Paulo Rodrigues, Primeiro Bailarino do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. |
Nascido em São Caetano do Sul / SP no dia 18 de julho de 1957, Paulo Rodrigues, Paulão, como é conhecido entre os colegas e alunos é responsável por ministrar as aulas de Pas de Deux e de
técnica masculina na Escola. Tem enorme
experiência no mundo da dança, que surgiu em sua vida ocasionalmente. Trabalhou
com importantes nomes no ballet, tais como Tatiana Leskova, Eugenia Feodorova,
Ivan Nagy e foi partner de estrelas como Ana Botafogo e Cecília Kerche.
Paulão dando aula para turma de rapazes |
Repletas de passos belos e elaborados e de uma energia
contagiante, suas aulas são incríveis e não há quem não se divirta e aprenda ao
máximo durante as aulas.
Paulão e Amanda Marinho (formanda 2016) em aula de Pas de deux |
FORMAÇÃO: Licenciatura plena em educação física pela
Faculdade Vila Rosália (Guarulhos / SP) Pós Graduação em Administração e
Supervisão Escolar pela Universidade Cândido Mendes.
ATUAÇÃO PROFISSIONAL: Solista do Balé da Cidade de São Paulo
(1978-1981). Solista do Ballet Nacional do Chile (1981-1982). Primeiro
Bailarino do Theatro Municipal do Rio de Janeiro (desde 1988), atuando, nos
principais papeis de todo o repertório clássico e em diferentes versões de
importantes coreógrafos como: Vicente Nebrada, Oscar Araiz, Rodrigo Pederneiras,
Peter Wright, Tatiana Leskova, Pierre Lacote, Eugênia Feodorova, Rodrigo
Moreira, Ivan Nagy, Natalia Makarova, Jean Yves Lormeau, George Balanchine,
Ruzena Malakova, Bem Stvenson, Jaroslav Slavicky, Uwe Scholz, e Obras como
Sagração da Primavera, L’aprés midi d’um Faune (Vaslav Nijisnsky) e Les Noces
(Bronislava Nijinska), entre outros.
Paulão e Ana Botafogo |
PARTICIPAÇÃO EM EVENTOS COMO PRIMEIRO BAILARINO CONVIDADO:
Festival Internacional de Ballet de Havana (Cuba), III Conferência Interamericana de
Especialistas em Ballet (Caracas-Venezuela), Gala Beneficente “As Estrelas
Mundiais do Ballet” (Santiago – Chile), VI Massako Oya World Ballet Competition
(Osaka – Japão), Espetáculo comemorativo dos 500 anos de descobrimento da
América, como convidado do Ballet Nacional de Cuba (Madri – Espanha), “O Lago
dos Cisnes” e “Giselle” no Ballet Nacional de Caracas (Caracas - Venezuela),
Festival Internacional de Dança (Nova York -Estados Unidos da America).
ATIVIDADE ATUAL: Diretor artístico, professor e coreógrafo do
Projeto Social Dançando para não Dançar (desde 2003). Professor da Escola de
Dança Maria Olenewa, Escola profissionalizante da Fundação Teatro Municipal do
Rio de Janeiro (desde 2004). Professor convidado da Companhia de Ballet da
Cidade de Niterói Atua como convidado dos maiores festivais e eventos de dança
do Brasil e da América Latina, como jurado, professor e remontador de todo o
repertório clássico, assim como de obras contemporâneas.
Entrevista:
“Nunca pensei em ser bailarino, o ballet ‘aconteceu’ na minha vida.”
“Nunca pensei em ser bailarino, o ballet ‘aconteceu’ na minha vida.”
TOUR: O que te levou ao
ballet e quando você decidiu que queria ser bailarino?
