domingo, 29 de maio de 2016

A carreira de uma das figuras mais importantes da dança brasileira: Paulo Rodrigues


Paulo Rodrigues, Primeiro Bailarino do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.



Nascido em São Caetano do Sul / SP no dia 18 de julho de 1957, Paulo Rodrigues, Paulão, como é conhecido entre os colegas e alunos é  responsável por ministrar as aulas de Pas de Deux e de técnica masculina na Escola. Tem enorme experiência no mundo da dança, que surgiu em sua vida ocasionalmente. Trabalhou com importantes nomes no ballet, tais como Tatiana Leskova, Eugenia Feodorova, Ivan Nagy e foi partner de estrelas como Ana Botafogo e Cecília Kerche.

Paulão dando aula para turma de rapazes

Repletas de passos belos e elaborados e de uma energia contagiante, suas aulas são incríveis e não há quem não se divirta e aprenda ao máximo durante as aulas.

Paulão e Amanda Marinho (formanda 2016) em aula de Pas de deux

FORMAÇÃO: Licenciatura plena em educação física pela Faculdade Vila Rosália (Guarulhos / SP) Pós Graduação em Administração e Supervisão Escolar pela Universidade Cândido Mendes.
ATUAÇÃO PROFISSIONAL: Solista do Balé da Cidade de São Paulo (1978-1981). Solista do Ballet Nacional do Chile (1981-1982). Primeiro Bailarino do Theatro Municipal do Rio de Janeiro (desde 1988), atuando, nos principais papeis de todo o repertório clássico e em diferentes versões de importantes coreógrafos como: Vicente Nebrada, Oscar Araiz, Rodrigo Pederneiras, Peter Wright, Tatiana Leskova, Pierre Lacote, Eugênia Feodorova, Rodrigo Moreira, Ivan Nagy, Natalia Makarova, Jean Yves Lormeau, George Balanchine, Ruzena Malakova, Bem Stvenson, Jaroslav Slavicky, Uwe Scholz, e Obras como Sagração da Primavera, L’aprés midi d’um Faune (Vaslav Nijisnsky) e Les Noces (Bronislava Nijinska), entre outros.

Paulão e Ana Botafogo

PARTICIPAÇÃO EM EVENTOS COMO PRIMEIRO BAILARINO CONVIDADO: Festival Internacional de Ballet de Havana (Cuba), III Conferência Interamericana de Especialistas em Ballet (Caracas-Venezuela), Gala Beneficente “As Estrelas Mundiais do Ballet” (Santiago – Chile), VI Massako Oya World Ballet Competition (Osaka – Japão), Espetáculo comemorativo dos 500 anos de descobrimento da América, como convidado do Ballet Nacional de Cuba (Madri – Espanha), “O Lago dos Cisnes” e “Giselle” no Ballet Nacional de Caracas (Caracas - Venezuela), Festival Internacional de Dança (Nova York -Estados Unidos da America).

ATIVIDADE ATUAL: Diretor artístico, professor e coreógrafo do Projeto Social Dançando para não Dançar (desde 2003). Professor da Escola de Dança Maria Olenewa, Escola profissionalizante da Fundação Teatro Municipal do Rio de Janeiro (desde 2004). Professor convidado da Companhia de Ballet da Cidade de Niterói Atua como convidado dos maiores festivais e eventos de dança do Brasil e da América Latina, como jurado, professor e remontador de todo o repertório clássico, assim como de obras contemporâneas.


Entrevista:

