segunda-feira, 30 de maio de 2011

Coreologia


 Profª Cristina Cabral - coreológa do Corpo de baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, ministrou aulas  para as alunas do 2º ano médio da EEDMO.
Cristina formada em Londres pelo The Benesh Institute.

   O Instituto Benesh Movement Notation O Instituto Benesh (BI) é o centro internacional de Benesh Movement Notation (BMN). Foi fundada em 1962 para promover, desenvolver e oferecer educação em Benesh Movement Notation. Ele funciona como um organismo examinador e um centro profissional e é responsável pela coordenação do desenvolvimento tecnológico mundial e evolução do sistema de notação.

   BMN é um, preciso e versátil sistema de escrita concisa para gravar todas as formas de movimento humano . Foi inventado por Rudolf e Joan Benesh e foi publicado pela primeira vez em 1956. BMN é mais amplamente utilizado na gravação e reestadiamento de dança trabalhos em que se provou inestimável tanto como um-a-dia de ensaio ferramenta de dia e como um meio de preservar o nosso património de dança.Ao contrário do vídeo, que registra uma perfomance especial e interpretação de uma dança, a notação fornece os meios para registrar fielmente a intenção coreográfica.
   Mais de 1.750 pontos BMN de obras de dança no repertório ter sido escrito. Mais de 250 deles estão disponíveis para uso na educação, para fins de investigação, no ensino de danças do repertório e como uma ferramenta para a análise do movimento, ritmo, expressão e da estrutura das obras de dança.  
   A Royal Academy of Dance publica o conjunto de exercícios e danças nos currículos o seu exame nos BMN. Isso permite que os professores de estudar o trabalho conjunto utilizando uma linguagem comum em detalhes do que é possível a partir da palavra nota só.   

-- Beth Oliosi

Entrevista com os meninos

Já estamos quase no meio do ano e as aulas na EEDMO, encontram-se a todo o vapor. Como ocorre em todo início do ano, as provas de ingresso dão oportunidade a novos alunos entrarem na escola. Após um pouco mais de três meses de aulas, esta entrevista, feita com os alunos, Danilo Barros , Fernando Xavier, que morava em Volta Redonda e Juan Magacho que morava em Angra dos Reis, nos traz as impressões deles em relação à escola, uma vez que os três ingressaram na escola neste ano na turma de rapazes iniciantes do professor Ronaldo Martins.


1- Qual foi o seu primeiro contato com o ballet?
O Danilo sempre teve contato com artes, pois fizera teatro quando pequeno. Entretanto a escola onde ele estudou no Ensino Médio possuía uma companhia de dança contemporânea dirigida por Rosane Campello, a Companhia de Atores e Bailarinos Adolph Bloch, a qual fora convidado a participar e a partir daí resolveu aproximar-se mais da dança fazendo aulas em outras escolas. Já o Fernando dançava hip-hop e entrou no ballet por indicação de um amigo. O caminho menos comum aconteceu com o Juan que era lutador e entrou no ballet a fim de ganhar mais flexibilidade.


2-Como conheceu a EEDMO e o que o levou a fazer a prova?
Danilo e o Juan conheceram a escola através de amigos e de professores que os incentivaram a fazer a prova; enquanto que o Fernando tomou conhecimento da EEDMO através da internet, quando buscava por escolas profissionalizantes.


3-Como foi a prova de ingresso e qual a sensação de ter sido aprovado?
Essa situação de ser avaliado, ainda mais com a presença de uma banca deixa qualquer um nervoso, assim como disseram o Fernando e o Danilo este ainda diz ter certa “pani” de prova então resolveu dançar de uma forma que nunca tivera dançado a fim de ter um diferencial sobre os outros meninos; e assim conseguiu se soltar e o que mais queria, ser aprovado. A banca geralmente é outro fator assustador aos candidatos, assim como diz o Fernando que se espantou com a presença de tantos professores na mesma. O Juan gostou do nível da prova, e mesmo tendo a considerado fácil, não acreditava em sua aprovação o que o surpreendeu.


4-A escola tem correspondido as suas expectativas? Por quê?
O Danilo acredita que suas expectativas estão sendo atingidas. Ele sente diferenças em seu corpo, em sua técnica e o que mais o motiva é saber que está sendo moldado por ótimos
profissionais que além de professores também são amigos. O Fernando e o Juan reconhecem o excelente nível do ensino da escola, entretanto, algumas coisas os insatisfazem. O Fernando disse que seria mais proveitoso caso pudesse fazer mais aulas inclusive com outros professores. Enquanto que o Juan diz ter ficado decepcionado em saber que tem alunos adiantados que nunca fizeram aulas de pas de deux e nem ao menos dançaram pela escola.


