O encontro do clássico com a Sapucaí!!
No livro de Luis Ellmerich, o autor comenta que o samba
atual nasceu no Rio de Janeiro, baseado no samba rural e com influência de
outras danças nacionais e estrangeiras. A sua característica é o andamento vivo
do ritmo sincopado. O primeiro samba a adquirir originalidade foi o denominado
"pelo telefone" de autoria de Donga (Ernesto dos Santos) no ano de
1917.
O samba vivo tem uma só parte que é repetida pelo coro,
principalmente, pelas "Escolas de Samba", onde domina juntamente com
a marchinha, o Carnaval carioca.
A primeira Escola de Samba - deixa falar- foi fundada em
1928 no Estácio de Sá. Os componentes usavam as cores vermelha e branca por
causa do América Futebol Club. Saíram pela primeira vez no Carnaval de 1929,
tomando parte o popular cantor Francisco Alves.
Paralelamente ao Carnaval carioca e à exatos 3,6 Km do
Sambódramo, a Escola Estadual de Dança Maria Olenewa conta com professores de
alto nível técnico que se dedicam a levar o corpo clássico a esse espaço de
grande folia. Entre esses mestres do carnaval encontramos: Claudia Mota (
Primeira bailarina do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e ex-aluna e formada
pela Escola Estadual de Dança Maria Olenewa) , Priscila Mota ( Primeira solista
do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e ex-aluna e formada pela Escola
Estadual de Dança Maria Olenewa), Jorge Texeira ( Professor da Escola Estadual
de Dança Maria Olenewa) , Hélio Bejani ( Ex-bailarino do Ballet do Theatro
Municipal, Ex-diretor do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e diretor da
Escola Estadual de Dança Maria Olenewa), Filipe Moreira ( Primeiro bailarino do
Theatro Municipal do Rio de Janeiro), Élida Brum ( Segunda solista do Theatro
Municipal do Rio de Janeiro e ex-aluna e formada pela Escola Estadual de Dança
Maria Olenewa), Edifranc Alves ( Primeiro solista do Theatro Municipal do Rio
de Janeiro), Rodrigo Negri ( Primeiro solista do Theatro Municipal do Rio de
Janeiro e ex-aluno da Escola Estadual de Dança Maria Olenewa) e alguns alunos
da Maria Olenewa.
Coletamos três depoimentos sobre a importância do ballet nos
desfiles das Escolas de samba e as oportunidades que este espetáculo pode
oferecer para os artistas- bailarinos. O primeiro foi do professor de Ballet e
técnica masculina Jorge Texeira, o outro foi da professora da Eedmo e Solista
do Corpo de baile do Theatro Municipal, Deborah Ribeiro e por último, mas não
menos importante, o do atual diretor da Escola Estadual de Dança Maria Olenewa,
Hélio Bejani.
Jorge foi convidado há 15 anos atrás para participar do
Carnaval carioca. Primeiramente, ele foi assistente, durante 1 ano, de Marcelo
Misailidis e no ano seguinte pegou comissão de frente. O professor comentou:
" O Carnaval, cada vez mais, têm se profissionalizado. Com isso, principalmente,
na área da comissão de frente, é preciso um trabalho mais profissional, onde as
pessoas tenham domínio do próprio corpo e uma boa movimentação. Dessa forma,
cada dia mais, está sendo requisitado bailarinos clássicos, pois eles possuem
técnica, disciplina e o lado profissional que o Carnaval ( comissão de frente,
mestre salas, porta bandeiras e alas coreografadas ) têm solicitado".
Jorge ainda afirmou que é preciso sempre trazer efeitos, que combinados com a
dança, contam o enredo. Junto a isso, disse que é necessário estar,
constantemente, se superando e mantendo a criatividade nas alturas.
Professor da
EEDMO
Carnavalesco
2019
"O carnaval é uma expressão artística e portanto, é
mais que natural que o ballet clássico esteja, cada vez mais, presente e
atuante nesta paixão nacional. Nesse sentido, a União entre os bailarinos
clássicos e principalmente, os grandes desfiles das escolas de samba é uma
fórmula que só poderia resultar em sucesso !!! As movimentações cuidadosas, a
musicalidade, a disciplina do bailarino, a resistência física, a capacidade de
executar longos percursos em plena sintonia (característica de um corpo de baile
clássico ) e a qualidade artística dos
bailarinos, só vem à agregar valor as
refinadas comissões de frentes, alas e carros coreografados. Cada vez
mais, as escolas de samba vêm se utilizando destes profissionais-artistas (bailarinos, ensaiadores e coreógrafos de
ballet clássico ). Inclusive, de alguns anos para cá, os lindíssimos movimentos
das porta bandeiras e mestre salas,
estão sendo acrescidos da delicadeza e versatilidade do ballet clássico.
Uma linda união entre as incríveis inovações das Escolas de samba e o tradicionalismo do ballet clássico, só
poderia dar SAMBA !!!"
Deborah
Ribeiro
Primeira
Solista do Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
Professora
da EEDMO.
Nosso diretor foi convidado há 16 anos atrás por Carlinhos
de Jesus para participar do Carnaval carioca. No início trabalhou na Mangueira
com um casal de mestre sala e porta bandeira e dois anos depois assumiu a
escola do Salgueiro, onde trabalhou por 11 anos. No carnaval de 2019 assume a
escola Grande Rio.
"Os profissionais clássicos dão uma condição artística
e técnica melhor para o espetáculo. Esses bailarinos que têm o ballet como
referência e como base são mais bem preparados para executar as exigências
coreográficas de hoje em dia. Além disso, a junção do clássico com o carnaval é
de extrema importância pois permite um diálogo entre o erudito e o popular.
Nesse sentido, o ballet também é beneficiado porque populariza e divulga essa
arte clássica dentro da cultura mais vista no Brasil e no mundo que é o
carnaval." Hélio também afirmou que o que lhe inspira para a sua criação
coreográfica é o enredo e as inovações temáticas de cada ano, disse que suas
motivações coreográficas vêm da possibilidade de estar sempre fazendo um
espetáculo diferente a cada carnaval na Sapucaí.
Hélio Bejani.
Diretor da Escola Estadual de Dança Maria Olenewa.
Este grande espetáculo a céu aberto tem muito a oferecer e
com isso, levar o clássico ao encontro da Sapucaí.
Luana Macedo - 3° Técnico
Williams de Morais - 3° Técnico
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