segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Maria Luisa Noronha: 28 anos como diretora

Dirigir uma das Escolas de Danças mais importantes do país é tarefa para poucos; até porque em função do peso de seu nome e por estar vinculada a uma das mais importantes companhias de Ballet do país (O Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro) os seus rumos estão diretamente ligados ao futuro do ballet no Brasil. O cargo exige alguém com uma trajetória muito consistente e uma experiência que ultrapasse os ensinamentos técnicos da dança clássica. Permanecer por tanto tempo a frente desse imenso desafio é algo mais grandioso ainda. E foi aceitando essa responsabilidade que desde 1991, Maria Luisa Noronha levou adiante a EEDMO com muita vivacidade, dedicação e energia.

Professores, alunos e demais funcionários da EEDMO reunidos em homenagem à nossa amada diretora.

“ Um dia cercou-se de mim e pediu aulas de ballet. Nesse tempo, eu ainda não ensinava. Era plenamente primeira bailarina com minhas grandes responsabilidades e tinha um estúdio no meu apartamento com barras e espelhos, apenas para o meu auto aperfeiçoamento. Mas o entusiasmo da menina me cativou e assim, ela se tornou minha primeira aluna e eu sua primeira pofessora.”
(Tamara Capeller, ex- primeira bailarina do BTMRJ. Depoimento retirado do Vídeo-homenagem à diretora da Escola Estadual de Dança Maria Olenewa, Maria Luisa Noronha, produzido em 2007 por Paulo Melgaço e Beth Oliosi)


Maria Luisa teve como primeira professora de ballet, através de sua própria insistência, Tamara Capeller, uma das mais importantes bailarinas brasileiras da década de 1950.
Logo após, passou a estudar com o professor russo Pierre Klimoff e foi nesse ambiente que se deu o encontro com Dalal Achcar, que viria a ser sua grande amiga e parceira profissional. Em 1956, Dalal Achcar fundou a Associação de Ballet do Rio de Janeiro, uma companhia formada por jovens, dentre eles, a própria Maria Luisa, Miríam Guimarães, Ismael Guizer, entre outros. Além de integrar a companhia como bailarina, nossa diretora também assumiu o cargo de secretária excecutiva, já evidenciando seu gosto e talento pelas atividades que ocorrem fora dos holofotes.



Nossa diretora Maria Luisa juntamente com funcionários EEDMO.

“Quando Maria Luisa foi nomeada diretora da Escola, nós ficamos apreensivos. Nós vínhamos de uma direção de muito tempo da Lydia Costallant e a Tânia Granado era uma continuação da “tia Lydia”. Eu, particularmente não a conhecia, nem pessoalmente. Ela chegou com seu jeito meigo e eu fiquei preocupada se haveria uma grande mudança na Escola. Mas um fato me chamou muita atenção: a Escola precisava de obras e resolvemos fazer uma rifa e eu assisti a Maria Luisa tirar uma pulseira de ouro do braço, larga, bonita grande…e colocar pra rifar a pulseira em benefício da Escola. Nesse momento, eu entendi que a gente tinha uma pessoa muito especial como Diretora da Escola. Ela é uma pessoa que nos respeita, respeita profundamente o trabalho dos professores e tem um coração muito grande. Além disso, super bem educada; então qunado ela tem que dizer não pra gente, ela diz de uma maneira tão educada que a gente nem liga. Ouve e pronto”
(Edy Diegues, ex professora da Escola. Depoimento retirado do Vídeo-homenagem à diretora da Escola Estadual de Dança Maria Olenewa, Maria Luisa Noronha, produzido em 2007 por Paulo Melgaço e Beth Oliosi)

Nesses 25 anos a serviço da Escola, Maria Luisa deixou sua marca e trouxe enormes contribuições, colaborando para que ela pudesse continuar sendo uma referência e servindo de celeiro para abastecer a Companhia de Ballet do Theatro Municipal.