5-Quais são os planos de vocês para o futuro profissional?
Todos os três pretendem seguir carreira com bailarino. O Danilo apresenta um visão bem ampla, diz que pretende dançar para o resto da vida e que quando tiver melhor e mais seguro quer fazer provas para companhias clássicas e contemporâneas, pois acredita que um bom profissional de dança, não se fecha em apenas uma vertente, mas sim gosta de expandir sua técnica em vários pontos.
Já o Fernando pretende ingressar na Companhia Jovem e depois ir para outras companhias no Brasil ou no exterior; enquanto que o Juan após formar-se pela escola quer ingressar no Corpo de Baile do Theatro Municipal.


por Douglas Amaral

Boston International Ballet Competition

“Competir não faz dançarinos, mas permite que conheçam a si mesmos, e nos permite descobrir novos talentos.”


Este ano começou com o pé direito para quem é da dança! Além da volta do Festival de dança do CBDD (Conselho Brasileiro da Dança), que esteve afastado por um ano, tivemos, em maio, um novo festival internacional.
O Boston International Ballet Competition (BIBC), um evento organizado pelo Dance Conservatory Performance Project, foi realizado de 12 a 16 de maio de 2011, no teatro John Hancock Hall, em Boston, Massachusetts, Estados Unidos. O festival tem como fundadora e diretora Valentina Kozlova (ex- “principal dancer” do Ballet Bolshoi e New York City Ballet e atual instrutora do método Vaganova) e tem como objetivo proporcionar oportunidades que impulsionem a carreira de novos bailarinos, além que permitir que dirigentes de grandes Companhias do mundo vejam os bailarinos em performances no palco, e não somente em salas de aula ou adições.
O Júri é presidido por Mikko Nissinen (Diretor artístico do Boston Ballet) e contou com a participação de mais cinco júris, entre eles, Maria Luisa Noronha (atual diretora da Escola de Dança Maria Olenewa), além de Hae Shik Kim (Korea do Sul), Andris Liepa (Rússia), Violette Verdy (França) e Septime Webre (USA).
A cada bailarino foram exigidos cinco variações de repertório clássico e dois solos comtemporâneos, sendo um deles igual para todos os competidores. As coreografias de contemporâneo foram coreografadas por Margo Sappington e Edwaard Liang, pra moças e rapazes, respectivamente. A competição foi dividida em três etapas, que aconteceram nos dias 12, 13 e 15 de maio (sendo livre o dia 14), onde os bailarinos eram avaliados após cada etapa.
A Gala da Cerimônia de Premiação aconteceu no dia 16 de maio, onde houveram apresentações de famosos bailarinos como Charles Askegard e Maria Kowroski (New York City Ballet), Whitney Jensen (Boston Ballet), Alexandra Jacob e Samuel Wilson (Dance Theatre of Harlem Ensemble).
Foram inscritos bailarinos de 23 países, com idade entre 13 e 25 anos, divididos em três categorias. O Brasil conta com representantes da Escola Estadual de Dança Maria Olenewa, Alice Celente, Lívia Gil, Mariana Rodrigues e Thamires Chuvas; e representantes do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, Alessandra do Valle, Dennis  Vieira e Renata Soares.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Premiações no CBDD 2011

As expectativas para o CBDD deste ano foram correspondidas, dando à escola de dança os seguintes prêmios:
Na categoria Variação feminina de repertório sênior, temos em primeiro lugar Mariana Rodrigues, em segundo Beatriz Martins e em terceiro Juliana Paiva. Em Variação feminina de repertório juvenil temos Ísis Soares em segundo lugar. Como melhor bailarina do festival, Mariana Rodrigues como vencedora.
Na categoria Variação masculina de repertório juvenil, Ra-Amon Almeida em terceiro lugar.
Quanto aos grupos, temos Mozart em primeiro lugar na categoria Grupo clássico júnior e como Melhor grupo do festival. Polka em primeiro lugar em Grupo clássico livre júnior e Tarantella em segundo lugar na categoria de Grupo popular Júnior.
A Escola de Dança também recebeu o prêmio de Melhor Escola do festival.