“Nunca pensei em ser bailarino, o ballet ‘aconteceu’ na minha vida.”
TOUR: O que te levou ao ballet e quando você decidiu que queria ser bailarino?
Paulão: Minha vida é um pouco diferente de “bailarino”. Eu nunca pensei que seria bailarino, minha formação é totalmente diferente. Minha formação veio do atleta, do esporte. Minha primeira formação foi em educação física. Fui praticamente obrigado a fazer dança na faculdade, seu eu não fizesse poderia ser reprovado. Então não tinha interesse, aconteceu na minha vida dessa forma. Quando comecei a fazer dança na faculdade eu comecei a gostar daquele tipo de trabalho que até então eu não conhecia, conhecia mais os esportes de maneira geral. Comecei a gostar da matéria e entrei no grupo de dança que tinha na faculdade, a convite do Edson Carlos. Esse grupo, quando me formei, ensaiava aos sábados e depois foi para São Paulo. Em São Paulo o grupo se manteve como Casa Forte e comecei a trabalhar com eles. Me formei em educação física, dei aula por um tempo mas fazia dança todo dia a noite. O Grupo de Dança Casa Forte deu uma reviravolta na minha vida. Dançávamos muito aos finais de semana e o pessoal do Teatro Municipal de São Paulo assistia aos nossos espetáculos. Nosso grupo era formado de atletas, um era saltador, o outro nadador... Então tinham todo um físico ótimo, só que não era pra dança. Trabalhávamos mais com a linguagem moderna, contemporânea. Me vendo dançar, Luis Arrieta me convidou para ser pré-profissional, fazer estágio, na companhia do Teatro Municipal de São Paulo. Me interessei, comecei a trabalhar no Teatro e quando vi eles me deram um contrato pra dançar na companhia. Comecei a fazer ballet muito tardiamente, comecei o ballet clássico aos 18 anos. Fazia jazz aos 16, mas ballet só aos 18 mesmo. Fiquei no Teatro Municipal de São Paulo por quatro anos e depois fui para o Chile. Nunca fiz audição na minha vida, sou um cara de sorte, nunca botei número nas costas nem nada disso, sempre me carregaram. De São Paulo me carregaram para Santiago do Chile. A companhia de Santiago do Chile precisava de solista, Ivan Nagy, diretor da companhia estava em São Paulo e me viu fazendo aula e ensaiando e me convidou pra ir pra Santiago como solista e eu fui. De Santiago fui pra Caracas, depois fui pra Cuba e fiquei viajando pela América do Sul, sempre convidado pra dançar.

TOUR: Como você chegou ao Theatro Municipal do Rio de Janeiro? 
Paulão: Em 1983 Dalal Achcar, que já me conhecia de São Paulo, me convidou pro TMRJ. Precisavam de um bailarino forte para fazer Nacib de Gabriela. Vim ao Brasil, dancei e depois acabei recebendo um convite pra continuar como solista aqui. Gostei e estava com saudades do Brasil, então resolvi ficar. Com o passar dos anos comecei a dançar os primeiros papeis aqui também até ser primeiro bailarino a convite de Tatiana Leskova.
Paulo Rodrigues, Ana Botafogo e o Corpo de Baile do TMRJ
Flocos de Neve do ballet "O Quebra-Nozes"

 TOUR: Tem algum ballet que tenha te marcado mais?
Paulão: Gosto de ballets que tenham muita interpretação. Gosto de Giselle, La Shylphide, de Dom Quixote que têm toda aquela coisa teatral. Gosto de ballets que você interprete, cresço muito com o trabalho teatral. Acho que todos os ballets de repertório se destacaram bastante na minha vida, mas tem sempre um que a gente gosta mais.

TOUR: Como você se tornou professor da Escola?
Paulão: Parei de dançar ha uns 15 anos por problemas de coluna. Quando parei de dançar comecei a me dedicar a ser professor aqui no Theatro e aqui na Escola de Dança. Maria Luisa já havia me chamado para dar aula aqui e quando parei de dançar eu vim. Sempre gostei de trabalhar com a formação. Gosto da companhia também, mas gosto muito da formação, isso que é importante.



Paula Caldas - 1º técnico


quinta-feira, 26 de maio de 2016

Amadança - Domingo no Municipal

No dia 12 de junho às 11:30h, a Escola Estadual de Dança Maria Olenewa irá se apresentar no Theatro Municipal do Rio de Janeiro com o espetáculo : AMADANÇA – Domingo no Municipal.
Esse evento tem como objetivo promover a dança e levar uma arte de qualidade a preço popular para todos os frequentadores do TMRJ, assim como, a arrecadação de capital para a Escola de Dança.

É também,  uma excelente oportunidade para os alunos mostrarem o trabalho que vem desenvolvendo junto a Escola, aumentando assim suas experiências em cena.

Para essa ocasião, a Escola preparou uma programação variada, aliando coreografias do repertório clássico dos grandes ballets, 
com criações mais atuais do repertório próprio da escola: 

Fantasia Brasileria (Eric Frederic)

O Corsário (Marius Petipa)

Tres Jolie (Paula Albuquerque)

Pas de deux Hungaro (Vassili Sulich)

Valsa das horas do Ballet Coppélia (Arthur Saint-León)

Dança dos tambores do Ballet La Bayadére ( Marius Petipa)

Mozart (Dalal Achcar)

Mazurka (Silvana Adrade)

Composição Coreográfica (Consuelo Rios)

Nós da Escola de Dança, como sempre, já estamos nos preparando para apresentar mais um trabalho com qualidade e beleza (características da nossa Escola). Os ensaiadores: Amanda Peçanha, Cristiana Campello, Paula Albuquerque, Sabrina Germann, Silvana Andrade, Hélio Bejani, Paulo Rodrigues e Victor Ciattei, formam um time empenhado, buscando tirar o melhor de cada aluno.

