditas por elas que uso durante as aulas.



Marcia em Aurora de Coppelia
 
TOUR: Como foi a experiência de solista da Companhia durante anos, depois virar ensaiadora e assistente de Tatiana Leskova nas montagens de Les Sylphides para o Corpo de baile?

R: Os dois trabalhos, tanto como solista quanto como assistente, precisam de muita dedicação. O solista precisa manter técnica, físico, comportamento e incentivo próprios e o ensaiador tem que estar atento a tudo isso em todos os alunos.
Ser assistente de D. Tania em Les Sylphides foi um presente. Ela tem muita vitalidade e isso contagia todos que estão por perto. É bem-humorada, detalhista, perfeccionista e não deixa nenhum detalhe passar em branco sem corrigir.
Marcia como Valsa em Les Sylphides

TOUR: Após remontar a suíte do ballet “Coppélia” para a apresentação de final de ano e novamente no aniversário de 90 anos da Escola, agora remontando Les Sylphides, como essa experiência pode ser explicada e descrita? Quais os desafios e principais funções de um remontador?

R: Coppélia foi uma remontagem conjunta com outros professores da Escola, bem dinâmica e mais rápida que Les Sylphides. É um ballet que já dancei praticamente todos os papéis e eles estão muito vivos na minha memória, principalmente, as variações de Aurora e Prece, que foram lindamente dançadas pelas alunas.
Les Sylphides foi uma remontagem mais detalhada com um estilo diferente do que os alunos estavam acostumados, mas eles se saíram muito bem. O ensaiador que remonta o ballet, além de conhecer a fundo a coreografia e ser fiel ao seu estilo, precisa saber tirar de um solista ou um principal o que às vezes nem o próprio bailarino acha que pode fazer.

Novamente Aurora de Coppelia

TOUR: Como foi a transição do TMRJ para a Escola? E quais suas expectativas como professora da Escola?
R: Fui muito bem recebida por todos. Primeiro por Maria Luisa Noronha, que conheço desde os tempos da ABRJ, e depois por Helio Bejani, colega do Corpo de baile.
Os alunos têm um grande desejo de aprender, absorvem cada explicação com muita atenção e disciplina e esse já é um grande passo para alcançarem seus objetivos, que são trabalhar para conseguir uma carreira dentro ou fora do Brasil.
Marcia como Mazurka de Les Sylphides

O Tour, com orgulho, parabeniza todos os alunos e professores pelas apresentações cheias de amor e arte.



Tabata Salles – 2º técnico



quinta-feira, 13 de julho de 2017

108 ANOS DO THEATRO MUNCIPAL DO RIO DE JANEIRO


Em comemoração aos 108 anos do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, no dia 14 de julho, sexta-feira, teremos belos espetáculos com ENTRADA FRANCA, dando oportunidade a todos de assistirem.
 A Escola Estadual de Dança Maria Olenewa se apresentará integrando a programação desse dia com belos números nos quais seus alunos e professores têm se empenhado o máximo para garantir um ótimo espetáculo a todos. Fique atento, às 12h a EEDMO subirá ao palco para apresentar três ballets, “Alegria Russa” (ensaiado por Silvana Andrade), “Mozart” (ensaiado por Amanda Peçanha e Victor Ciattei) e “Les Sylphides” (ensaiado por Marcia Faggioni, Teresa Augusta e Paulo Rodrigues).




Segue a programação completa:
9h30 - Banda dos Fuzileiros Navais tocando nas escadarias do Theatro.
10h15 - “Um espetáculo de operetas”, com a Academia de Ópera Bidu Sayão.
12h - EEDMO e mais dois solistas do TMRJ apresentando um pas de deux de Don Quixote.
Nos horários de 13:30, 14:00, 14:30 e 15:00 terão Visitas Guiadas também com entrada franca.
15h30 - Deborah Ribeiro, primeira solista do TMRJ, encenará no foyer do teatro, “A morte do cisne” e 17h30 apresentará novamente no Salão Assyrio.
16h00 - "OS PEQUENOS MOZART E AMADEUS"
16h30 - Marcio Gomes interpreta algumas canções populares da época do rádio, tangos e boleros.
E para fechar o dia de apresentações, às 20h a Orquestra Sinfônica, o Coro e o Ballet do Theatro apresentarão a cantata “Carmina Burana”. Com coreografia assinada por Rodrigo Negri, primeiro solista do TMRJ.
Contamos com a sua presença!

Gabrielle Santana e Isabela Luz (2º técnico)

