domingo, 30 de novembro de 2014

Ex-aluna da EEDMO ganha prêmio alemão de dança - Bruna Andrade

(Arquivo pessoal)
Foi com grande alegria e, porque não, euforia que neste domingo (30/11), ao abrir matinalmente a Revista do jornal O Globo pude ler a feliz entrevista com a bailarina Bruna Andrade que recentemente ganhou o prêmio De Faust (Oscar Alemão da dança) na categoria “atuação em dança”.
Minha alegria tomou proporções superlativas quando li que a premiada bailarina havia se formado no Brasil pela Escola Estadual de Dança Maria Olenewa. Sim, nossa escola mais uma vez nos surpreendendo. 

Não é novidade que a EEDMO sempre foi o maior celeiro de grandes bailarinos brasileiros, muitos dos quais ocupam os principais cargos dentro das mais variadas companhias de dança pelo mundo, entretanto sempre me surpreendo quando descubro mais um nome da lista de ex-alunos que atingiram destaque dentro do cenário das Artes.

A Carioca Bruna Andrade começou a fazer ballet com 3 anos de idade, mas foi aos 13 anos, depois de ter sido reprovada na EEDMO pela professora Clélia Serrano que Bruna decidiu de fato que iria se dedicar ao Ballet Clássico. Foi como se Bruna estivesse precisando de uma atenção especial, de alguém que olhasse e notasse seu potencial. 

“- Ela disse que poderia ter me passado, mas decidiu me reprovar. Isso fez com que eu desejasse aquilo para mim. Decidi ser bailarina – reflete.”

E foi com 15 anos que ela então, após participar do Seminário Internacional de Dança de Brasília, ganhou uma bolsa de estudos para a Escola de Dança Tanzstiftung Birgit Keil diretamente pelas mãos da estrela do ballet alemão Birgit Keil. Formou-se em três anos, e foi contratada como solista pela sua atual companhia de dança, o Ballet Estadual de Karlshure, onde dançou os papéis principais de obras consagradas como “O lago dos Cisnes, La Bayadere, Coppelia e O Quebra Nozes.

Bruna como Odette em O Lago dos Cisnes (arquivo pessoal).

Com 27 anos, Bruna disputou com Alicia Amatriain, do Stuttgart Ballet e Sayaka Kado, do Ballet de Nuremberg pelo prêmio na categoria em que foi vencedora. O prêmio veio após o reconhecimento por sua atuação em “Der Fall M”, Obra do coreógrafo Reginaldo Oliveira, outro carioca, baseado na tragédia grega, Medeia.

Terminei de ler a matéria com uma indisfarçável sensação de contentamento. Não é orgulho, é certeza. A despeito de muitos que desacreditam no trabalho diferenciado que a escola proporciona, e no suor e potencial de cada aluno, a EEDMO continua sendo um dos principais celeiros de grandes artistas brasileiros. E nós alunos e ex-alunos, estamos no mundo e fazendo arte de qualidade!
Tradição e Amor, um viva a Maria Olenewa.

Luan Limoeiro

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Integração Entre a EDMO e o TMRJ

Maria Olenewa, bailarina russa, chega ao Brasil em 1918, em espetáculo da companhia de Anna Pavlova, da qual fazia parte. Ao retornar ao país em 1923, após atuar como bailarina e professora na Argentina – Teatro Cólon , junta-se a Mário Nunes, crítico teatral, fundando a Escola de Danças Clássicas do Teatro Municipal do Rio de Janeiro.

A escola foi a primeira profissionalizante do país, sendo oficializada pelo Theatro Municipal do Rio de Janeiro (TMRJ) em 1931, e em 1936 contribuiu para a formação da primeira geração de bailarinos do mesmo teatro. Vale ressaltar, que essa geração de 1936 foi inteiramente formada por bailarinos oriundos da escola. Continuando o processo de encaminhamento dos bailarinos da escola para o TMRJ, em 1937, Bronislava Nijinska – em visita ao Rio de Janeiro – indicou a bailarina e aluna da escola, Madeleine Rosay, que fora nomeada como primeira-bailarina.

A partir de então, muitos nomes de destaque passaram a fazer parte tanto da história da Escola quanto do Theatro. Podemos citar uma infinidade, dentre eles Mercedes Baptista, a primeira negra que integrou o Corpo de Baile em 1948, o eterno Dr. Coppelius Dennis Gray, que tornou-se Primeiro Bailarino em 1949, e as Primeiras Bailarinas, Bertha Rosanova, Tamara Capeller, Ady Addor, Ruth Lima, Eleonora Oliosi, Cristina Martinelli, Heliana Pantoja e Nora Esteves.

Mais tarde, Jacy Jambay, Luciana Bogdanish, Elizabeth Oliosi, Edy Diegues e Teresa Augusta também formadas pela escola, entram para o Corpo de Baile. As mesmas fazem parte do atual quadro de professores da Escola.

Grande parte do Corpo de Baile do Teatro é formado, hoje, por bailarinos provindos da escola. Os Primeiros Solistas Cícero Gomes, Deborah Ribeiro, Karina Dias, Priscila Albuquerque, Priscilla Mota, além das Primeiras Bailarinas Aurea Hammerli, Cláudia Mota, Márcia Jaqueline e Nora Esteves. Não podemos deixar de citar os grandes nomes por trás das produções, que também tiveram passagem pela EEDMO em sua formação, como o do atual Diretor Artístico do Ballet do Theatro, Sérgio Lobato, das ensaiadoras Marcia Faggioni, Norma Pinna e da professora Teresa Augusta, dentre muitos outros.

É com muito orgulho, que a atual escola do teatro carrega hoje em seu nome uma homenagem para a fundadora. A Escola Estadual de Dança Maria Olenewa (EEDMO) exerce seu papel fundamental, de ideologia de Maria Olenewa, de proporcionar bailarinos da escola não somente para a participação, como estagiários, nos espetáculos da Companhia do Ballet do TMRJ, mas também para a futura integração efetiva no Corpo de Baile do Theatro.

Dentre as produções mais recentes apresentadas como O Quebra Nozes, La Bayadère e Coppélia, os repertórios contaram com a presença dos alunos da EEDMO, dando continuidade a vontade de Maria Olenewa. O Theatro Municipal do Rio de Janeiro além de já ter contado com a presença dos alunos de sua escola, pode ter a certeza de que continuará contando com eles para as futuras produções.

Aline Lipszic Rzetelna – Formanda 2014