Fantasia Brasileira
Coreografia: Eric Frederic
Fantasia Brasileira
Coreografia: Eric Frederic
Meninas do Preliminar assistindo os ensaios enquanto aguardam sua hora de entrar

Formanda 2016 Thatyanna Oliveira e aluno do 1º Técnico Felipe Viana
PDD O Corsário

Formandos 2016 Amanda Marinho e Luan Limoeiro
PDD Húngaro
Coreografia: Vassili Sulich

Mazurka
Coreografia:Silvana Andrade

É de extrema importância, que essa parceria EEDMO/TMRJ se perpetue. Afinal, é mais do que lógico que, a escola que tem como objetivo primordial formar bailarinos para o corpo de baile do Theatro Municipal, tenha seu espaço na programação artística anual da casa. 

A venda dos ingressos será feita na bilheteria do Theatro com o valor de R$10,00.
Esperamos agradar ao público, incentivar e fortalecer em nossos alunos o sonho de serem bailarinos.



Luan Limoeiro - 3º Técnico

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Bilheteria do Theatro Municipal: Boulevard (entrada Rua Evaristo da Veiga)
Horário da bilheteria: Segunda a sexta, sábados, domingos e feriados --10h às 18h.
Nos dias de espetáculos, das 10h até a hora do início da apresentação.

domingo, 22 de maio de 2016

Um presente da EEDMO aos amantes da dança

Após um excelente retorno ás aulas, nossa Escola de Dança já se prepara para uma amostra de toda sua excelência e tradição metodológica de ensino. Com o transcorrer do tempo somos anualmente presenteados com duas apresentações de nossa Escola de Dança: uma no aniversário do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e outra ao final de cada ano, marcando o encerramento do ano letivo com a apresentação a pais, professores e amantes da dança, de toda evolução técnica e artística alcançada pelos alunos através de todo trabalho desenvolvido pelos professores.


2° técnico, 2015
Neste ano, porém, é com grande alegria que a EEDMO trará ao imponente e majestoso palco do TMRJ uma apresentação extra. Isso mesmo! Uma oportunidade a mais de vivência artística e expressiva da dança, proporcionada aos alunos, e de um prazeroso momento de deleite, sensibilidade e emoção a todo público. Todo o repertório que será apresentado está sendo minuciosamente ensaiado pelos professores da Escola de Dança, que como sempre, com muito amor, carinho e dedicação, se doam em um exercício de total entrega, á profissão, aos alunos e acima de tudo, á arte.


3° médio, 2015


2° básico, 2015

As apresentações serão no mês de junho. Quer saber o dia, horário e o programa completo? Continue conosco, acompanhando nosso blog e demais redes sociais. Em breve mais informações e fotos dos ensaios e bastidores serão divulgadas. O convite está feito e esperamos desejosos que vocês leitores que nos acompanham, e demais apaixonados pela arte, venham conhecer o trabalho desenvolvido pela mais tradicional escola de ballet clássico do Brasil. Esperamos vocês!


1° médio, 2015

Tour En L’air sempre ao seu lado com o melhor da EEDMO!

Clara Judithe - 1° técnico
Fotógrafo Carlos Veras

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Um giro para o conhecimento

O Tour en L’air, boletim informativo da Escola Estadual de Dança Maria Olenewa, completa este ano (2016) seu 12° aniversário. Desde seu nascimento em 2004, tem como objetivo cumprir a ideia proposta por seu nome que é dar um giro de 360° em tudo que diz respeito à dança, cultura e arte, para assim somar conhecimentos importantes, não somente para a bagagem profissional como pessoal dos alunos ou leitores.

Dirigida pelos professores Paulo Melgaço e Beth Oliosi, a equipe é composta por alunos do 3º médio ao 3º técnico que, com entusiasmo, levam adiante o projeto deste blog.
A cada ano há uma renovação dos particpantes desse grupo, pois com a formatura de uma turma abre-se espaço para que outros alunos deem continuidade a este “tour”.

Nesta edição, apresentaremos uma entrevista com alguns dos novos integrantes da equipe e com os que, após receberem seus diplomas, cederão seus lugares a outros participantes.


Entrevista com os novos integrantes: 

Tour: Em quais aspectos você acredita que o Tour en L’air será importate em sua profissionalização e em sua vida?