 

Formatura 2011

Mais uma formatura... Alunas 2011
 A formatura é um momento muito especial e nos proporciona um sentimento de realização. E, então o melhor é conversar com as formandas para sabermos o que se passa, já que estão se preparando para o "Grand Finale”.
   Neste ano teremos para formatura, o total de 14 alunas e 3 alunos : Alessandra do Valle, Anna Carolina Gouveia, Beatriz Carvalho, Betina Bougleux, Gabrielle Verissimo, Jade Simmons, Julia Gil, Larissa Medeiros, Luana Nobre, Livia Gil, Marcella Rosenblatt, Mariana Rodrigues,Maria Eduarda Gomes ,Pricilla Lima,Thaiane Chuvas, Douglas amaral, Felipe Augusto e Thiago Bravo.
  Os preparativos, da formatura, já estão a todo vapor, as alunas vem praticando e se esforçando com mais afinco as aulas na EEDMO. A sensação do recebimento do diploma e a montagem do espetáculo, do ciclo, que se completa.
  O sonho de continuar na carreira de bailarina permanece. Fica a oportunidade de cada uma receber sua chance.
  A maioria das alunas respondeu que o sonho de se tornar uma bailarina, acompanha desde criança, pela magia do ballet através da mídia e o incentivo das mães.
   Quanto a música e coreografia que sintetizam os momentos e o estilo da turma, o voto foi para Mozart.

 por Ana Beatriz Monclaro

Biblioteca na Construção do Conhecimento Teórico de um Bailarino

 


A Biblioteca da Escola Estadual de Danças Maria Olenewa, fundada em 1993 na direção de Maria Luisa Noronha, recebeu o nome de Madeleine Rosay, ex-diretora e ex-primeira bailarina do TMRJ, como homenagem por ter sido a fundadora da primeira biblioteca, e doadora dos seus primeiros livros. A biblioteca cresceu com a ajuda de pessoas persistentes que acreditavam que daria certo, pessoas que contribuíram a partir de um trabalho voluntário. Hoje, Maria Lúcia Ferreira, é a responsável pela biblioteca, e nos conta como chegou aqui e a importância do seu trabalho.

Como e quando você começou a contribuir com a Biblioteca Madeleine Rosay?
No ano de 1995, enquanto eu e outra mãe, Vanda Siqueira, esperávamos a aula de nossas filhas, fomos convidadas pela diretora Maria Luisa Noronha para organizar e catalogar alguns poucos livros presentes na biblioteca. Nossas filhas se formaram em 1997 e eu continuei a trabalhar na biblioteca. Foram comprados mais livros, e outros foram doados. Na época que comecei, tínhamos aproximadamente 10 livros, hoje contamos com cerca de 1560 obras.

Por que continuou?
Aprendi a gostar muito da Escola Estadual de Dança Maria Olenewa, tenho imensa admiração pela direção de Maria Luisa Noronha e tenho orgulho de estar aqui. Além disso, é muito bom saber que faço parte da história dessa biblioteca, e até mesmo dessa escola. Nesses 16 anos de trabalho, vi muitas meninas se formarem, e hoje, tenho uma relação de carinho com muitas delas.

Quem são as pessoas que a frequentam?
Além dos nossos alunos, recebemos alunos de faculdades, pesquisadores e alunos de outras academias de dança, buscando obras que contenham informações importantes sobre a teoria da dança. A Biblioteca Madeleine Rosay é a única biblioteca com esse grande acervo de obras relacionadas à história da dança.

O que podemos encontrar na biblioteca?
Temos em nossa biblioteca títulos importantes, dicionários de ballet, biografias de personalidades da dança, como Anna Pavlova, Vaslav Nijinsky, Rudolph Nureyev, Ana Botafogo, entre outros. Temos também livros de dança escritos em inglês, francês e russo, além de enciclopédias e literatura em geral.
Para você, qual a importância da biblioteca para os bailarinos da EEDMO?
A biblioteca é fundamental. Além de servir para as pesquisas das matérias teóricas, é importante para que os alunos entendam a história da dança, as personalidades, onde tudo começou, e as histórias dos ballets que por eles são dançados. 