Enquanto era homenageada nossa diretora foi tomada pela emoção.

“Dona Maria Luísa Noronha foi uma ótima diretora nesses últimos tempos, e foi uma das pessoas que fez muito por mim. Ela é uma daquelas pessoas super importantes que sempre que eu precisar de ajuda ela irá me ajudar na medida do possível. Está sempre querendo o melhor para todos, além de ser um doce de pessoa. Aprendi muito com ela a valorizar o ballet clássico como ele deve ser valorizado, ou seja, como arte, por que o ballet é uma arte que está perdendo a sua essência, me ensinou também a diferenciar a ARTE de "CIRCO".
(Manuela Medeiros, formada em 2015 e atualmente integrante da Escola Bolshoi no Brasil, em Joinville)


Durante esse período (seus 25 anos de direção ininterrupta), diversos bailarinos tornaram-se profissionais da casa, podemos destacar: Deborah Ribeiro e Paula Mendes, formadas em 1993; Raquel Ribeiro, formada em 1994; Anderson Dionísio e Melissa Souza, formados em 1995; Karina Dias e Márcia Jaqueline (Primeira Bailarina do BTMRJ), formadas em 1996; Marguerita Tostes, formada em 1998; Priscilla Mota (formada em 2001), Caroline Gil (formada em 2015), entre outros. Podemos destacar também diversos ex-alunos que hoje atuam fora do país, por exemplo: Letícia Oliveira(1993), Primeira Bailarina do Houston Ballet; Roberta Marquez (1994), Primeira Bailarina do Royal Ballet de Londres e Jonatas Albuquerque (1996), integrante do Ballet da Holanda.

“ A Maria Luisa foi sempre muito importante na minha formação clássica porque sempre me apoiou, sempre esteve acompanhando meu desenvolvimento na Escola. Quando eu me formei, eu era muito nova porque pulei alguns anos, me formei aos 14 e não podia entrar no Theatro porque só aceitavam com 16 anos. Então a Lulu permitiu que eu ficasse mais um ano na Escola até dá a idade de eu ir pro Theatro. Só que ela se propôs, na época o Jair, a conversar com ele e conseguir um estágio pra mim. Ele aceitou e aos 14 anos de idade eu entrei pro Theatro, estagiei e hoje sou bailarina profissional, faço primeiros papeis, atuo como primeira bailarina a três anos no Theatro e eu sou muito grata pela Lulu porque ela fez um papel enorme dessa trajetória que eu fiz da Escola até o Theatro Municipal.” 
(Marcia Jaqueline, atualmente Primeira Bailarina do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Depoimento retirado do Vídeo-homenagem à diretora da Escola Estadual de Dança Maria Olenewa, Maria Luisa Noronha, produzido em 2007 por Paulo Melgaço e Beth Oliosi)

“Eu escolhi a Lulu como madrinha não foi atoa, posso dizer que grande parte da minha formação eu devo a ela, que sempre acreditou no meu potencial como bailarina. Agradeço por ter tido a oportunidade de fazer parte da EEDMO durante toda a sua administração, hoje, formada vejo que além de uma diretora eu tive uma amiga, uma professora, uma mestra, e acima de tudo uma incentivadora. Foram 9 anos de aprendizado constante e pude perceber o quanto o trabalho dela me impulsionou pra que hoje eu chegasse a ingressar em uma companhia tão renomada como a companhia do TMRJ . A ela toda a minha gratidão e admiração.”
(Caroline Gil, formada pela EEDMO em 2015 e hoje, integrante do Corpo de Baile do BTMRJ)