“O Tour en L’air com seus 12 anos de existência proporciona um conhecimento a mais em nós alunos. Ele foi criado justamente pra nos deixar cientes e principalmente estudados sobre aquilo tudo que existe e ja existiu dentro e fora da escola de danças. O Tour en L’air pra mim é e esta sendo fundamental na minha aprendizagem dentro da escola, acredito que, para mim um bailarino não se resume a técnica. O estudo para mim é importante demais, e ler exemplo de pessoas que hoje nos dão aula e outras que somos "fãs" até nos mostra e nos da força além do estudo. O Tour en L’air é fundamental na vida do bailarino da escola, pois conteúdo nunca é demais.."
Raphael Cindra, 3° médio



"Estou no 3º ano do ensino médio, um ano em que preciso tomar muitas decisões importantes do qual irão decidir meu futuro. A um tempo venho especulando a possibilidade de ser uma jornalista, fazer faculdade e tentar conciliar com minha longa carreira de bailarina, então fui procurar definições do que um jornalista faz, mesmo depois desta saber o que faria, não estava certa do que queria, nada me esclareceu. Um dia na aula de " história da dança", o professor Paulo Melgaço me faz o convite para fazer parte do blog da escola, o Tour en L’air, aceitei a proposta meio receosa se daria conta. Coincidência ou não, poucos dias depois teria uma palestra com o bailarino Cícero Gomes do qual me via obrigada a fazer uma pergunta, não só por estar fazendo parte da equipe do Tour mas também para ver se o lado jornalístico fazia parte de mim. Feita a pergunta depois daquele dia senti que nada era mais a minha cara quanto aquilo (além do Ballet, claro), mexer com matérias, entrevistar (mesmo que com uma pergunta naquele dia) enfim, aquilo resolveu minha dúvida. Obrigada Tour en L’air por em tão pouco tempo decidir meu futuro."
Sabrina Roberti, 1° técnico



“Entrei para o Tour en L’air, pois acredito que quanto mais buscarmos o conhecimento naquilo que queremos e/ou admiramos, mais inseridos estaremos em nossa arte, e acho também que compartilhar esse saber com outras pessoas é como lutar para que esta arte seja mais divulgada e valorizada por todos. Outro motivo para entrar é que eu queria desafiar a mim mesma, para me tornar mais responsável e para descobrir outros caminhos que existem além dos palcos. Cada informação nova que eu adquiro faz com que eu me sinta mais interada do meio da dança, e vejo isso como essencial para minha formação. O Tour en L’air está sendo muito importante para mim, pois me fez perceber que dançar bem, ter técnica, não é o que vai me diferenciar, porque sempre há alguém que sabe executar passos como você, mas quando você tem conhecimento em diversas áreas da diversificada cultura da dança, mais fácil será continuar neste meio. Mesmo que eu tenha acabado de entrar para a equipe, já estou me sentindo muito satisfeita com o trabalho do grupo e espero que eu tenha algo á acrescentar à ele, assim como ele vem me acrescentando.”
Diovana Piredda, 1° técnico



Entrevista com os formandos: 

Qual foi a sua experiência no Tour en L’air e o que ele acrescentou na sua vida? Deixe uma mensagem para quem está entrando e para quem entrará?



“Posso dizer que desses anos em que estive fazendo parte dessa equipe grandiosa, pude me sentir mais do que nunca, ingressado verdadeiramente como um aluno da escola. Saber que você pôde contribuir de alguma forma para algo cujo tenha um grande objetivo e um único propósito, abrir cada vez mais a mente de nossos ouvintes e seguidores, é realmente satisfatório. Agora, serei mais um que passo meu lugar com muito orgulho e a certeza de que as vezes não é preciso deixar uma história por onde passou, mas fazer parte dela. Aproveitem!” 
Renner Moraes, formando 2016



“O que eu aprendi foi a lidar com tantas opiniões diferentes e aceitar que todos tem o direito de se expressar da maneira que sabem e querem. Eu peguei o Tour em um momento de total ostracismo e com um esforço muito pessoal consegui fazer, o que ao meu ver possso chamar de um belo trabalho.  Para quem está entrando eu deixo a sugestão para que leiam as antigas matérias, se interessem por conhecer os múltiplos aspectos da dança, se esforcem para escrever cada vez mais de forma clara e correta, e não se satisfaçam com o mínimo, deem sempre 110% de vocês!”
Luan Limoeiro, formando 2016

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O Tour en L’air fica cada vez mais orgulhoso com a dedicação dos alunos que sempre se mostram entusiasmados com as experiências que estão adquirindo. Aos formandos deixamos nossos aplausos pelo trabalho feito até aqui. O blog não só informa, mas também cria vínculos de amizade entre os integrantes. Esperamos que por meio desta matéria todos os leitores sintam-se parte desta equipe também!


