domingo, 24 de julho de 2016

Bate - papo com Márcia Haydée

Na última quinta-feira (21/07), a bailarina Márcia Haydée, atual diretora artística do Ballet de Santiago, no Chile, conversou com uma platéia interessada em conhecer sua trajetória. Este encontro realizado na Sala Mario Tavares (TMRJ) teve o apoio da Dell'Arte sendo mediado pelo professor de História da Dança Paulo Melgaço. Sua presença proporcionou grande inspiração e influência para a motivação da platéia que esteve presente. Todos os presentes tiveram a grande oportunidade de conhecer um pouco da história desta grande bailarina e diretora.

Márcia Haydée e nosso professor Paulo Melgaço
Durante o bate-papo ela falou da sua trajetória contando um pouco de sua carreira dentro do mundo de dança. Quando perguntada se os acontecimentos durante a sua vida podiam ser contados por ordem cronológica ela respondeu dizendo que levaria muito tempo até que ela contasse tudo o que aconteceu durante sua jornada de idade. Na direção do Ballet de Santiago há 12 anos, Márcia se demonstrou bastante carismática quando disse, brincando, que o segredo de estar tantos anos de sucesso na frente de companhia de ballet é simplesmente deixar os bailarinos cansados. Segundo ela, bailarinos gostam de palco e de atuação. Isto os motivam. “Coloque o bailarino pra dançar que ele fica feliz", diz Márcia em relação a seu jeito de dirigir.

Ficou nítido para a platéia que Márcia Haydée, por meio de palavras inspiradoras e carregadas de bastante energia, caracteriza-se por ser uma lenda viva da dança. Tendo uma carreira de muito sucesso ela dançou os mais diversos ballets, muitos criados para ela por nomes como Maurice Béjart, John Cranko e Jiry Kylián. Dessa forma, Márcia Haydée se tornou um nome importante no cenário internacional da dança. Com bastante naturalidade ela contou como atuou e teve contato com grandes bailarinos de expressões e renomes mundiais, grandes ícones da coreografia do mundo da dança, tendo por principal mestre, incentivador e inspirador de toda uma carreira John Cranko, ex-diretor do Ballet de Stuttgart, Alemanha.

Márcia Haydée e a aluna Maria Fernanda do 3° Médio

Sobre a sua relação de anos com o bailarino Richard Cragun, com quem foi casada por 16 anos, Márcia falou com muito afeto. "Se me dissessem que eu teria que pular de uma janela e Cragun estaria lá em baixo para me segurar, eu ia pular sem hesitar". Nesse comentário ela demonstrou em sua fala a grande sintonia e confiança que tinha com o bailarino. Mesmo após o término do casamento continuaram juntos nas apresentações de ballet.

Contou sua experiência no Ballet do Marquês de Cuevas após a morte de Cranko, foi quando quis desistir de tudo em relação ao ballet. Mas diante dos “caminhos” que a vida lhe proporcionou ela não conseguiu se afastar do mundo da dança e continuou produzindo, não somente como bailarina e também seguiu ao mesmo tempo a carreira de diretora de companhia de ballet. Pelas palavras dela parecia que uma força maior que ela a movia para a continuidade dos trabalhos no mundo da dança. Ao discorrer sobre sua experiência profissional com uma certa naturalidade Márcia Haydée revelou que ela nunca escolheu seus caminhos, mas quando os caminhos se abriram durante sua carreira ela sempre se lançou em percorrê-los com a “coragem de ter a liberdade de errar”, segundo ela mesma.

Márcia disse que após atender a um convite ela dirigiu, no ano passado em São Paulo, a sua versão de Dom Quixote. Esta foi por enquanto a primeira e única coreografia de Márcia para uma companhia brasileira, a São Paulo Companhia de Dança (SPCD). Enfatizou que sempre se deixou levar pela vida. Sendo a bailarina brasileira mais reconhecida internacionalmente, no atual caminho que ela trilha retornou recentemente ao Rio de Janeiro como diretora da companhia de Ballet de Santiago para apresentar o Ballet "Zorba, o Grego". Um ballet forte e enérgico, com a incrível trilha sonora de Mikis Theodorakis.

