Da EEDMO para o Sucesso
Cícero Gomes, formado pela EEDMO, é atualmente primeiro
solista do TMRJ. Estudou também na Escola de Ballet da Ópera de Viena (Áustria) e na
Elmhurst School for Dance by Birmingham Royal Ballet (Inglaterra). Sempre
é convidado para dançar em diversos festivais, galas e espetáculos, tanto no
Brasil quanto fora do país. Além disso, se destaca muito em sua capacidade de
interpretação ao entrar
profundamente na vivência do personagem, seja ele qual for; sua técnica deslumbrante e seu carisma também encantam a
todos, tornando-o um dos maiores nomes da dança brasileira na atualidade.
Em entrevista ao Tour En L’air, Cícero nos conta um pouco de
sua trajetória, como foi estudar ballet fora do país, como é participar de uma
companhia tão prestigiada e algumas dicas para quem quer seguir essa carreira.
Confira:
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Como
foi entrar no Theatro Municipal?
Fui convidado
pela então presidente Carla Camurati, após ensaio de um espetáculo da Escola de
Dança. Lembro-me como se fosse hoje. Assim que terminei o ensaio ela me
perguntou, "O que você está fazendo aqui que não está no Theatro?" E
assim, uns dias depois recebi uma ligação do então diretor Marcelo Misailidis
me convidando para ingressar a Cia.
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Qual
foi seu primeiro papel no Theatro?
Meu primeiro
papel foi Bobo da Corte, no ballet O Lago dos Cisnes.
Papel este que
tenho um carinho todo especial. Além de ter sido meu primeiro papel na Cia., é
um personagem divertidíssimo de fazer!
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Qual
foi o personagem que já dançou e considera o mais importante de sua carreira?
Não acredito
que tenha um personagem. Acho que todos e qualquer personagem tem um desafio.
Depende muito do olhar do artista perante a construção do seu personagem.
Existe uma
linha a ser seguida, o personagem tem sua característica, sua identidade, sua
personalidade, mas o artista também tem. A junção de uma pessoa com a outro que
é grande X da questão. Estudar faz parte, e não distingo importância entre
eles. Todos são importantes, a importância quem dá somos nós no momento de
vivê-los.
·
Além
da Escola de Dança, você também tem formação em outras duas Escolas. Qual foi a
experiência de vida que estas lhe proporcionaram?
O viver
sozinho. Aprender com os erros sem ter quem corrigi-los. E o foco do porque
você está ali.
Alem da certeza
de querer estar aqui, viver aqui e fazer minha carreira aqui. Não é que não
aceito dançar fora, danço sim e com muita honra e alegria por ser convidado a
isto, mas o Brasil que é minha casa.
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Quão
gratificante é ser bailarino? O que mais gosta na sua profissão?
De viver e
pensar como os outros (os personagens). E saber que todos os pensamentos na
verdade estão dentro de nós. Mexer com ficção e realidade me encanta.
·
Em
todos esses anos de carreira e grande valorização do público, quem mais lhe
inspirou?
A inspiração
vem de varias formas. Por exemplo, Jô Soares é uma inspiração pra mim, por sua
inteligência, pelo interesse em aprender sem ter vergonha de mostrar que não
sabe, mas quer saber. Maria Bethânia, pela entrega incansável quando canta.
Ivete Sangalo, pela originalidade e não ter vergonha de se mostrar como
realmente é não veste capa para se fazer de dama, moleca é moleca sim, porque
não?! Kkkk...
Já no mundo do
ballet tenho alguns. André Valadão cresci o vendo dançar, técnica incrível e
artista deslumbrante. Julio Bocca, apaixonante, bailarino que envolve enquanto
dançava. Baryshnikov dispensa qualquer comentário. Todos esses mostraram que
não existe padrão nem rótulo, existe sim, artistas de verdade.
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Qual
é a mensagem que deixa para quem está começando e sonha em ser bailarino?
Faça aula.
Muita aula. E acredite, seu maior incentivador é você mesmo, e seu maior vilão
também. E por favor, entendam que estudar faz parte de uma carreira. Leiam, se
interessem, estudem, porque fazer plié, qualquer um faz!!!!
Cícero Gomes e Karen Mesquita (primeira solista do TMRJ)
Cícero dançou na recém-encerrada temporada do
Theatro, onde um dos personagens que interpretava era Jean de Brienne, do ballet Raymonda. Além de Raymonda também
foram apresentadas obras muito
marcantes como: Les Sylphides
(Fokine) e A Sagração da Primavera (Nijinsky).
Que as palavras desse bailarino incrível inspirem a todos
nessa jornada pelo mundo da dança!
Lindas fotos. Entrevista nos trás um pouco mais sobre este talento, que vem se firmando como um dos melhores bailarinos do atual Corpo de Baile do nosso TMRJ.
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