Diovana Piredda (1° técnico) e Maria Fernanda Antunes (2° técnico)

domingo, 15 de maio de 2016

A história de "O Lago dos Cisnes"

Em seu aniversário de 80 anos, o Corpo de Baile do Theatro Municipal trará na próxima temporada o ballet "O Lago dos Cisnes". Serão 7 récitas no mês de junho (10, 11, 12, 14, 15, 17 e 18), com coreografia de Yelena Pankova, que este ano completa 10 anos. Com prazer, é possível afirmar que os principais bailarinos da casa estarão dançando. Além disso, temos o orgulho de ter Cecilia Kerche, que foi considerada uma das maiores Odile/Odette do mundo das últimas décadas, como uma das diretoras do Corpo de Baile e ensaiadora. Muitos conhecem "O Lago dos cisnes", mas poucos sabem a história que está por trás de sua estreia e de seu enredo. Sendo um dos maiores ballets que existem, traremos uma sequência de textos que retratarão a vasta história que está por trás desse cisne branco desde a sua criação até os dias atuais.


O Lago dos Cisnes

Voltemos ao ano de 1877, a data de estreia da primeira versão criada por Julius Reisinger. Foi um fracasso com críticas negativas de todos os lados, uma coreografia considerada medíocre. Passados 16 anos, em 1893, a direção dos Teatros Imperiais confiaria a Marius Petipa (coreógrafo de A Bela Adormecida e O Quebra-Nozes que foram grande sucessos) uma nova tentativa de coreografia que merecesse a música de Tchaikovsky e seria uma montagem para homenagem postuma a este grande compositor. Petipa relutou para não ter que fazer essa segunda tentativa porém após um tempo aceitou coreografar com a condição de poder fazer mudanças na sequência que Reisinger fez. Com uma coreografia toda renovada, e com o sucesso absoluto na Russia, a França aplaude de pé Pavel Gerdt no pa pel do Príncipe Siegfried e Pierina Legnani como Odette/Odile. A trilogia Petipa Tchaikovsky foi finalmente consolidada.


Pierina Legnani como Odette


O que poucos sabem é que a coreografia foi dividida entre Marius Petipa e Lev Ivanov. O 1º e 3º ato foram criados por Petipa, dando vida à famosa Odile, o cisne negro, que seria poderosa e sua técnica sempre favorecida. Legnani foi a primeira bailarina a executar os 32 fouettes, primeiramente em Cinderella e depois em Lago, que representavam o momento decisivo em que o Príncipe Siegfried se encantaria por Odile e quebraria terrivelmente a jura de amor que havia feito por Odette. Já Ivanov, coreógrafo do 2º e 4º ato, russificou Odette, a rainha dos cisnes. Ele foi responsável pelo brilho romântico e esplendor poético desses dois atos.


Claudia Mota no papel de Odette


 Atualmente, “O Lago dos Cisnes” é um dos ballets de repertório mais remontado pelas companhias sempre com muito sucesso de público. Além de ter diversas versões ao redor do mundo de vários coreógrafos renomados como Nathalia Makarova, Rudolf Nureiev, Eugenia Feodorova, sendo que Eugenia criou a sua versão para o nosso corpo de baile.


Os pequenos cisnes 


Não temos como dizer que o ballet estaria tão evoluído HOJE se "O Lago dos Cisnes" não existisse.  Foi e ainda é um dos maiores repertórios existente. Que orgulho nós temos de poder assistir e prestigiar todos os artistas do Theatro Municipal dançando esse clássico! Com imenso orgulho e prazer podemos dizer que teremos alunas da EEDMO participando desta montagem. É difícil explicar o quão importante isto é.para um começo de carreira dentro da própria casa para todos. Uma das melhores chances que qualquer um poderia pedir é essa, crescer e aprender cada vez mais nos ensaios, trabalhando ao lado de grandes bailarinas e entendendo a rotina que muitos alunos, após se formarem na nossa escola, poderão ter dentro do TMRJ.

No próximo texto, contaremos um pouco sobre a primeira montagem completa deste ballet nas Américas que foi no Brasil!