Do berço carioca para o mundo, para a platéia, após ouvir as palavras de Márcia Haydée, ficou a esperança de que um dia ela brinde e proporcione a dedicação de um pouco do seu renomado trabalho exclusivamente ao povo do Rio de Janeiro. Pelo o que foi constado durante a conversa só falta o convite a ela, ou um novo “caminho” que apareça a partir do interesse de uma companhia de dança carioca. Com isso o povo de sua cidade natal também poderia ter a grata oportunidade e o devido reconhecimento que o mundo já teve a oportunidade de prestigiar.

Márcia disse que após atender a um convite ela dirigiu, no ano passado em São Paulo, a sua versão de Dom Quixote. Esta foi por enquanto a primeira e única coreografia de Márcia para uma companhia brasileira, a São Paulo Companhia de Dança (SPCD). Enfatizou que sempre se deixou levar pela vida.

Márcia Haydée e alunos da EEDMO ao término do bate - papo


Maria Fernanda (3° Médio)
Juan Menezes (2°Técnico)

domingo, 17 de julho de 2016

Comemoração dos 107 anos do nosso Theatro Municipal

Neste ano de 2016 comemoramos os 107 anos deste símbolo ímpar de arte e cultura, nosso querido Theatro Municipal do Rio de Janeiro, que para celebrar nos presenteou com uma programação especial e gratuita. O aniversário do Theatro é anualmente comemorado no dia 14 de julho, e nossas apresentações aconteceram neste último dia 17, domingo, para todo o público, em três horários diferentes e inteiramente grátis.

Momentos antes da apresentação, com o Theatro já lotado para a apresentação de nossa Escola de Dança.

Nossa programação começou neste último dia 14, quinta feira, com visitas guiadas gratuitas ao nosso amado Theatro. No domingo, 17, tivemos um dia inteiro de comemorações que começou com grandes clássicos coreográficos e sinfônicos. A programação começou o Coro e a Orquestra Sinfônica do TMRJ, que homenagearam o compositor Carlos Gomes nos 180 anos de seu nascimento. Posteriormente tivemos apresentação de nossa renomada Escola de Dança Maria Olenewa, que contou com um programa recheado de coreografias assinadas por grandes coreógrafos: Dalal Achcar, Vassili Sulich, Eric Frederic, Silvana Andrade e Consuelo Rios. Como desfecho, tivemos a apresentação do 2° e 3° ato do apogético e um dos mais amados ballets românticos, O Lago dos Cisnes, por nosso Corpo de Baile, que teve a solista Mel Oliveira no papel duplo de Odette/Odile, Murilo Gabriel no papel do Príncipe Siegfried e Rodrigo Negri como o Bobo da Corte, sob direção artística das primeiras bailarinas Ana Botafogo e de Cecília Kerche.
Com o prolongamento dos festejos ao longo destes 4 dias, houve a oportunidade de  que um maior número  de pessoas pudessem conhecer um pouco mais sobre esse importante patrimônio histórico e cultural de nossa cidade e país.

Na foto, a grande fila que se formou em torno do Theatro para a apresentação.

Em mais um ano o aniversário do Theatro foi comemorado e quem ganhou o presente fomos nós. A participação de nossa Escola de Dança, neste domingo, abrilhantou ainda mais esta data tão especial. Theatro lotado, com uma grande fila que contornava o TM para assistir á todas  as atrações programadas, tendo como desfecho muitos aplausos e o sucesso absoluto, característico de nossas apresentações, que como sempre levaram a emoção e a tradição metodológica de ensino de nossa Escola a todos os presentes. A comemoração dos 107 anos de existência deste tão precioso ícone, não somente arquitetônico mas também cultural e artístico foi, do início ao fim, permeada pela paixão e entrega de cada um dos envolvidos: nossa querida diretora Maria Luisa Noronha, todos os professores, ensaiadores, alunos, e aos demais funcionários de nosso corpo docente. Foi um grande sucesso. O Tour En’Lair deixa aqui registrada sua gratidão a cada um por tão intensa dedicação. É uma honra, para cada um de nós, alunos da Escola Estadual de Dança Maria Olenewa, fazer parte desse presente e dessa história que será contada futuramente. 

Theatro lotado, ao término de nossa apresentação, prestigiando nossa Escola de Dança.


Clara Judithe e Sabrina Roberti (1° Técnico)

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Arrumando a festa...