“Minha eterna reverência, gratidão, amor e admiração a você minha diretora e madrinha, sou o bailarino que sou hoje, graças a você, obrigado por toda oportunidade e confiança. Maria Luiza Noronha nos faz não apenas sonhar, nos faz realizar, fui feliz a cada segundo na EEDMO. Quando entrei na sala de audição, trêmulo, inseguro, olhei pra você, e com um olhar meigo e um sincero sorriso me disse "calma menino". Ah Lulu vou sentir sua falta, a EEDMO irá sentir sua falta, falta de sua sinceridade, amor, dedicação e cuidado. Salve nossa diretora, salve nossa eterna e única Maria Luisa Noronha.” 
(Felipe Vianna, aluno do 1° técnico)

Além de bailarinos e artistas competentes e reconhecidos, a Escola se destacou por formar professores com qualidade e comprometimento. Atualmente, nosso corpo docente é constituido por alguns ex-alunos da Escola, formados durante a sua gestão, como os professores Victor Ciattei, Amanda Peçanha, Paula Albuquerque e Karina Dias.

“Conheço a professora Maria Luisa desde os meus nove anos de idade. Fiz toda a minha formação sob sua direção. Minhas lembranças são muito boas: sempre sorrindo, cumprimentando a todos quando passava pelos corredores da escola e mantendo-se muito acessível aos alunos e seus responsáveis. Em particular, tive maior contato e proximidade com a "Lulu" nos anos técnicos. Eu trabalhei no Ballet Jovem e ela fazia de tudo para que eu pudesse conciliar a escola de dança com a companhia. Lembro-me com carinho dos ensaios em sua presença. Conseguia sentir o carinho dela por mim. Uma vez, quando eu estava ensaiando a variação de Paquita ela me disse: " Amandinha, vou te passar um batom vermelho se você não sorrir! " Era sempre divertido...

Como professora não foi muito diferente. Quando fui trabalhar na escola (convidada pela Maria Luisa), tive apoio e fui recebida com carinho. A Lulu sempre se mostrou muito disponível para ouvir aos professores e funcionários da escola. Não temos receio em nos dirigirmos a ela. Esse espaço entre nós, nunca me pareceu distante. Por me conhecer desde pequena, Maria Luisa se sente muito a vontade para me fazer qualquer tipo de crítica. Se tiver que me chamar atenção, ela chama e pronto! O que, para mim, foi um pouco difícil no início, por ter iniciado minha carreira como educadora muito jovem. Hoje em dia, ouço melhor, vejo melhor e consigo compreender o seu ponto de vista.
Maria Luisa foi muito importante para a história e crescimento da nossa amada Escola e formou gerações de bailarinos que hoje se encontram nas mais diversas e tradicionais companhias e escolas, assim como eu.
Lulu, à você, minha eterna amizade, gratidão e carinho por tudo que significas para mim, e por tudo que representas para a escola de dança. ”
(Amanda Peçanha, formada pela Escola e, atualmente, professora)

Todo esse sucesso e conquistas que se deram na sua gestão são certamente, fruto de uma grande vocação para a liderança e de uma vasta experiência não só no campo da técnica clássica mas em todos os processos fundamentais para a arte acontecer. O trabalho como bailarina, remontadora, produtora, escritora/colunista mostra como é uma profissional completa e com capacidade de olhar através de diversos ângulos. Sua trajetória também é um exemplo pois demonstra a importância de manter-se atualizada, de buscar novos desafios, de estudar e amar o que faz.

Toda Escola de Dança reunida para homenagear nossa amada diretora.

Dona de uma grande energia, ousadia e espontaneidade a senhora foi fundamental para a construção de uma escola de qualidade que forme bons profissionais e cidadãos. Sua contribuição extrapola seu conhecimento sobre a técnica, pois pela sua história percebe-se sua consciência com relação a importância de uma bagagem cultural para a formação de um bailarino e por isso, sempre incentivou iniciativas que contribuam nesse sentido.Toda despedida, por guardar memórias de tempos felizes, tende a se tornar triste; No entanto, sua passagem por aqui foi tão frutífera e marcante que sua essência, seus projetos e seus frutos continuarão tornando-a presente.

Obrigada por tudo !


