sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

A tradição que se perpetua através da memória✨


A tradição que se perpetua através da memória


Inaugurada em 2002, durante a gestão de Maria Luisa Noronha, a galeria de quadros “Nomes do ballet brasileiro” foi e é desde seu embrião um projeto idealizado por Beth Oliosi e Paulo Melgaço que visa o resgate e valorização da memória e história da Escola de Dança, através da simbólica homenagem a todas as personagens que não devem ser esquecidas, mas, pelo contrário, reverenciadas. Existente nas salas e corredores de nossa Escola de Dança, a galeria de quadros terá a adição de duas novas personalidades.

Os quadros que passam a compor a galeria são: Hélio Bejani - atual diretor da Escola Estadual de Dança Maria Olenewa- e Isabel Seabra, ex-aluna da EEDMO e Primeira Bailarina do Teatro alla Scala de Milão.

Texto - Clara Judithe e Tabata Salles (Formadas 2018)

sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Composição e Improvisação Coreográfica


Nesta quinta-feira (25), o 3º técnico trouxe para sala de aula seu trabalho de Composição e Improvisação Coreográfica, instruídos pelo professor Paulo Melgaço. 
A turma foi dividida em dois grupos que tiveram como responsabilidade se inspirar em uma mulher histórica que merecesse essa singela homenagem.
Bailarinos: Diovana Piredda, Felipe Viana, Isabela Luz, Katarina Santos, Julia Xavier, Natalia Freire e Tabata Salles em "Anne Frank: palavras não ditas"

 Além disso, utilizar elementos previamente trabalhados em sala de aula, como o uso dos três planos (alto, médio e baixo), o espelho, o canon e o mais relevante: a narração da história de forma não linear. 
Felizmente, contamos com a presença do diretor Helio Bejani, as professoras Marcia Fagionni e Amanda Peçanha de ballet clássico, a professora Monica Barbosa de contemporâneo, a pianista Marisa Tortori. Outrossim, tivemos a presença de Denise Teles, professora especialista na técnica de Laban na Unirio, que havia tido contato com a turma no 1º trimestre do ano apresentando a técnica de Rudolf Laban e Pina Bausch para os alunos. Foi um momento de grandes emoções e sinceros movimentos dos nossos formandos 2018.

Bailarinas: Clara Judithe, Fernanda Lima, Marcella Borges, Olivia Zucarino e Paula Caldas em "Retrospecto Pina"

Texto - Tabata Salles (Formanda 2018)

quarta-feira, 10 de outubro de 2018

O pano de boca do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e o busto de Eliseu Visconti voltam á cena




Amanhã dia 11 de outubro, será um dia memorável para os amantes do Theatro Municipal. Todos poderão rever o pano de boca pintado por Eliseu Visconti e o seu busto.
Diferentemente dos demais, o busto de Visconti foi instalado sozinho na entrada do Balcão Nobre, de frente para o foyer do teatro. Lá também estão outras obras suas, como as pinturas dos painéis central e laterais e do teto (intitulado “A música”), considerado uma obra-prima da arte decorativa no Brasil.
Dentro da sala de espetáculos (que também tem teto assinado por Visconti), outro tesouro do artista ítalo-brasileiro poderá ser visto pelo público: o pano de boca de 12 x 16 metros, pintado entre 1906 e 1907 em Paris, a partir do tema “A influência das artes na civilização”. Será a primeira ocasião em cerca de dois anos em que o pano descerá diante da plateia — por conta da idade da obra e das engrenagens originais do mecanismo, a direção da casa opta por mostrá-lo apenas de tempos em tempos.
Eliseu Visconti nasceu em Vila de Santa Caterina, Itália, no dia de 30 de julho de 1866. Foi um pintor, desenhista e designer ítalo-brasileiro, considerado um dos mais importantes artistas brasileiros e o mais expressivo representante da pintura impressionista no Brasil.
Por influência de Francisca de Souza Monteiro de Barros, a Baronesa de Guarema, ele veio para o Brasil com sua irmã Marianella, chegando entre 1873 e 1875.
Visconti desejou estudar música, e em 1884, trocou a música pela pintura no Liceu de Artes e Ofícios e na Academia Imperial de Belas Artes, onde recebeu diversos prêmios e medalhas.
Em 1905, recebe em Paris o convite do prefeito Pereira Passos, para executar as decorações do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
 Entre 1905 e 1908, Eliseu Visconti executa o pano de boca, o plafond (teto sobre a plateia) e o friso sobre o palco (proscênio). E entre 1913 e 1916, pinta os painéis do foyer do Theatro, considerados uma obra prima da pintura decorativista no Brasil. Durante esses períodos de permanência na França, no início do século XX.
O tema para o pano de boca “A influência das artes na civilização”, o pintor utilizaria figuras femininas para representar a arte, a ciência, a poesia, a verdade, a música e a dança, em composição de notável equilíbrio, complementadas por retratos de grandes vultos da cultura nacional e internacional. A estética da obra esta demonstrada na elaboração do pano de boca, cujo acervo compõe-se de esboços a óleo, croquis a carvão, apontamentos quadriculares em grandes dimensões e rápidas anotações de cor.                     
 De 1908 a 1913, Visconti é professor da cadeira de Pintura na Escola Nacional de Belas Artes, cargo a que renuncia para retornar à Europa e realizar a decoração do foyer do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, sua obra prima, concluída em 1916.
Após 1920, Eliseu Visconti não mais deixaria o Brasil. A fluência nas diversas técnicas e a maestria com que administra o uso das cores associado aos efeitos de luz tornam-se uma característica de suas telas.
O alargamento do palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, em meados da década de 1930, iria proporcionar a Visconti um retorno às emoções da mocidade. O artista executa um novo friso sobre a boca de cena, em perfeita harmonia com as demais decorações.
Em 1951, Louise Visconti viúva de Eliseu Visconti, doou o busto em bronze do artista, para o Theatro Municipal do Rio de Janeiro, como condição, a viúva pediu que o busto permanecesse para sempre no foyer do Theatro, junto ás obras que o artista considerava as mais importantes que realizara.