Ontem, dia 14, o Theatro Municipal do Rio de Janeiro completou 107 anos encantando plateias e proporcionando cultura ao povo carioca. Em função da data, esse domingo será de comemoração: todos os corpos artísticos e a Escola Estadual de Dança Maria Olenewa irão se apresentar nesse lindo palco com entrada franca.

Programação do aniversário de 107 anos do Theatro Municipal.

Participar da festa ao lado do Coro, da Orquestra e do Ballet do Theatro Municipal nos enche de orgulho, pois é uma forma de reconhecimento da trajetória da Escola, desde Maria Olenewa, e de sua relevância na história do Theatro e do próprio corpo de baile.
Como não poderia ser diferente, toda a Escola está empenhada em fazer o seu melhor em cena e para isso, o trabalho não é pouco. Após um pouco mais de uma semana de paralisação, os ensaios e aulas voltaram a mil por hora e o clima de ansiedade já está nos corredores.As coreografias que serão vistas esse domingo foram dançadas recentemente no espetáculo da Amadança, porém com algumas modificações de elenco: outros alunos terão a oportunidade de se apresentar.
No decorrer dessa semana, todo dia é dia de ensaio: alunos chegando mais cedo e saindo mais tarde, tem sido a realidade da Escola nesse momento. A cada dia que passa a responsabilidade só aumenta: é preciso se superar ainda mais, afinal, a plateia merece e espera por isso.

Na foto, ensaio de "Fantasia Brasileira" de Éric Frédéric, e ensaiadora Paula Albuquerque.

Para mostrar como anda o clima da Escola e a preparação de nossos bailarinos o Tour traz alguns depoimentos:
“Esse ano está sendo muito importante para mim, pois além de ser o ano da minha formatura, estou tendo a oportunidade de dançar mais vezes no palco do TMRJ, um dos lugares mais lindos que já vi na minha vida. Então, poder dançar nesse palco mais uma vez, no dia 17, junto com toda a EEDMO, será muito gratificante. Estou me preparando arduamente para esse espetáculo, junto com meu amigo Luan, que também irá se formar esse ano. Ensaiar um pas de deux húngaro tem sido uma experiência incrível de muito aprendizado, pois além da técnica de ballet clássico, é uma coreografia que envolve o estilo de dança caráter; então, para conseguir interpretá-la, tive que interiorizar esse estilo, o que foi um grande desafio. Enfim, só tenho a agradecer pela chance de dançar na comemoração do TMRJ, que faz mais um ano de existência. Parabéns para essa instituição que valoriza a arte no nosso país! Estou muito animada e positiva para domingo e espero que seja um ótimo espetáculo!
Formanda Amanda Marinho (dançará o Pas de Deux Húngaro com o também formando Luan Limoeiro)


“É incrível pensar que a Escola tem a chance de dançar na comemoração dessa data tão importante. Depois de muitos ensaios, estou ansiosa para a apresentação domingo!”
Tabata Sales, 1° técnico (dançará “Hino” e “Composição”)

Ensaio dos pax de deux da coreografia "Fantasia Brasileira" de Éric Frédéric.

“Tradição é uma das palavras chaves da nossa escola de dança. E, se tratando dela, todos os anos nós, alunos, temos a oportunidade de mostrar um pouco mais do nosso trabalho na tradicional comemoração do aniversário do TMRJ. Das oportunidades que nós temos de estar em cena no palco do tão amado Theatro Municipal, onde grandes nomes e estrelas da arte estiveram, é uma emoção única. Por isso, aproveitamos esse momento para nos dedicar durante os ensaios e levar ao público o melhor da nossa Escola de Dança. Estamos na semana do espetáculo, e, sabendo disso, tento eliminar a ansiedade e o nervosismo, buscar cada dia mais concentração e descansar o corpo e a mente, pois só assim será possível me entregar a dança com a expectativa de agradar ao público! Convido à todos para conferir a imperdível programação do aniversário do Theatro Municipal do Rio De Janeiro. Não percam!”
Anna Beatriz Marques, 2º técnico (solista em “Composição”)