Na foto, a espontaneidade do sorriso que cativou a todos nós !


Maria Luiza Patury - 1° Técnico
Fotos: Raphael Cindra
  





segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Volta as aulas na EEDMO

Após três longas semanas de férias, para que as energias fossem renovadas durante os tão esperados Jogos Olímpicos, a EEDMO está ansiosa e preparada para retomar as aulas normalmente a partir desta terça feira, dia 23. Tivemos um longo 1° semestre com duas grandes apresentações e agora é a vez de se preparar para o encerramento de nosso ano letivo: as provas estão chegando juntamente com a nossa apresentação de final de ano!
Tendo como objetivo sempre ir mais longe e aprimorar e melhorar o nível técnico e artístico, desejamos uma ótima volta às aulas e que nossos alunos possam aproveitar imensamente cada aprendizado, correção e conselhos de cada um dos nossos amados e renomados professores, primando sempre pela evolução !

Professora Márcia Faggioni demonstrando passo para a turma do 1° ano Técnico.


Tabata Salles e Clara Judithe (1° Técnico)
                                               

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Coreologia, uma arte !

Com o fim do 2° Bimestre, mais um ciclo se encerra na Escola Estadual de Dança Maria Olenewa (EEDMO), e motivos não nos faltam para comemorar e considerar esse primeiro semestre um sucesso. Nossos alunos puderam, além das aulas práticas, ter contato com uma variedade de novos conhecimentos, como é o caso das turmas do 2° ano Médio que através das aulas de Comportamento e Atitude Profissional na Dança, ministrada pela professora Beth Oliosi, aprendeu um pouco sobre Coreologia

O que é coreologia?
A palavra coreologia significa ciência da dança e todas as formas de movimento humano, tendo suas raízes nas palavras gregas: chorea = dança/ logo = estudo.

A coreologia tem como objetivo a anotação dos movimentos de dança, visando preservar a sua originalidade e descreve-lo através de uma escrita própria para que qualquer pessoa (com o conhecimento da coreologia) possa conhecê-los sem que tenha visto alguém executá-los.

Criada na Inglaterra em 1955 por Joan (Bailarina) e seu marido, Rudolf Benesh (Matemático), recebendo o nome de Benesh Movement Notation. O método foi imediatamente adotado pela “Royal Ballet” e sua escola de dança.

Na foto o casal Joan e Rudolf  Benesh em 1972.

No final dos anos 60, esse método passou a ser usado como instrumento de pesquisa antropológica, como ferramenta de análise de diferentes grupos sócios culturais e, por fisioterapeutas na análise e gravação de movimentos para posterior estudo e melhora dos paciente. Hoje multiplicada ela alcança não só coreógrafos que através de suas notações percebem as nuances de uma interpretação, como também estudantes de dança que utilizam a do Benesh Movement Notation para entender e melhorar o vocabulário dos movimentos; professores para gravar planos de aulas; companhias do mundo inteiro para gravar e manter o trabalho de repertório; óperas e musicais preservando a originalidade nos ensaios e remontagens;e na indústria cinematográfica onde contribui para planos e gravação dos movimentos.

Sendo assim, todo anotador profissional de dança pelo método B.M.N. é chamado de Coreólogo.



Desde 2009, após ser sugerido pela própria professora Beth Oliosi, a matéria vem sendo aplicada em nosso currículo escolar.

“ Sendo sugestão minha e aceita por nossa diretora Maria Luisa Noronha. Neste mesmo ano convidei a profa. Cristina Cabral - Coreóloga efetiva do Corpo de Baile do TM - para ministrar aulas para a turma da minha responsabilidade, (2° ano Médio) como matéria complementar e ilustrativa das possibilidades de carreiras importantes paralelas e inseridas no estudo do ballet. Assunto que cito com frequência em minhas aulas. Nos últimos anos temos visto crescer entre os alunos o interesse neste aprendizado, fato que nos alegra e estimula no crescimento de uma escola cada vez mais preocupada com o aprimoramento dos seus alunos.” - Beth Oliosi

E assim como muitas parcerias vindas da nossa fundação Theatro Municipal, tivemos a honra de termos como membro de nosso corpo docente ‘temporário’ a Coreóloga, Cristina Cabral.