Por Janaina Ciodario

Giselle


Criado em 1841, Giselle foi a segunda obra a ser criada dentro do estilo romântico. Trata-se de uma tragédia em volta numa atmosfera misteriosa e sobrenatural que esta ligada diretamente a origem do movimento romântico.
É uma obra que vem encantando o público por mais de 1 século e meio, e constitui-se de um ponto de vista de referência histórica na dança. E em virtude de seu sucesso, a importância e em comemoração ao seu 170º ano de criação, foi escolhida para abrir a temporada do Teatro Municipal do Rio de Janeiro 2011.
Com coreografia de Sir Peter Wright ( segundo Perrot e Coralli ) e música de Adolphe Adam terá sua temporada dos dias 15 a 24 de abril. E para dar vida a seus personagens contará com a participação de: Claudia Mota, Márcia Jaqueline, Filipe Moreira e Robert Tewsley ( convidado e ex- primeiro bailarino do: Ballet Nacional de Canadá, Stuttgart, New York City Ballet e diretor do Royal Ballet ). E como um ballet não é composto só por personagens principais terá também junto com o corpo de baile do TMRJ alunas da Escola Estadual de Dança Maria Olenewa que não escondem sua alegria de poder estar fazendo parte da remontagem feita por Maria Luiza Noronha de um dos ballets mais importante do cenário romântico.
Se for pensar em futuro, essa oportunidade oferecida às alunas da EEDMO pode ser considerada o inicio de uma carreira muito promissora dentro da companhia.
Podemos ter como exemplo a atual primeira bailarina do TMRJ Marcia Jaqueline e a bailarina principal e a única Gaynor Minden Artist da América Latina Claudia Mota, ambas ex-alunas da EDDMO.
Segundo Hélio Bejane ( Diretor Artístico do TMRJ ), o Ballet Giselle mostra a companhia dentro de uma de suas características principais; as emoções através da técnica mostrando não apenas o virtuosismo e a beleza das formas, mais principalmente a fluidez da dança e a poesia do corpo.

por Marianna Alexandre

CBDD

O concurso que tem sido agenda obrigatória para os amantes de todos os gêneros de dança desde sua fundação em 1980 e que normalmente acontecia no Teatro Odylo Costa Filho da UERJ, não pôde ser realizado ano passado, mas este ano o Festival Nacional e Internacional de Dança do CBDD (Conselho Brasileiro da Dança) está de volta, em sua 27ª edição, ele acontecerá no Teatro Mário Lago, situado nas dependências do Colégio Pedro II em São Cristóvão, do dia 21 a 24 de abril de 2011.
A EEDMO levará para o concurso algumas de suas coreografias tradicionais como a Polka, a Tarantela, Mirlitons e Mozart. Posso adiantar que levará também algumas variações, como: Raymonda (Mariana Rodrigues), Paysant (Ísis Soares), Entrée de Kitri
(Bruna Santos), Esmeralda (Lívia Gil), Pas de Trois de Sombras (Alice Celente), Pas de Trois de Lago dos Cisnes (Beatriz Martins), Boneca de Quebra-Nozes (Victória Nobre) e Aurora 3° ato (Anna Carolina Gouveia).
Conversando com a aluna Mariana Rodrigues do 3ª ano técnico, perguntei sobre suas expectativas para o CBDD e ela me disse: “Esse ano o CBDD vai ser em outro teatro, que não estamos acostumadas a dançar, mas, como não teve festival ano passado, minhas expectativas são as melhores possíveis, por que mesmo com tantos contratempos, trabalhamos muito nos ensaios para manter o bom nível da escola. Também estou muito feliz de poder dançar minha variação antes de ir para Boston.”
Creio que essa seja a expectativa de muitos, e principalmente dos que como ela estão se preparando para o Boston International Ballet Competition. Desejo desde já uma ótima apresentação a todos os alunos da EEDMO, que todos possam mostrar o seu melhor e levar para o palco do CBDD toda a dedicação e esforço, tanto deles quanto dos seus professores.

Por Bianca Victal


Fim de Ano da Escola de Dança Maria Olenewa


Estão todos convidados para a exposição de 200 anos de Chopin que ocorre do dia 29/11 a 20/12 na própria EEDMO e dia 11/12 no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, data que inclusive acontecerá o espetáculo de Fim de Ano Letivo da escola, com destaque para a apresentação de Les Sylphides, ballet que remete à era dos ballets românticos, com música de Chopin.

Pela Primeira Vez...

Boston International Ballet Competition
Eua,Boston, MA, Maio 12-16, 2011


 

Aberto para estudantes e jovens profissionais de 13 a 25 anos de idade
Mais:

Uma oportunidade única para bailarinos serem vistos pelos profissionais mais conceituados do mundo da dança e do ballet clássico.
  • Premios em dinheiro acima de vinte mil dólares
  • Prêmios Especiais
  • Bolsas para escolas de ballet ou contraltos para companhias de ballet clássico
 
Inscrições encerram em 1 fevereiro de 2011

Para a ver lista completa de BIBC Judges and Advisors e para maiores informações visite o site http://www.bostonibc.org ( site em inglês)
  
BIBC é uma criação de Valentina Kozlova, bailarina principal do Bolshoi Ballet e New York City Ballet.




