Conversando com: Claudia Mota
O “Conversando com...” é sempre uma ótima experiência para
nós da EEDMO, pois as palestras com grandes nomes da dança são sempre um grande
incentivo para que continuemos nos dedicando para que um dia possamos chegar a
um lugar tão sonhado na dança. Na última quinta-feira tivemos a honra de ter a
ilustre presença da primeira bailarina do Theatro Municipal, Claudia Mota.
Na apresentação da palestra o
professor Hélio Bejani nos mostrou como seria importante este encontro. Ele nos
falou um pouco sobre a dedicação e persistência de Cláudia Mota, destacou a brilhante carreira trilhada por ela, algo que
nos motiva enormemente.
Durante a conversa Claudia nos contou que em sua primeira apresentação
de ballet aos 4 anos de idade, ela se dispersou do grupo, foi para a frente do
palco e começou a improvisar. Seria esta uma previsão do que já a esperava
futuramente? Começou ballet aos 4 anos, aos 8 fez a audição para a Escola de
Dança e aos 14 ingressou no corpo de baile, onde foi se destacando, ganhando
espaço e então começou a receber os primeiros
papéis. Anos depois, em 2008, recebeu o título de primeira bailarina, mas se
engana quem pensa que ela já estava acostumada. Nos revelou que em sua estreia
com o titulo de primeira bailarina estava mais nervosa do que antes, pois a
responsabilidade era outra.
Quando perguntada sobre os ballets mais desafiadores Claudia
citou os ballets Onegin e Giselle. Sobre Onegin ela exaltou o quão difícil é a
troca de roupa entre o último pas de deux e a cena seguinte. Em relação ao
ballet Giselle ela disse: “No segundo ato de Giselle parece que está entrando
realmente só sua alma”.
Quando recebe algum papel se prepara física e mentalmente, se
entrega de corpo e alma e o estuda profundamente, assistindo vídeos de diversas
bailarinas, não para copiar e sim para se identificar como ela mesma disse.
Tanto empenho é transformado em luz quando Claudia sobe ao palco e nos encanta,
justamente pelo fato dela dizer que está sempre buscando a cada apresentação e
a cada temporada se renovar e reinventar, mesmo que já tenha feito aquele papel
anteriormente ela sempre irá procurar fazer algo novo e é isso que faz com que
todos se encantem com sua dança.
Beth Oliosi, Hélio Bejani, Claudia Mota e Paulo Melgaço
Qualquer profissão só será bem executada se houver paixão no
que se está fazendo e Cláudia nos mostra isso quando diz “Sou abençoada por
receber meu salário para fazer o que amo”. Todo esse amor à dança fez dela um dos
maiores talentos do Brasil. Apesar de ser reconhecida internacionalmente, Claudia
diz que a escolha de continuar em seu país de origem além do fato de ser muito
apegada a sua família é o fato de acreditar no ballet brasileiro.
Claudia Mota e as formandas de 2015 da
EEDMO
Grande sorte a nossa ter Claudia Mota engrandecendo o ballet
em nosso país e nos proporcionando sua arte da melhor forma possível.
Saimos deste encontro com a
certeza de que este conversando foi uma grande oportunidade de
aprendizado. Claudia é
uma bailarina que nos ensina em cima dos palcos e fora deles. Pudemos compreender um pouco melhor seu
trajeto até chegar a um cargo tão almejado e toda sua rotina exaustante, porém
tão gratificante.
“Aquele que quer aprender a voar um dia precisa primeiro
aprender a ficar de pé, caminhar, correr, escalar e dançar; ninguém consegue
voar só aprendendo voo”. (Friedrich Nietzsche)
Jessica Ramos
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