Coreóloga oficial do CBTMRJ, Cristina Cabral.

Bailarina formada pela EEDMO, Cristina Cabral, cursou fisioterapia logo ao terminar a escola. Iniciou seus estudos de coreologia no “Benes hInstitute” em Londres, tendo a oportunidade de conhecer o diretor Administrativo do “Royal Ballet”, Tom Marc Arthur e a principal representante do “Institute Benesh”, Monica Parker.

Ao retornar ao Brasil em 1983, pôde colocar em prática sua formação na área coreológica ajudando Faith Worth na remontagem do ballet “La Fille Mal Gardée” no Theatro Municipal, sendo nomeada pela direção após este trabalho como Coreóloga oficial do Corpo de Baile.
E com isso são 8 anos dessa forte e importante parceria, que nos proporcionou grande aprendizado junto á dedicada e carinhosa Cristina Cabral.

Ainda restam algumas dúvidas de como funciona a coreologia? Temos algumas fotos que poderão acabar com essa curiosidade.

A professora Cristina Cabral e alunos durante a aula de coreologia.

Turma do 2° Médio durante a aula de coreologia.


Renner Moraes (3° Técnico)

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Cultura Artística Brasileira nos Jogos Olímpicos Rio 2016

Cerimônia de Abertura

Com a realização dos Jogos Olímpicos Rio 2016, os meios artísticos não podem deixar de comemorar, pois os Jogos têm proporcionado a chance de apresentar mundialmente a diversidade cultural existente em nosso país. Na Cerimônia de Abertura podemos citar a grandiosa oportunidade da coreógrafa Deborah Colker em coreografar o evento. Na abertura houve dança contemporânea, capoeira, funk e passinho, o folclore do Maracatu, o nosso samba, etc. Além da presença da Deborah, o Tour En L’air e o público da dança em geral, não poderiam estar mais felizes em saber que Priscilla Mota, formada pela Escola Estadual de Dança Maria Olenewa e atual primeira solista do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e Rodrigo Negri, também primeiro solista do TMRJ, também estão tendo a oportunidade de participar deste magnífico e marcante evento.



Através de indicações Priscilla Mota e Rodrigo Negri, receberem um convite do Comitê Olímpico Internacional (COI). Assim puderam ser idealizados trabalhos como: show permanente da Empresa Omega na Cidade do Samba e no Box no Rio Centro, intervenções no Tour da Tocha Olímpica no Rio de Janeiro para o Bradesco, ações para a Coca-Cola e também para o Mc Donalds, patrocinadores oficiais dos Jogos Olímpicos. A visibilidade que o carnaval traz com as Comissões de Frente, proporciona o grande interesse de empresas internacionais. E não só as Olimpíadas e o Carnaval, eles também fizeram parte dos eventos da Copa do Mundo e da Copa das Confederações, pois os seus trabalhos estão sempre envolvidos com as confederações internacionais do esporte como para a CBV (Confederação Brasileira de Vôlei), Grand Prix de Vôlei e para o Campeonato Mundial de Judô, trabalhos sempre são realizados no Brasil, além de alguns trabalhos à CB.


Priscilla Mota e Rodrigo Neri

O Tour En L’air parabeniza as grandes realizações dos coreógrafos e de todos os envolvidos no evento e espera que todo esse trabalho seja reconhecido tanto pelo povo brasileiro quanto mundialmente. Além disso devemos um grande agradecimento à Priscilla e Rodrigo que mesmo com o tempo apertado se disponibilizaram a conversar conosco para a realização dessa matéria. Esperamos também que os Jogos Olímpicos, independente do local onde ocorram possam sempre gerar um passo a frente para a arte em geral e deixem assim um legado cultural para toda a Terra.