Contusões

    Uma realidade tão comum na vida dos bailarinos... Mas por ninguém desejada!As contusões são freqüentes na vida de qualquer atleta e é necessário grande atenção para as mesmas, muita paciência e mais do que tudo: superação. O tratamento eficiente e fundamental, pois sabemos que o tempo é precioso, assim como , uma nova conscientização corporal. Todavia como evitá-las? Como tratá-las e superá-las? Escrevo este artigo querendo esclarecer esta realidade, através de conversas com bailarinos e fisioterapeutas.
   Na maioria dos casos, o bailarino não reconhece sua lesão e ultrapassa o seu limite. Diferentemente das dores comuns (por conta de cansaço e excesso) as contusões limitam os movimentos naturais, gerando compensações e estalos estranhos, e doem constantemente mesmo em ações simples como andar e deitar.  No caso de Alice, aluna do primeiro técnico da nossa escola, cuja lesão foi uma tendinite no pé direito (hoje recuperada), diz se arrepender por ter forçado tanto antes de se tratar: “O limite foi quando eu acordei e não conseguia mais andar” diz ela. Ficou então, um mês parada, fez fisioterapia e tomou os medicamentos necessários. Uma das causas de sua tendinite foi o fato de ter uma perna muito mais forte que a outra: “Temos a mania de marcar sempre com a mesma perna, ou repetir o passo para um lado só. Aprendi muito com o fortalecimento que eu fiz”. Lívia, aluna do segundo técnico, teve um caso diferente. A lesão parcial do ligamento do joelho esquerdo foi algo de repente, difícil de ter sido evitado. Afirma que estava trabalhando bastante, mas somos bailarinas e o trabalho intenso é fundamental. Lívia teve um longo processo: ficou duas semanas sem nadar, e logo depois iniciou a fisioterapia. Após dois meses, começou a fazer Pilates e trabalhos de fortalecimento, no terceiro mês começou a fazer a barra (nas aulas de ballet) e no quinto mês, já fazia a aula toda. Hoje, Lívia esta plenamente recuperada e afirma conhecer muito mais o seu corpo e ter amadurecido muito: “Abriu o meu campo de trabalho. Conheci coisas alem das aulas de ballet que ajudam no meu progresso.”
   Conversei com a fisioterapeuta Cristiane Dardenne, mestre em Saúde Publica na área de Planejamento e Gestão de Sistemas de Saúde; e bailarina, com formação em dança moderna (Universidade de Washington, Seattle; e em Nova York com Técnicas Graham, Cunninghan, Evans, Horton, Nikolais, Laban etc.).  Assim, com sua experiência, a Dra. conhece a realidade de um atleta, sob a ótica profissional de fisioterapeuta e, pela vivência pessoal como bailarina. Perguntando para ela quais seriam os “erros” mais comuns em bailarinos, Dra. Cristiane deu ênfase aos vícios posturais, compensações e desvios comprometedores do conjunto pelve, quadril, coxas, pernas e pés: “O corpo humano obedece a leis mecânicas e biológicas, e como qualquer maquina precisa ser compreendido para que seja bem cuidado. O problema das contusões e que este processo ao se cronificar, sem o cuidado adequado, pode levar ao quadro de tendionopatias, capsulite, bursite e instabilidade articular. Muitas vezes o corpo é sobrecarregado.” A Dra. ainda ressalta:” Em termos de recomendações, um esforço conjunto entre os setores públicos e privados voltado a prevenção que envolva desde a capacitação de educadores físicos, técnicos e professores de ballet, até a elaboração de programas educativos que busquem conscientizar a parte da população, que se propõe a ser atleta, de que o corpo tem limites que deverão ser respeitados e que no desejo de superá-los o processo devera ser lento e cuidadoso”.
   Segundo o livro: “The Healthy Dancer, ABT Guidelines for Dancer Health” , as principais medidas de prevenção de contusões são:
1-  Aquecimento antes do exercício: Ao contrario do que muitos acham, este não se resume a alongamentos do tipo spaccate. É recomendado exercícios de fortalecimento e para “soltar” a musculatura, tipo abdominais, flexões, movimentos circulares nos pés, quadris, pescoço, virilha etc. Os demais alongamentos para flexibilidade são recomendados depois da aula, e entre a barra e o centro.
2-  Alongamentos após a aula, englobando todas as partes do corpo.
3-  O trabalho consciente: conhecer o seu corpo, suas limitações, dificuldades etc.
4-  Cuidar de si próprio: neste item entra o descanso com uma recuperação muscular, o sono, a alimentação etc.
O livro ainda ressalta o risco da automedicação (dependência de relaxantes musculares e antiinflamatórios não é a solução) e sugere, massagens, bolsa de água quente e gelo para a recuperação muscular.
   Finalmente, é importante lembrar que a condição psicológica é parte fundamental da recuperação. Acreditar que o momento da lesão vai ser superado, que você vai voltar ao seu trabalho desde que siga as recomendações dos profissionais de saúde e tenha paciência para superar este período.

