Após duas excelentes
apresentações de comemoração do aniversário da EEDMO seguida do aniversário do Theatro Municipal em que a Escola teve prazer de participar, o Tour teve uma pequena conversa com Marcia Faggioni, ex-solista
do Corpo de Baile do Theatro Municipal, professora dos anos técnicos da Escola
e remontadora de Les Sylphides. Segue a entrevista.
TOUR: Como
ex-aluna da Escola após ter feito carreira dentro do Theatro Municipal do Rio
de Janeiro, qual a sensação de retornar como professora? E quais foram seus principais e mais marcantes mestres, que talvez sejam sua inspiração?
Marcia
Faggioni: Foi uma satisfação muito grande voltar à Escola como professora.
Sempre quis passar para os jovens alunos o que aprendi ao longo desses quarenta
anos no Corpo de Baile. Este é o ciclo do bailarino: aprender, ter experiência,
continuar aprendendo e repassar seus ensinamentos, para a completa realização
profissional.
Tive ótimos
professores na Escola, entre eles, Eric Waldo, Eliana Caminada, Cecilia
Wainstok e Lurdes Bastos. Tatiana Leskova e Eugenia Feodorova marcaram muito a
minha carreira, pois além de aprender, trabalhar e conviver com elas, as duas
acompanharam minha carreira de perto dando conselhos e estímulos e, até hoje,
me lembro de frases ditas por elas que uso durante as aulas.
TOUR: Como foi a
experiência de solista da Companhia durante anos, depois virar ensaiadora e
assistente de Tatiana Leskova nas montagens de Les Sylphides para o Corpo de
baile?
R:
Os dois trabalhos, tanto como solista quanto como assistente, precisam de muita
dedicação. O solista precisa manter técnica, físico, comportamento e incentivo
próprios e o ensaiador tem que estar atento a tudo isso em todos os alunos.
Ser
assistente de D. Tania em Les Sylphides foi um presente. Ela tem muita
vitalidade e isso contagia todos que estão por perto. É bem-humorada,
detalhista, perfeccionista e não deixa nenhum detalhe passar em branco sem
corrigir.
TOUR: Após
remontar a suíte do ballet “Coppélia” para a apresentação de final de ano e
novamente no aniversário de 90 anos da Escola, agora remontando Les Sylphides,
como essa experiência pode ser explicada e descrita? Quais os desafios e
principais funções de um remontador?
R: Coppélia
foi uma remontagem conjunta com outros professores da Escola, bem dinâmica e
mais rápida que Les Sylphides. É um ballet que já dancei praticamente todos os
papéis e eles estão muito vivos na minha memória, principalmente, as variações
de Aurora e Prece, que foram lindamente dançadas pelas alunas.
Les
Sylphides foi uma remontagem mais detalhada com um estilo diferente do que os
alunos estavam acostumados, mas eles se saíram muito bem. O ensaiador que
remonta o ballet, além de conhecer a fundo a coreografia e ser fiel ao seu
estilo, precisa saber tirar de um solista ou um principal o que às vezes nem o
próprio bailarino acha que pode fazer.
TOUR: Como
foi a transição do TMRJ para a Escola? E quais suas expectativas como
professora da Escola?
R: Fui muito
bem recebida por todos. Primeiro por Maria Luisa Noronha, que conheço desde os tempos
da ABRJ, e depois por Helio Bejani, colega do Corpo de baile.
Os alunos têm
um grande desejo de aprender, absorvem cada explicação com muita atenção e
disciplina e esse já é um grande passo para alcançarem seus objetivos, que são
trabalhar para conseguir uma carreira dentro ou fora do Brasil.
O Tour, com
orgulho, parabeniza todos os alunos e professores pelas apresentações cheias de
amor e arte.
Tabata Salles
– 2º técnico