Diovana Piredda (1° técnico) e Maria Fernanda Antunes (2° técnico)

domingo, 7 de agosto de 2016

Trilogia Amazônica

 Simultaneamente com a efervescência cultural ocasionada pela ocorrência das Olimpíadas em
nossa cidade, os amantes da arte, em especial da dança, também são privilegiados neste ano
com a apresentação da temporada do Ballet “Trilogia Amazônica”, movimento coreográfico
que evoca e homenageia o folclore brasileiro. A Trilogia conta com coreografia de 3 grandes
coreógrafos brasileiros escolhidos por Ana Botafogo e Cecília Kerche, diretoras do Ballet do
Theatro Municipal: Daniela Cardim responsável pela coreografia do 1° ato, Uirapuru, baseado
em uma lenda folclórica sobre um índio guerreiro que por amor é transformado em pássaro;
Luiz Fernando Bongiovanni , que coreografou o 2° ato da trilogia, Erosão, que remonta a
origem do Rio Amazonas; e do brasileiro, primeiro bailarino do American Ballet Theatre,
Marcelo Gomes que coreografou Alvorecer, ato final da Trilogia, inspirando – se nas festas de
bumba meu boi do Nordeste e do estado de Amazonas. Consumando a proposta de um balé
de temática nacional, temos a Orquestra do TMRJ sob regência de Tobias Volkmanns, na
condução de uma das obras do consagrado maestro Heitor Villa Lobos, que voltam  a ser
dançandas por nosso Corpo de Baile.


“Uirapuru” recebe música de Villa-Lobos e seu roteiro original é inspirado na lenda amazônica. Quaraçá, grande índio guerreiro de sua tribo, apaixonado por Anahí, índia prometida ao cacique, não aguentando mais sofrer por amor, pede ajuda ao deus Tupã que o transforma neste pássaro de canto magnífico. A coreógrafa enfoca na história de amor dos dois após a transformação em uirapuru, tendo traduzido em cada movimento a essência desse sublime sentimento. Daniela Cardim já foi bailarina do Corpo de Baile do Theatro Municipal e atualmente trabalha em Londres, porém veio ao Rio de Janeiro para montar pela primeira vez no Brasil sua nova coreografia.

CBTMRJ e Daniela Cardim após "Uirapuru"

“Erosão” foi inspirada na lenda indígena recolhida por Barbosa Rodrigues que conta a história da origem do Rio Solimões e Alvorada que foi descrita pelo compositor como a alvorada/libertação no interior do Brasil. Inspirado no Brasil de atualmente, a coreografia é intitulada como “erosão” por diversos motivos e pode ser reinterpretada em um amplo . sentido, desde seu modo literal até a percepção pessoal de cada um. Bongiovanni é um dos nomes mais reconhecidos do país por suas obras contemporâneas. “(...)meu intento foi que os bailarinos do Theatro Municipal fossem companheiros de uma jornada e não intérpretes de uma idéia pessoal, nos levou a pensar no seu título sob alguns sentidos diversos”.


Priscilla Mota em "Erosão"


E, por último, “Alvorecer”, com música “Amazonas” uma das obras mais reverenciadas de Villa-Lobos. Marcelo Gomes, consagrado por suas atuações no ABT, coloca toda sua sensibilidade e vivência como bailarino no ato de coreografar. Nascido em Manaus, trouxe da sua infância recordações que o inspiraram nesta composição que conta mais uma vez uma lenda, tendo como foco os grandes bois da Amazônia, traço folclórico- cultural de caráter popular e extremamente importante para a história de seu povo: o Boi-Bumbá do nordeste e o Boi de Parintins do Amazonas. Retrata o nascimento do boi de Sinhazinha, filha do fazendeiro mais rico da região. Predestinados a se conhecerem, durante o nascimento do boi, Pajé e Cunhã Poranga se encontram e celebram este acontecimento. Durante uma tempestade o Pajé recebe de Tupã uma mensagem dizendo que algo terrível aconteceria, e o boi acaba morrendo. Porém graças ao amor de Sinhazinha e á dança do Pajé, o boi milagrosamente ressuscita. Temos um ato povoado pela vivacidade de cores vibrantes, que se materializam esteticamente no cenário e nos figurinos, além da ingenuidade representada na figura das crianças, alunos da EEDMO, que participam deste ato.