Por Júlia Gil

Brasil-Rússia: pontes culturais

 
No último dia 9 de novembro, alguns alunos da EEDMO participaram da realização do seminário “Brasil – Rússia: pontes culturais”, organizado pelo Fórum de Ciência e Cultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro. O evento durou das 9:00 às 19:00 h. e nele foram abordados temas da história cultural, literatura, tradução literária, mídia nos dois países e a história da dança, no contexto das influências culturais recíprocas.
A Escola de Dança contribuiu com apresentações de ballet, ensaiados pelos professores Piotr Russanov e Maria Vakhrusheva, para a mesa “Dança – uma ponte de amizade”. O evento contou com o apoio dos professores Paulo Melgaço e Beth Oliose e da diretora Maria Luísa Noronha.



 



Por Bianca Victal

“Sobre a Washington School of Ballet”

      Existem centenas de companhias de dança nos Estados Unidos, das quais apenas algumas são consideradas grandes companhias, por causa de sua tradição e repercussão no mundo todo. Na capital norte-americana, a principal escola de ballet é a Washington Schoolof Ballet, escola fundada em 1976, por Mary Day e Lisa G. para dar origem a uma companhia de dança em Washington, DC. A escola é hoje considerada uma das mais importantes escolas da dança dos EUA, e possui um programa de treinamento profissional que atrai muitos estudantes de dança. O corpo docente reflete a situação cultural das grandes cidades americanas atualmente: os professores são da Espanha, Cingapura, Rússia, Porto Rico... todos com diferentes técnicas de ensino. Existem 7 níveis na divisão escolar, além da turma de jovens. Mas para quem procura treinamento profissional, o PTP (Professional TrackProgram) é o programa adequado. É necessário passar por uma audição para ser aceito, e existem apenas dois níveis (PTP A e PTP B). Quem atende a esse programa frequenta a escola de segunda à sábado, de 14 às 18 horas (sábados de 12 às 5). Existem também aulas para adultos, as quais são liberadas para os alunos que tem tempo livre de manha. 

     Para os alunos no curso de formação profissional, a grade conta com aulas de técnica (aula de ballet normal, com duração de 1 h e 45 min), aulas de ponta para moças e de técnica masculina para os rapazes, moderno, pilates e ensaios. A escola possui uma sala de treinamento, com equipamentos de ginástica e pilates, e o staff conta com fisioterapeutas, que trabalham com a escola e com a Companhia. A escola, a companhia e a Studio Company (uma companhiamenor, mais jovem) funcionam no mesmo prédio, que possui 5 salas de aula.
A ligação da escola com a companhia é grande durante e temporada de “O Quebra-Nozes”, todos os anos, quando todos os alunos do programa profissional participam. Mas não é sempre que os alunos da escola são utilizados. Entre os membros da companhia e Studio Company apenas 2 passaram pela escola;muitos alunos, porém, que passaram pelo programa de treinamento profissional, estão hoje empregados em grandes companhias.



Se traçarmos um parâmetro entre essa escola e a EEDMO, vemos algumas semelhanças, como na exigência de disciplina e qualidade do ensino. Entretanto a estrutura e a organização de ambas as escolas são bem diferentes. Inclusive a parte administrativa, já que, diferentemente da EEDMO, a escola de Washington é particular e possui patrocinadores. Alguns alunos do programa profissional contam com bolsas de estudos, baseadas em capacidade técnica eartística e situação financeira.
Apesar de todas as diferenças estruturais e administrativas, a dedicação pela dança é encontrada tanto na escola de dança do Theatro Municipal do Rio quanto na escola de dança do Washington Ballet. O que constatamos ser a maior diferença é realmente o fato de se encontrarem nos Estados Unidos tantas nacionalidades e culturas. São bailarinos japoneses, australianos, mexicanos, brasileiros, chineses, americanos se comunicando em uma única linguagem: a dança. Fazer parte dessa miscigenação é a maior experiência que se pode ter estando na WSB, é um aprendizado que nos enriquece não só enquanto bailarinos, mas também como pessoas.Por fim, gostaria de destacar o quanto foi importante o meu aprendizado na EEDMO e como tudo que aprendi na Escola está sendo utilizado  reforçado aqui.
 