“O Theatro Municipal irá comemorar os seus 107 anos e eu só posso esperar o melhor pelo o esforço de todo grupo, os convidados aplaudindo em reconhecimento ao nosso trabalho, o valor de nossos professores, a vocação transformada em movimento de cada um de nós, o empenho da direção da escola e a colaboração e entusiasmo de quem elabora e participa de qualquer forma para o brilhantismo do espetáculo. Tenho também, a expectativa de que o teatro lote, que as pessoas valorizem a Cultura do ballet e isso resulte numa maior frequência de abertura das portas do Teatro Municipal para que nós, alunos da Escola Estadual De Dança Maria Olenewa, tenhamos mais oportunidades de se apresentar nesse maravilhoso palco.Tivemos algumas dificuldades em relação ao tempo de ensaios devido a complicações e paralisações por causa do atual momento em que o Brasil se encontra, mas o Theatro Municipal junto com a Escola Estadual De Dança Maria Olenewa, calcados na nossa nossa vocação e na dos nossos mestres, é muito maior do que qualquer crise. ”Luana Letícia Magalhães Macedo, 3° médio (dançará “Mazurka”)


Na foto, ensaio do ballet "Mozart" de Dalal Achcar, e ensaiadora Paula Albuquerque.

Programação: Hino (ensaiadora: Paula Albuquerque), Pas de Deux Húngaro (ensaiadores: Amanda Peçanha e Victor Ciattei), Mozart, (ensaiadora: Paula Albuquerque) Mazurca, (ensaiadora: Silvana Andrade) e Composição (ensaiadora: Amanda Peçanha)

Na foto, os bailarinos Renner Moraes e Thatyanna Oliveira (ambos 3° Técnico) no ensaio do 2° movimento do ballet "Composição" de Consuelo Rios, e ensaiadora Amanda Peçanha.

O Tour deseja a todos um maravilhoso espetáculo! Que todos aproveitem da melhor forma o prazer que é contribuir na história de casa tão importante para a dança no país.

Maria Luisa Patury - 1° Técnico

terça-feira, 12 de julho de 2016

Ópera Orfeu e Eurídice - Inovação

Inovação é a palavra mais adequada para descrever a Ópera Orfeu e Eurídice que tem sua última récita marcada para hoje às 20h no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
Com a composição do alemão Christoph Willibald Gluk (1714-1787), assinatura de Caetano Vilela que é responsável pela concepção, iluminação e encenação, figurinos idealizados por Cássio Brasil, Cenografia de Duda Arruk, coreografia de Tania Nardini e direção musical de Abel Rocha, a obra tem dividido as opiniões da crítica que ora parece embevecida por, enfim, ver uma ópera com frescor e ideias mais contemporâneas, ora apegada ao ideal clássico, onde a forma parece importar mais que o sentido.

Entretanto, pelo simples motivo da Ópera estar em cartaz devemos considerar que um verdadeiro "milagre" aconteceu, já que sua estreia foi adiada por uma semana em virtude da paralisação de todo o corpo artístico da casa, devido ao atrasado do pagamento da última parcela do salário do mês de maio, o que fez com que o processo de montagem do espetáculo sofresse um grande golpe, causando uma certa falta de coesão entre os artistas por algum tempo.



Cena do 2° ato - Reino das Fúrias

Motivo de alegria para toda EEDMO é o fato de que alguns de seus alunos estão presentes em todas as cenas do Ballet.
Mais uma vez a nossa Escola renova sua parceria com o Corpo de Baile da casa e presta um serviço de vital importância e, modéstia parte, grande valor cênico.



Integrantes do ballet junto do Diretor Caetano Vilela e do Maestro Abel Rocha

Os alunos incorporam personagens pouco convencionais nas obras de ballet clássico, como na cena do segundo ato, que começa no reino das "Fúrias", exigindo deles movimentos animalescos e uma interpretação madura.

Luan Limoeiro caracterizado de Fúrias (2° ato)
Foto: Mônica Barbosa

Outro ponto forte do ballet é a "Dança dos Espíritos Abençoados" onde a aluna, do Terceiro Técnico, Amanda Marinho acompanhada do aluno, do Primeiro Médio, João Pedro Monsores encantam o público com um Pas de Deux suave e cativante.


Amanda Marinho e João Pedro Monsores, dançam o Pas de Deux
para Orfeu , vivido por Denise de Freitas




A Ópera se despede hoje, deixando em nossos alunos uma experiência muito rica e a certeza de que nossa Escola oferece as melhores vivências dentro da dança no nosso país.

Luan Limoeiro - 3° Técnico