terça-feira, 11 de julho de 2017

Escola Estadual de Dança Maria Olenewa - 90 Anos

90 Anos da Escola Estadual de Dança Maria Olenewa


No dia 2 de julho foram comemorados os 90 anos da Escola Estadual de Dança Maria Olenewa, fundada em 11 de abril de 1927. A “festa” que encheu a casa, contou também com convidados especialíssimos e um programa repleto de significado na trajetória da Escola e do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
Assim que se abriram as cortinas, o diretor da Escola, Hélio Bejani, agradeceu a presença de todos e convidou ao palco figuras que construíram sua trajetória a partir da Escola de Dança Maria Olenewa, e que são peça essencial para o seu reconhecimento atual e ao longo do tempo. Ex-alunas; hoje professoras da Escola, integrantes do CBTMRJ e profissionais respeitadas se misturaram no palco com alunas da Escola, recebendo as devidas homenagens. Esse primeiro momento foi selado com o discurso de Eleonora Oliosi, formada pela Escola, tendo sido primeira bailarina do Corpo de Baile e a primeira brasileira a participar e receber premiação em um Concurso Internacional de Dança (Realizado em Varna-Bulgária). Em sua fala, destacou a relevância da instituição na sua formação como profissional.
Nosso 1° Ato prosseguiu com a apresentação de “Alegria Russa”, com coreografia de Silvana Andrade; e “Estudos de Dança”, coreografia de Dalal Achar composta especialmente para a Escola em 2012. As obras foram representadas por alunos dos níveis básicos até o primeiro técnico.
O 2° Ato teve um teor especial. Os últimos anos da Escola dançaram o ballet Les Sylphides, de Fokine, ensaiado por Teresa Augusta (ex-primeira BTMRJ), Márcia Fagionne (ex-solista do BTMRJ) e Paulo Rodrigues (ex-primeiro bailarino do BTMRJ). Ambos os ensaiadores e atuais professores da Escola já se apresentaram com esse ballet e estiveram bem próximos da última montagem feita pelo BTMRJ em 2015, realizada por Tatiana Leskova – Márcia, inclusive tendo sido assistente direta da mesma. A montagem da Escola ainda contou com a participação da primeira-bailarina Márcia Jaqueline e o solista Murilo Gabriel nos primeiros papéis (Pax de Deux). Em sua provável última apresentação no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, partindo para o ballet de Salzburg na Áustria, Márcia Jaqueline que além primeira-bailarina é ex-aluna da EEDMO, deixou um depoimento em sua rede social:
“Estive em cena mais uma vez com minha escola do coração, foi emocionante para mim! (...). Vou levar para sempre o que a escola me ensinou de mais importante...Disciplina e respeito aos nossos mestres! Já estou com saudades”
Não foi a primeira vez que este ballet foi representado por alunas da Escola, mas como já dito, a relação existente é muito estreita, o que tornou a comemoração ainda mais emocionante e simbólica.  Na realidade, Les Sylphides tem um espaço muito importante dentro da história da Instituição: o ballet foi o primeiro a ser encenado pela antiga Escola de Bailados, em 19 de novembro de 1927 e fez parte também da primeira temporada de bailados (1937) da companhia profissional, oficializada em 1936. As duas montagens foram dirigidas pela própria Maria Olenewa. Mais atualmente outras montagens foram feitas para a Escola: Cleria Serrano (1960), Consuelo Rios (1978/79), Maria Luisa Noronha (1996) e Maria Vakrusheva (2011)
Como não é novidade, o período que atravessa o Theatro Municipal do Rio de Janeiro e o Estado como um todo não é dos mais fáceis. As dificuldades são constantes, mas, mesmo assim, optou-se por oferecer a festa que a aniversariante merecia. Segundo Hélio Bejani, “barreiras estão sendo transpostas única e exclusivamente devido ao trabalho de uma equipe completamente dedicada e comprometida. ” A mobilização dos alunos, ex-alunos, docentes e todos os envolvidos tem sido extrema para tentar manter vivo o legado deixado por Maria Olenewa e o espetáculo do dia 2 é claramente resultado desse empenho.

O ballet que inaugurou um sonho em 1927 e depois em 1937, reinaugura agora uma nova fase que anseia por tempos melhores, sem perder a vontade de seguir adiante e a crença no poder transformador da arte. A Nonagenária ainda está cheia de vitalidade e ansiosa por mais aniversários...

Maria Luiza Patury ( 2° Tecnico )

domingo, 2 de julho de 2017

Les Sylphides através das gerações

Em diversos espetáculos já apresentados no palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, podemos dar um grande destaque a todas as sylphides e poeta representados nele. A obra romântica Les Sylphides desenvolvida por Michel Fokine, primeiramente para os ballets russes, com música de Frédéric Chopin, tem uma grande importância para o ballet clássico e um valor inestimável para nossa casa.

Diante de várias tentativas de formar no Brasil uma escola de bailados, a bailarina Maria Olenewa, possuidora de muita determinação e persistência, lutou com garra e fundou em 11 de abril de 1927 a escola que hoje leva seu nome. A partir do produto desta escola, localizada na sala n° 70 do TMRJ, Olenewa apresentou no dia 19 de novembro do mesmo ano o 1° Grande Festival da Escola de Bailados. Agora, 90 anos depois, a EEDMO dançará a mesma composição realizada em sua primeira presença com o palco. 



                                       Programa de 19 de novembro de 1927                                                  

No ano de 1936 o Corpo de Baile do Theatro Municpal foi oficializado, sendo ele composto pelos bailarinos formados pela Escola. Então, em 1937 a Escola de Dança e Corpo de Baile realizaram a primeira temporada de bailados do Theatro Municipal sob direção de Maria Olenewa dançando também o ballet Les Sylphides. Sendo assim também o primeiro espetáculo de uma companhia profissional e nacional, já que antes, as temporadas líricas profissionais eram de estrangeiros. 


A Escola dançou esta obra com remontagens de Cleria Serrano (1960), Consuelo Rios (1978/1979), Maria Luisa Noronha (1996) e Maria Vakrusheva (2011).

No Corpo de Baile a remontadora de maior destaque é Tatiana Leskova (1979/1988/1989/1995/2004/2015), que na montagem de 2015 teve como assistente a professora da Escola Marcia Faggioni, que junto aos professores Paulo Rodrigues e Teresa Augusta, sob a direção de Hélio Bejani, prepararam as sylphides da Escola de 2017. Todos esses docentes já dançaram pelo Theatro Municipal o mesmo ballet.

Hoje, 2 de julho, mais uma vez pretendemos perpetuar esta belíssima história trazendo essa obra romântica para nosso palco. Esperamos você, nosso público, para nos prestigiar e comemorar conosco mais um ano da eterna Escola de Bailados do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.



Ensaio Geral


Diovana Piredda (2° Técnico)