Por Fernanda Oliveira


Atualidade

Ao longo de sua tradição na formação de profissionais da dança a Escola Estadual Maria Olenewa se orgulha pelos nomes que se espalham pelo país e pelo mundo carregando em suas histórias a passagem pela eedmo.
Seus alunos formados espelham o trabalho que a escola faz, formando não apenas bailarinos, mas um ser humano por completo capaz de seguir nos mais diversos caminhos.
O blog informativo Tou En L’air traz abaixo uma lista com alguns dos formados nos últimos 10 anos e suas atuais carreiras regidas tanto na dança como em outras diversas áreas.

•Priscila Mota – Teatro Municipal do Rio de Janeiro
•Carolina Matos Rocha – Professora do The Danse House (Austrália)
•Celisa Divana – Royal Ballet
•Fernanda Chuva - Médica
•Laura Ávila – São Paulo Cia de dança
Renata Paredes – Tem uma Escola de Dança onde é professora de ballet clássico
•Tatiana Altoé – Está terminando a faculdade de direito e prestando concursos públicos
•Vivian Dias – Ballet da cidade São Paulo
•Cícero Gomes Ribeiro – Teatro Municipal do Rio de Janeiro
•Fernanda Calomeni – Advogada
•Leonardo Vidal – Ballet Stagium (São Paulo)
•Lenora Hage – Apresentadora do Disney Channel
•Amanda Cavaliere Lima – Professora de ballet, faz faculdade de geografia e trabalha no IBGE
•Bruna Magalhães Guedes – Trabalha no Copacabana Pallace
•Carolina Barroso Malavazi - Nutricionista
•Daniela Melo – Estuda cinema em Nova York
•Denise Resende – Cia de dança moderna em Portugal
•Jefferson Florêncio – Professor do Centro de Artes Madeleine Rosay
•João Batista Corrêa – Ballet da cidade de Niterói
•Jonathan Nogueira de Carvalho – Ballet da cidade de Niterói
•Natália Fernandes – Formada em direito, trabalha no tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro
•Priscila Mendes – Professora de ballet clássico e dança de salão; faz parte da Cia de dança Jaime Arôxa; atualmente está no Kasaquistão em um show brasileiro
•Tathiana Pedreira de Meneses Santos - Médica
•Thuane Luiza Miranda Fontes – Professora de ballet clássico e contemporâneo, produtora artística e coreógrafa
•Amanda Peçanha dos Santos – Professora da EEDMO
•Carolina Rocha Amares – São Paulo Cia de dança
•Daniela Melo Tolomei – Professora de ballet clássico do Stúdio Versátil
•Fernanda Loppi de Faria Neves – Faz aula na Dalal Achacar
•Maria Eduarda Pires de Campos de Mendonça – Trabalhou nas Cias Ballet de La Provincia de Salta(Argentina) e Ópera National de Bordeaux (França), faz jornalismo na PUC-RIO
•Bianca Oliveira Lopes – Cia Petit Danse
•Paloma Lago de Lima – Faz faculdade de enfermagem e trabalha em uma ONG
•Pilar de Oliveira Neves Giraldo – São Paulo Cia de dança
•Amanda Pessoa Soares – São Paulo Cia de dança
•Fernando da Silva Santos – Professor de ballet clássico e continua fazendo aula na EEDMO
•Greidson de Araújo – Grupo Corpo
•Julia Stock – Faz engenharia de petróleo na UFRJ
•Thatiana Guedes Maia - Modelo
•Aloani Bastos – Teatro Municipal do Rio de Janeiro
•Carla Carolina Fernandes – Teatro Municipal do Rio de Janeiro
•Christiane Pegado – Staats Ballet Berlim (Alemanha)
•Ciro Pinheiro – Teatro Municipal do Rio de Janeiro
•Danielle Vital – Ballet Jovem
•Isadora Loyola – American Ballet Theater
•Juliana Valadão – Teatro Municipal do Rio de Janeiro
•Karina Moereira – São Paulo Cia de dança
•Letícia Stock – Royal Ballet
•Mariana Matos – Estuda Educação Física
•Samantha Monteiro – Teatro Municipal do Rio de Janeiro
•Andressa Viana de Souza – Ballet Jovem
•Clarissa de Andrade Corrêa Braga – Faculdade de jornalismo na PUC. Está indo pra Holanda passar um ano dançando contemporâneo
•Liana Vasconcellos – São Paulo Cia de dança
•Ludimila Simões Souza – Faz figurações na Globo
•Manoela da Silva Gonçalves – English Ballet (Londres)
•Tainá Ferreira Luiz – Ópera de Viena
•Jorge Assunção – Ballet Jovem
•Rafaele Queiroz – Cia Badisches Staatstheater Karlsruhe (Alemanha)
•Tatiana Von Sperling – Faz aula na EEDMO; está terminando a faculdade de letras; estagia na Cultura Inglesa
•Vitor Ciattei – Ballet Jovem
•Letícia Weiss – Dançarina do Faustão