Tabata Salles – 1° técnico

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Os diversos caminhos profissionais na dança

Entre os diversos caminhos profissionais em relação à dança existem carreiras motivadoras, apaixonantes e atraentes que permitem aos interessados na área de conhecimento do ballet diversas opções de trabalho. Nesse sentido, o projeto "Conversando com..." criado pelos professores da Escola de Dança Maria Olenewa contribui para despertar nos alunos interesses cada vez mais abrangentes pelo mundo da dança. Este projeto tem propiciado aos alunos relatos de bailarinos que também conseguiram fazer uma carreira fora do ballet clássico. Tendo com isso mostrado novos caminhos profissionais que poderão ser seguidos pelos futuros formandos.

Quando chegamos ao nível profissional, nos deparamos com inúmeras questões: Onde atuar após se formar? Para qual companhia entrar? Onde terá uma vaga pra mim? Questões como estas perseguem os bailarinos desde o inicio de seus estudos.Hoje em dia está ficando cada vez mais difícil conseguir uma vaga em uma grande companhia de ballet, tanto por causa da competição e também por causa da falta de oportunidades, pois existem poucas companhias de repertório, principalmente no Brasil, e muitos bailarinos tem dificuldades financeiras para tentar seguir carreira no exterior. Então como forma de escapar desse problema devemos estar atentos às novas tendências e buscarmos outros meios de expressão profissional no mundo da dança.

Geralmente, de forma involuntária, os bailarinos de dança clássica desconsideram que outras oportunidades possam surgir quando se lançam em busca de somente um objetivo. Por isso se faz necessário estar preparado ao entendimento de que há diversas possibilidades em relação ao ingresso no mundo profissional do ballet.

Entre as várias carreiras profissionais que podem ser seguidas através da dança temos a coreologia. A coreologia, enquanto escrita dos movimentos de uma dança, permite que passos e movimentos do ballet sejam registrados de forma técnica e documentada por meio da grafia. A coreóloga Cristina Cabral é uma das profissionais de bastante expressividade nesta área, onde na Escola de Dança Maria Olenewa ela ensina a matéria, e no corpo de baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro tem a oportunidade de exercer seu ofício.

Na foto, a coreóloga do Corpo de Baile do TMRJ, Cristina Cabral.

Uma outra carreira, também interessante, é a coreografia, que se utiliza por meio de seus profissionais a partir de trabalhos que permitem compor uma sequencia de movimentos. O coreógrafo Renato Vieira proporcionou em meados de 2015 à plateia do "Conversando com..." um pouco de seu conhecimento nessa área tão importante para o mundo da dança.

Na foto, o grande e prestigiado coreógrafo Renato Vieira.

Ainda quanto às opções nas esferas de trabalho em relação ao ballet, outra interação motivadora proporcionada pelo projeto “Conversando com…” foi durante a conversa com Ingrid Silva, bailarina do Dance Theatre of Harlem. Ela contou sobre sua experiencia não só no ballet clássico mas também na dança contemporânea e defendeu que as pessoas nunca devem desistir de seus objetivos. No diálogo, Ingrid comentou sobre a mistura do clássico com o contemporâneo nas apresent ações. Isso mostra o quanto o bailarino deve entender a diferença entre uma técnica e outra, mas também saber juntar as técnicas se assim optar ou se for necessário.

Ingrid Silva, ex-aluna da EEDMO e agora bailarina do Dance Theatre of Harlem.

Outros bailarinos e coreógrafos como Hélio Bejani, Claudia Motta, Priscila Motta, Rodrigo Negri, entre outros atuam no carnaval do Rio da Janeiro. Esses profissionais nos mostram uma outra linha de trabalho, coreografando comissões de frente que muitas vezes são premiadas. Com isso eles também revelam através de seus ofícios como pode ser versátil o trabalho de um bailarino com sua expressão por meio da dança.

Bailarino, Coreógrafo, atualmente Diretor Artístico do Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e professor da Escola de Dança, Hélio Bejani.
Percebe-se que no rol das possibilidades relacionadas à dança cabe ao bailarino ter a consciência de que além da dança, enquanto profissão, há outras atividades profissionais que lhe dão suporte e apoiam o ofício de dançar. Bailarinos, coreógrafos, coreólogos, entre outros profissionais potencializam na dança um conjunto de plena eficiência.


Maria Fernanda - 3° Médio
Juan Menezes - 2° Técnico









domingo, 8 de maio de 2016

Qual de nós bailarinos e bailarinas não contamos nossas histórias sem mencionar nossas mães?

Nós do Tour en L'air temos o prazer de no mês das mães dedicarmos uma matéria especial a essas mulheres que praticamente sobem junto a nós no palco, ficam nervosas conosco às vésperas de uma apresentação e sofrem juntas todas as nossas dores. Isso mesmo, nossa matéria de hoje será em homenagem às nossas queridas MÃES que nos impulsionam e ensinam a amar essa arte, o ballet clássico.



