Professora da disciplina de ballet clássico, D.Consuelo – como era chamada por seus alunos - era formada em Educação Física lecionando no colégio Pedro II, mas, era na dança que encontrava sua verdadeira vocação.
Como bailarina teve seus estudos aprimorados pelo professor russo Igor Schwezov, fazendo parte como bailarina do Ballet da Juventude (1946-1953).
Logo cedo demonstrou seus dotes como professora, firmando-se como uma das melhores em nosso país. Chegou à EEDMO ainda na gestão da diretora Sra. Madaleine Rosay em 1960, permanecendo até 2008, quando, já aposentada colaborava com suas aulas na formação de uma nova geração de bailarinos.
Difícil dizer quem não passou por suas mãos, em tanto tempo de trabalho. Famosos e anônimos encontraram em seus ensinamentos, a possibilidade de alcançarem seus objetivos, fossem eles, o ingresso na fila de um corpo de baile, ou no aplauso da ribalta como primeiros bailarinos.
Também como coreografa e remontadora pode alargar suas possibilidades artísticas, produzindo e criando para a EEDMO diversos ballets. Suas obras passeavam pelas musicas de diversos compositores, mas na técnica clássica do coreografo George Balanchine encontrou sua grande inspiração, quase um sacerdócio ao divulgar o estilo do importante coreógrafo russo fundador do New York City Ballet. Estudiosa viajou várias vezes aos EE.UU. para aprimorar seus conhecimentos e agrega-los a suas aulas que se tornavam cada vez mais competitivas na exigência de uma técnica limpa e precisa.
Assim, D. Consuelo soube erguer sua imagem. Elegante em seu porte, língua ferina quando necessário, mas, honesta em seus princípios, na formação daqueles que amavam a dança e procuravam seus objetivos com tenacidade, como ela. Em um Brasil onde a formação artística na dança veio principalmente das figuras estrangeiras que adotaram nosso país, D. Consuelo emerge como uma das primeiras professoras brasileiras a se destacar, nessa constelação.
O ballet brasileiro agradece sua existência.
À D. Consuelo nosso carinho, respeito e saudade.
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