Paulão: Minha vida é um pouco diferente de “bailarino”. Eu nunca
pensei que seria bailarino, minha formação é totalmente diferente. Minha
formação veio do atleta, do esporte. Minha primeira formação foi em educação
física. Fui praticamente obrigado a fazer dança na faculdade, seu eu não
fizesse poderia ser reprovado. Então não tinha interesse, aconteceu na minha
vida dessa forma. Quando comecei a fazer dança na faculdade eu comecei a gostar
daquele tipo de trabalho que até então eu não conhecia, conhecia mais os
esportes de maneira geral. Comecei a gostar da matéria e entrei no grupo de
dança que tinha na faculdade, a convite do Edson Carlos. Esse grupo, quando me
formei, ensaiava aos sábados e depois foi para São Paulo. Em São Paulo o grupo
se manteve como Casa Forte e comecei a trabalhar com eles. Me formei em
educação física, dei aula por um tempo mas fazia dança todo dia a noite. O
Grupo de Dança Casa Forte deu uma reviravolta na minha vida. Dançávamos muito
aos finais de semana e o pessoal do Teatro Municipal de São Paulo assistia aos
nossos espetáculos. Nosso grupo era formado de atletas, um era saltador, o
outro nadador... Então tinham todo um físico ótimo, só que não era pra dança.
Trabalhávamos mais com a linguagem moderna, contemporânea. Me vendo dançar, Luis Arrieta me convidou para ser
pré-profissional, fazer estágio, na companhia do Teatro Municipal de São Paulo.
Me interessei, comecei a trabalhar no Teatro e quando vi eles me deram um
contrato pra dançar na companhia. Comecei a fazer ballet muito tardiamente,
comecei o ballet clássico aos 18 anos. Fazia jazz aos 16, mas ballet só aos 18
mesmo. Fiquei no Teatro Municipal de São Paulo por quatro anos e depois fui
para o Chile. Nunca fiz audição na minha vida, sou um cara de sorte, nunca
botei número nas costas nem nada disso, sempre me carregaram. De São Paulo me
carregaram para Santiago do Chile. A companhia de Santiago do Chile precisava
de solista, Ivan Nagy, diretor da companhia estava em São Paulo e me viu
fazendo aula e ensaiando e me convidou pra ir pra Santiago como solista e eu
fui. De Santiago fui pra Caracas, depois fui pra Cuba e fiquei viajando pela
América do Sul, sempre convidado pra dançar.
TOUR: Como você chegou ao
Theatro Municipal do Rio de Janeiro?
Paulão: Em 1983 Dalal Achcar, que já me conhecia de São Paulo, me
convidou pro TMRJ. Precisavam de um bailarino forte para fazer Nacib de
Gabriela. Vim ao Brasil, dancei e depois acabei recebendo um convite pra
continuar como solista aqui. Gostei e estava com saudades do Brasil, então
resolvi ficar. Com o passar dos anos comecei a dançar os primeiros papeis aqui
também até ser primeiro bailarino a convite de Tatiana Leskova.
Paulo Rodrigues, Ana Botafogo e o Corpo de Baile do TMRJ
Flocos de Neve do ballet "O Quebra-Nozes"
|
TOUR: Tem algum ballet que
tenha te marcado mais?
Paulão: Gosto de ballets que tenham muita interpretação. Gosto de
Giselle, La Shylphide, de Dom Quixote que têm toda aquela coisa teatral. Gosto
de ballets que você interprete, cresço muito com o trabalho teatral. Acho que
todos os ballets de repertório se destacaram bastante na minha vida, mas tem
sempre um que a gente gosta mais.
TOUR: Como você se tornou
professor da Escola?
Paulão: Parei de dançar ha uns 15 anos por problemas de coluna.
Quando parei de dançar comecei a me dedicar a ser professor aqui no Theatro e
aqui na Escola de Dança. Maria Luisa já havia me chamado para dar aula aqui e
quando parei de dançar eu vim. Sempre gostei de trabalhar com a formação. Gosto
da companhia também, mas gosto muito da formação, isso que é importante.
Paula Caldas - 1º técnico