Quem de nós não começou essa paixão por causa delas? Impossível passar despercebido a presença dessas mulheres em nossas vidas e carreiras, afinal, elas que desde o inicio acompanharam nosso desenvolvimento dentro e fora do ballet e descobriram nosso talento. Foram elas que nos encorajaram a fazer a prova da EEDMO e claro, levaram em nossa primeira aula no pré eliminar. Mas não basta só levar, é preciso ficar lá até a aula acabar, sacrificando seu dia e tempo pra nós esperar ou deixar de comprar algo para si pra comprar uma sapatilha nova para nós por que a nossa já não serve mais. Esta é a mesma mãe que vibra quando entramos no palco, nem precisamos estar em destaque ou ser a solista que lá estão elas, orgulhosas com os olhos rasos de água e aplaudindo de pé. Mas nós sabemos que no mundo do ballet nem tudo são flores, quando chegamos aos básicos e médios a coisa aperta e a pressão é maior, esperam tanto de nós que as vezes pensamos em desistir mas somos amparados e revigorados pela credibilidade em nós que elas nos passam.

Ariane (1° médio) com sua mãe Aline
 Elas que observam e vivem toda essa trajetória de perto e se preparam junto a nós para o grande final, a turma dos técnicos e a grandiosa formatura. Mas na verdade nossas mães sempre estiveram prontas para esse momento, desde o pré eliminar quando nos levaram a primeira vez pra escola. Elas sonharam com esse dia de glória, em que todo o investimento, sorrisos e lágrimas vividos, palavras de consolo e vitória ditas se reverteriam e se consumariam em um lindo espetáculo onde nós, protagonistas deste, tivemos a honra de ter como cooperadora e ajudante principal deste sonho nossas queridas mães.


 Nós, filhos e bailarinos queremos agradecer de todo o coração por tudo que fizeram, fazem e irão fazer por nós em prol de nossa alegria, não só no ballet mas em tudo. Obrigada por exercer com tamanha excelência esta função que lhe foi divinamente determinada a de criar, amar, cuidar e ensaiar.
 Nós do tour en l'air desejamos a todas as mães da EEDMO e do mundo um feliz dia das mães, e queremos dizer que sem a ajuda e dedicação de vocês nossos bailarinos não seriam os mesmos!

Sabrina Roberti - 1° técnico

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Visitando o lar



Na última quinta feira, 28 de abril, alguns alunos da Escola de Dança foram agraciados com a oportunidade de uma visita guiada, com nosso professor Paulo Melgaço e o historiador Jefferson Medeiros, formado em História pela UERJ. Marcada por olhares ávidos de conhecimento, esta experiência agregou a cada um dos alunos enriquecedora ampliação cultural e histórica.


Na foto, professor Paulo Melgaço, o guia Jefferson Medeiros e alunos da Escola de Dança.

A visita começou diante da representação do monumental pano de boca concebido pelo pintor italiano, naturalizado brasileiro, Eliseu Visconti. O tema para o pano de boca, escolhido pela Prefeitura, têm como título “A Influência das Artes sobre a Civilização”. Através desta obra, Visconti nos conduz a uma real experiência de sensibilidade artística atrelada a projeções políticas, culturais e ideológicas que transcendem a cronologia, mesclando diferentes períodos históricos. Com mais de 200 figuras que compõem a pintura estão: Minerva e a loba, indicando as grandes cidades da civilização ocidental – Roma e Atenas; Dante abrindo a Renascença; homens célebres como Camões, Shakespeare e Mozart; Logo após, Victor Hugo, Verdi e Wagner com o período Romântico; João Caetano, D. Pedro II, Carlos Gomes e toda glória brasileira. Acima da multidão pairam a Verdade e a Ciência, á esquerda do Arco do Triunfo acha-se simbolizado o mundo espiritual e subjetivo, o papado, a religião e a música; por fim, a Dança, que transpõe o tempo, desde a Grécia Antiga até hoje.


"A influência das Artes sobre a Civilização", pano de boca concebido por Eliseu Visconti para o TMRJ.