Alguns dos formados não foram localizados e por isso seus nomes não constam na lista. Assim que forem contatados as informações serão acrescidas.



Por Maria Eduarda Gomes

Missa D. Consuelo Rios

A Direção, o Corpo docente e discente da Escola Estadual de Dança Maria Olenewa lamentam profundamente o falecimento de sua professora e amiga Consuelo Rios e convidam para a missa a ser celebrada em sua homenagem. Dia 26 de agosto às 10 horas, no saguao da Escola de Dança.

Endereço: Rua Visconde de Maranguape 15 Lapa

Consuelo Rios (1923 - 2010)

 A EEDMO, seu corpo docente e discente, lamenta nesse mês de agosto a perda de uma das suas mais fiéis colaboradoras, professora Consuelo Rios.
Professora da disciplina de ballet clássico, D.Consuelo – como era chamada por seus alunos - era formada em Educação Física lecionando no colégio Pedro II, mas, era na dança que encontrava sua verdadeira vocação.
Como bailarina teve seus estudos aprimorados pelo professor russo Igor Schwezov, fazendo parte como bailarina do Ballet da Juventude (1946-1953).
 Logo cedo demonstrou seus dotes como professora, firmando-se como uma das melhores em nosso país. Chegou à EEDMO ainda na gestão da diretora Sra. Madaleine Rosay em 1960, permanecendo até 2008, quando, já aposentada colaborava com suas aulas na formação de uma nova geração de bailarinos.
Difícil dizer quem não passou por suas mãos, em tanto tempo de trabalho. Famosos e anônimos encontraram em seus ensinamentos, a possibilidade de alcançarem seus objetivos, fossem eles, o ingresso na fila de um corpo de baile, ou no aplauso da ribalta como primeiros bailarinos.
 Também como coreografa e remontadora pode alargar suas possibilidades artísticas, produzindo e criando para a EEDMO diversos ballets. Suas obras passeavam pelas musicas de diversos compositores, mas na técnica clássica do coreografo George Balanchine encontrou sua grande inspiração, quase um sacerdócio ao divulgar o estilo do importante coreógrafo russo fundador do New York City Ballet. Estudiosa viajou várias vezes aos EE.UU. para aprimorar seus conhecimentos e agrega-los a suas aulas que se tornavam cada vez mais competitivas na exigência de uma técnica limpa e precisa.
 Assim, D. Consuelo soube erguer sua imagem. Elegante em seu porte, língua ferina quando necessário, mas, honesta em seus princípios, na formação daqueles que amavam a dança e procuravam seus objetivos com tenacidade, como ela. Em um Brasil onde a formação artística na dança veio principalmente das figuras estrangeiras que adotaram nosso país, D. Consuelo emerge como uma das primeiras professoras brasileiras a se destacar, nessa constelação.
O ballet brasileiro agradece sua existência.
À D. Consuelo nosso carinho, respeito e saudade.

Juan Carlo Berardi (1934/2010)

 O show-business perdeu um dos seus mais talentosos representantes, Juan Carlo Berardi, coreógrafo e figurinista, nos deixou em 29 de maio. Argentino de nascimento, Juan Carlo chegou ao Brasil em 1956, aqui desenvolveu seu trabalho em shows e na televisão.
Sua identificação com o veículo levou-o a Rede Globo onde foi responsável por todas as coreografias da linha de show, dirigindo o Corpo de Baile que formou para a emissora, durante dezessete anos. Foi também contratado da Rede Bandeirante e Rede Manchete. Como bailarino  participou da famosa temporada de Margot Fonteyn e Rudolf Nureiev, em 1965, que teve direção de Dalal Achar. Para Rede Globo seu último trabalho foi realizado na novela Belíssima.
Para todos que tiveram suas carreiras por ele guiadas, fica a lembrança e a guarda da presença de alguém que já não está mais aqui.
Por Beth Oliosi