domingo, 29 de maio de 2016

A carreira de uma das figuras mais importantes da dança brasileira: Paulo Rodrigues


Paulo Rodrigues, Primeiro Bailarino do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.



Nascido em São Caetano do Sul / SP no dia 18 de julho de 1957, Paulo Rodrigues, Paulão, como é conhecido entre os colegas e alunos é  responsável por ministrar as aulas de Pas de Deux e de técnica masculina na Escola. Tem enorme experiência no mundo da dança, que surgiu em sua vida ocasionalmente. Trabalhou com importantes nomes no ballet, tais como Tatiana Leskova, Eugenia Feodorova, Ivan Nagy e foi partner de estrelas como Ana Botafogo e Cecília Kerche.

Paulão dando aula para turma de rapazes

Repletas de passos belos e elaborados e de uma energia contagiante, suas aulas são incríveis e não há quem não se divirta e aprenda ao máximo durante as aulas.

Paulão e Amanda Marinho (formanda 2016) em aula de Pas de deux

FORMAÇÃO: Licenciatura plena em educação física pela Faculdade Vila Rosália (Guarulhos / SP) Pós Graduação em Administração e Supervisão Escolar pela Universidade Cândido Mendes.
ATUAÇÃO PROFISSIONAL: Solista do Balé da Cidade de São Paulo (1978-1981). Solista do Ballet Nacional do Chile (1981-1982). Primeiro Bailarino do Theatro Municipal do Rio de Janeiro (desde 1988), atuando, nos principais papeis de todo o repertório clássico e em diferentes versões de importantes coreógrafos como: Vicente Nebrada, Oscar Araiz, Rodrigo Pederneiras, Peter Wright, Tatiana Leskova, Pierre Lacote, Eugênia Feodorova, Rodrigo Moreira, Ivan Nagy, Natalia Makarova, Jean Yves Lormeau, George Balanchine, Ruzena Malakova, Bem Stvenson, Jaroslav Slavicky, Uwe Scholz, e Obras como Sagração da Primavera, L’aprés midi d’um Faune (Vaslav Nijisnsky) e Les Noces (Bronislava Nijinska), entre outros.

Paulão e Ana Botafogo

PARTICIPAÇÃO EM EVENTOS COMO PRIMEIRO BAILARINO CONVIDADO: Festival Internacional de Ballet de Havana (Cuba), III Conferência Interamericana de Especialistas em Ballet (Caracas-Venezuela), Gala Beneficente “As Estrelas Mundiais do Ballet” (Santiago – Chile), VI Massako Oya World Ballet Competition (Osaka – Japão), Espetáculo comemorativo dos 500 anos de descobrimento da América, como convidado do Ballet Nacional de Cuba (Madri – Espanha), “O Lago dos Cisnes” e “Giselle” no Ballet Nacional de Caracas (Caracas - Venezuela), Festival Internacional de Dança (Nova York -Estados Unidos da America).

ATIVIDADE ATUAL: Diretor artístico, professor e coreógrafo do Projeto Social Dançando para não Dançar (desde 2003). Professor da Escola de Dança Maria Olenewa, Escola profissionalizante da Fundação Teatro Municipal do Rio de Janeiro (desde 2004). Professor convidado da Companhia de Ballet da Cidade de Niterói Atua como convidado dos maiores festivais e eventos de dança do Brasil e da América Latina, como jurado, professor e remontador de todo o repertório clássico, assim como de obras contemporâneas.


Entrevista:

“Nunca pensei em ser bailarino, o ballet ‘aconteceu’ na minha vida.”
TOUR: O que te levou ao ballet e quando você decidiu que queria ser bailarino?
Paulão: Minha vida é um pouco diferente de “bailarino”. Eu nunca pensei que seria bailarino, minha formação é totalmente diferente. Minha formação veio do atleta, do esporte. Minha primeira formação foi em educação física. Fui praticamente obrigado a fazer dança na faculdade, seu eu não fizesse poderia ser reprovado. Então não tinha interesse, aconteceu na minha vida dessa forma. Quando comecei a fazer dança na faculdade eu comecei a gostar daquele tipo de trabalho que até então eu não conhecia, conhecia mais os esportes de maneira geral. Comecei a gostar da matéria e entrei no grupo de dança que tinha na faculdade, a convite do Edson Carlos. Esse grupo, quando me formei, ensaiava aos sábados e depois foi para São Paulo. Em São Paulo o grupo se manteve como Casa Forte e comecei a trabalhar com eles. Me formei em educação física, dei aula por um tempo mas fazia dança todo dia a noite. O Grupo de Dança Casa Forte deu uma reviravolta na minha vida. Dançávamos muito aos finais de semana e o pessoal do Teatro Municipal de São Paulo assistia aos nossos espetáculos. Nosso grupo era formado de atletas, um era saltador, o outro nadador... Então tinham todo um físico ótimo, só que não era pra dança. Trabalhávamos mais com a linguagem moderna, contemporânea. Me vendo dançar, Luis Arrieta me convidou para ser pré-profissional, fazer estágio, na companhia do Teatro Municipal de São Paulo. Me interessei, comecei a trabalhar no Teatro e quando vi eles me deram um contrato pra dançar na companhia. Comecei a fazer ballet muito tardiamente, comecei o ballet clássico aos 18 anos. Fazia jazz aos 16, mas ballet só aos 18 mesmo. Fiquei no Teatro Municipal de São Paulo por quatro anos e depois fui para o Chile. Nunca fiz audição na minha vida, sou um cara de sorte, nunca botei número nas costas nem nada disso, sempre me carregaram. De São Paulo me carregaram para Santiago do Chile. A companhia de Santiago do Chile precisava de solista, Ivan Nagy, diretor da companhia estava em São Paulo e me viu fazendo aula e ensaiando e me convidou pra ir pra Santiago como solista e eu fui. De Santiago fui pra Caracas, depois fui pra Cuba e fiquei viajando pela América do Sul, sempre convidado pra dançar.

TOUR: Como você chegou ao Theatro Municipal do Rio de Janeiro? 
Paulão: Em 1983 Dalal Achcar, que já me conhecia de São Paulo, me convidou pro TMRJ. Precisavam de um bailarino forte para fazer Nacib de Gabriela. Vim ao Brasil, dancei e depois acabei recebendo um convite pra continuar como solista aqui. Gostei e estava com saudades do Brasil, então resolvi ficar. Com o passar dos anos comecei a dançar os primeiros papeis aqui também até ser primeiro bailarino a convite de Tatiana Leskova.
Paulo Rodrigues, Ana Botafogo e o Corpo de Baile do TMRJ
Flocos de Neve do ballet "O Quebra-Nozes"

 TOUR: Tem algum ballet que tenha te marcado mais?
Paulão: Gosto de ballets que tenham muita interpretação. Gosto de Giselle, La Shylphide, de Dom Quixote que têm toda aquela coisa teatral. Gosto de ballets que você interprete, cresço muito com o trabalho teatral. Acho que todos os ballets de repertório se destacaram bastante na minha vida, mas tem sempre um que a gente gosta mais.

TOUR: Como você se tornou professor da Escola?
Paulão: Parei de dançar ha uns 15 anos por problemas de coluna. Quando parei de dançar comecei a me dedicar a ser professor aqui no Theatro e aqui na Escola de Dança. Maria Luisa já havia me chamado para dar aula aqui e quando parei de dançar eu vim. Sempre gostei de trabalhar com a formação. Gosto da companhia também, mas gosto muito da formação, isso que é importante.



Paula Caldas - 1º técnico


10 comentários:

  1. "Deixou a vida te levar"... como pássaro semeia generosamente contentamento!

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  2. E alem de tudo..um ser humano sensacional!

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  3. Esse é o Paulão!
    Competência e humildade!

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  4. Q lindo saber q algumas coisas ocorrem no acaso.Mas sua dedicação e a forma como alimentou sua competência e paixão, acabou construindo uma forma de viver dançando. Parabéns por compartilhar as várias possibilidades q temos de fazer com o corpo...Dancar para não dançar.. .lindo trabalho...

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  5. Grande Bailarino
    Grande Professor
    Grande Ser Humano

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  6. Paulão, me emociono ao conhecer mais de perto sua trajetória. No início da sua carreira, sempre que passava pela calçada da sua casa, via você fazendo exercícios no quintal com um saco de areia nas panturilhas. Parabéns, Paulão! Você é um exemplo de determinação a ser seguido.

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  7. bonito relato , pode levar as crianças a acreditarem nas inúmeras possibilidades q a vida oferece e seguir caminhos alternativos aqueles traçados anteriormente. Parabéns pela trajetória


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  8. tive a grata surpresa de ver vc. como jurado do carnaval 2023 do RJ. Eu o conheci há décadas, em um acampamento em Ubatuba, sou amiga do Bauer Rodrigues. Um grande abraço.

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  9. Apenas um cara sensacional que conheço. Grande Paulão. Sucesso por onde passa. Grande amigo do Iate clube brasileiro. Um abraço irmão.
    Rafael Ramos

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