Logo após uma breve explicação sobre as influências artísticas e arquitetônicas que marcam a fachada do Theatro, fomos conduzidos a parte interna do mesmo, onde embarcamos em uma viagem no tempo, narrada por nosso guia, que começou durante o mandato do prefeito Pereira Passos e sua política de reurbanização e modernização da cidade, visando a projeção da Capital Federal (RJ) e recém-nascida República, internacionalmente. Tomando como referência os padrões europeus, mais especificamente o francês, o Theatro Municipal do Rio de Janeiro foi construído inspirado na Ópera de Paris, tendo a fusão dos projetos de dois engenheiros: Francisco de Oliveira Passos e Albert Guilbert. Arthur Azevedo encabeçou uma campanha para a construção de um teatro que servisse de sede para a companhia municipal. Em 1905 iniciaram-se as obras. Mármores italianos, ônix, bronze, cristais, espelhos, tudo sob medida e importado da Europa. Artesãos estrangeiros foram requisitados para a confecção dos vitrais e mosaicos, e para a decoração do edifício, os mais importantes pintores e escultores da época, como Eliseu Visconti, Rodolfo Amoedo e os irmãos Bernadelli. Quando então, em 15 de julho de 1909, foi inaugurado o Theatro Municipal do Rio de Janeiro, contando com ilustres presenças como o presidente da República e Nilo Peçanha. “Faltava-lhe este palácio, cidade amada(...), uma das mais belas jóias da tua coroa de rainha!”, como já preconizava o poeta Olavo Bilac em seu marcante e inesquecível discurso.


Alunos da EEDMO e o guia Jefferson Medeiros.

 
Alunos da EEDMO no interior do Theatro Municipal.
Próximo ao término da visita admiramos o plafond (teto sobre a platéia), concebido por Eliseu Viscconti, denominado pelo mesmo de “Dança das Horas”,onde estão pintadas graciosas figuras femininas que dançam interligadas, em eterno movimento, representando o passar dos dias e das noite através do contraste entre os tons mais claros (dia) e os tons mais escuros (noite). Ao final da visita nos deparamos com as peculiaridades do Salão Assyrius e sua excentricidade artística inspirada na arquitetura do palácio de Dário I, imperador persa.

Ícone arquitetônico, artístico e cultural, o Theatro Municipal do Rio de Janeiro é sem sombra de dúvida o local de expressão máxima de arte, paixão, expressão e sensibilidade, que transcende definições e conceitos. Entidade que, através da arte, atinge á diferentes públicos, sendo também ferramenta de mudança, transformação social. Nós, alunos da EEDMO, agradecemos pela oportunidade de uma experiência tão enriquecedora e por podemos chamar este local de casa !


Clara Judithe - 1° Técnico

domingo, 1 de maio de 2016

Entre aprendizagem e tradição: Eric Waldo visita a Escola

Na última segunda, o professor e bailarino Eric Waldo assistiu a uma aula do primeiro ano técnico da nossa Escola. Dentro da sala, apenas alunos e ex-alunos da EEDMO. Isso mesmo! 3 gerações de alunos e dois profissionais que viveram em prol da dança e da arte nessa instituição, contribuindo e acrescentando em todas as funções. Eric Waldo se formou na Escola de Dança, integrou o corpo de baile do Theatro Municipal e retornou à Escola como professor. Entre suas alunas estava Marcia Faggioni, que como uma boa discípula seguiu os passos de seu mestre: após se formar, Marcia integrou a Companhia de ballet do Theatro Municipal, ocupou o cargo de primeira solista, posteriormente ensaiadora e hoje atua como professora da Escola.


Professor e bailarino Eric Waldo e sua ex-aluna, agora ensaiadora e professora na Escola de Dança, Marcia Faggioni.

Esses ciclos certamente são muito significativos e contribuem para a manutenção da tradição da Escola de Dança Maria Olenewa, que coleciona referências no mundo da dança. A “autossuficiência” da instituição com relação aos profissionais colabora para que as gerações atuais tenham constante contato com seus antecessores e troquem idéias, conceitos, experiências. A identificação entre ambos os lados do aprendizado (professor/alunos) e o carinho e zelo desses profissionais é evidente e garante um bom trabalho. Enquanto a companhia de ballet do Theatro Municipal, em 2016 comemora seus 80 anos de existência, comemoremos também o enriquecimento dessa interação Escola - Corpo de Baile para todos os envolvidos. 



Professora Marcia Faggioni em demonstração do passo para a turma.

Sobre as alunas: um caminho a ser trilhado com o objetivo de divulgar o ballet clássico em nosso país e torná-lo ainda mais reconhecido… o tour espera que a escola possa continuar exercendo esse “magnetismo” e encantando alunos para que vislumbrem um retorno. 


Professores Eric Waldo e Marcia Faggioni juntamente com a pianista Marisa e alunas do 1° Técnico da EEDMO.


Maria Luisa Patury - 1° Técnico
Fotos por Raphael Cindra