CBTMRJ e Marcelo Gomes depois de "Alvorecer"


A platéia saiu extasiada diante da atuação do nosso corpo de baile, com destaque a magistral
interpretação dos nossos primeiros bailarinos (Cícero Gomes, Moacir Emanuel, Filipe Moreira,
Márcia Jaqueline, Cláudia Motta e Karen Mesquita) que imprimiram aos seus respectivos
personagens suas singularidades, personificando a genuína essência brasileira ao longo de
cada ato. Ademais, em “Alvorecer” contamos ainda com a singela participação de alguns alunos
de nossa Escola de Dança (Adriel Cascelli, Clarice Souto, Lucas Monteiro, Sophia Mello,
Eduarda Drumond, Gabriela Maroto, Isabele Santos, Julia Santos, Nandi Cumarú sob a
responsabilidade da professora Paula Albuquerque) que foram privilegiados com a missão de
interpretar a versão infantil dos personagens principais e com a honra de dividir o palco com
os Primeiros Bailarinos do TMRJ, além da experiência inesquecível de ensaios e do contato
direto com o primeiro bailarino do ABT e coreógrafo do 3° ato da Trilogia, Marcelo Gomes.
Três peças inéditas, que mesclam o popular e o erudito, criadas por coreógrafos com carreiras
consolidadas no cenário mundial da dança, que sem sombra de dúvida se apresentam como um programa que dá orgulho do Balé do Theatro Municipal.



Clara Judithe - 1º técnico
Tabata Salles - 1º técnico

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Honra que somente os alunos da EEDMO têm !

Neste mês de agosto, simultaneamente a ocorrência das olimpíadas, temos a apresentação do ballet "Trilogia Amazônica" em nosso Theatro Municipal, contando com coreografia de Daniela Cardim, Luiz Fernando Bongiovanni e Marcelo Gomes, música do grande compositor brasileiro Heitor Villa - Lobos e direção artística de Ana Botafogo e Cecília Kerche. 

Seguindo a tradição, temos um majestoso espetáculo sendo apresentado na casa e mais uma vez nos orgulhamos em ver em cena alunos de nossa Escola de Dança. A participação especial  de nossos pequenos se dá no 3° ato da Trilogia, Alvorecer, coreografado por Marcelo Gomes, Primeiro Bailarino do American Ballet Theatre e grande estrela no mundo da dança.

Na foto, a professora Paula Albuquerque com os alunos da EEDMO no camarim.

Os alunos privilegiados tiveram a honra de um dia-a-dia de contato direto com Marcelo Gomes, além de ensaios com nosso Corpo de Baile, e a oportunidade única de dividir o palco com os Primeiros Bailarinos do Theatro Municipal do RJ. Mais uma vez a EEDMO proporciona a seus alunos oportunidades a mais de vivência artística e expressiva da dança, com profissionais renomados, conduzindo e tornando real nosso contato com grandes nomes da dança no cenário mundial. Realizando sonhos e agregando tanto valor aos nosso currículos, privilégio que só os alunos da EEDMO têm !

O aluno da EEDMO, Adriel Cascelli, ao lado do Primeiro Bailarino do TMRJ, Moacir Emanoel.

Clarice, aluna da EEDMO, juntamente com a Primeira Bailarina do TMRJ, Márcia Jaqueline.


Clara Judithe - 1° Técnico