Texto - Felipe Bertuci (1° Médio)

quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Falecimento de Arthur Mitchell

É com pesar que a equipe Tour En L'air comunica o falecimento de Arthur Mitchell, ex-bailarino principal do New York City Ballet nos anos 50 e 60, renomado coreógrafo e diretor fundador do inovador Dance Theatre of Harlem, que morreu nesta quarta-feira em Manhattan, aos 84 anos.
Sua morte, em um hospital, foi causada por complicações de insuficiência cardíaca.

Mitchell, o primeiro dançarino negro de balé a alcançar o estrelato internacional, foi um dos dançarinos mais populares do New York City Ballet, onde dançou de 1956 a 1968 período onde trabalhou e estabeleceu forte conexão com o grande mestre e coreógrafo russo George Balanchine.

Dentro da história da dança e do território americano Mitchell se colocou como pioneiro, transgressor das chagas raciais em um momento histórico onde para um homem afro-americano era muito difícil  romper as fronteiras dos estigmas e preconceitos.

 


Nascido e criado no Harlem, dedicou-se à juventude de seu bairro quando em 1969, motivado pelo assassinato de Martin Luther King, Mitchell fundou o Harlem's Dance Theatre. Pra além de um notável e insigne bailarino e coreógrafo será sempre lembrado também como agente de transformação social por conta desta grande realização. Cabe ressaltar sua atuação em terras brasileiras, quando em 1968 assumiu o cargo de diretor artístico da Companhia Brasileira de Ballet, onde atuou também coreografando algumas obras.

Se vai mais uma grande presença no hall dos inesquecíveis nomes da dança. Este grande símbolo de emancipação se foi, mas nos deixa seu forte senso de identidade, seu legado de paixão, poder e engajamento social que viverá sempre através de cada pessoa que ele tocou em sua vida, inspirando tantos jovens bailarinos negros a perpetuarem a diversidade desta arte que tanto se empobrece quando se limita ao grilhões do cárcere do preconceito.


Arthur Mitchell (1934 - 2018)

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Nossa Direção ✩


Hélio Bejani
( Hélio Bejani - Diretor da EEDMO )

Graduado em Licenciatura em Dança pela UniverCidade-RJ e Engenharia de Produção pela Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP-SP).
Iniciou a carreira artística como músico profissional (trompete), em Piracicaba (SP), cidade onde nasceu. Ingressou para o ballet no Lyons Club de Piracicaba, seguindo posteriormente para a cidade de Campinas (SP), onde trabalhou no Corpo de Baile Lina Penteado, sob a Direção Artística de Addy Addor e Cleusa Fernandes. É diplomado pela Royal Academy of London, nível Advanced.
Através de concurso oficial, entrou para o Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, onde atuou como Solista e Bailarino Principal nas suas principais montagens.
Ganhou o Prêmio Tadeu Morozowicz como Melhor Bailarino Clássico no VIII Concurso de Ballet e Coreografia, realizado pelo CCBD. Foi partner da bailarina Ana Botafogo e atualmente também coreografa para a mesma.
Dançou e coreografou para os mais renomados grupos e escolas do Rio de Janeiro, sendo premiado nos principais concursos e mostras de dança do Brasil. Foi Professor convidado da Cia de Ballet da Cidade de Niterói, Cia. Deborah Colker,Professor de nível técnico no Centro de Danças Johnny Franklin e Diretor Artístico/Coreógrafo do Grupo Rio Ballet.
Trabalhou como Assistente de Direção e Ensaiador do Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro na direção de Dalal Achcar. Foi Coordenador do BTM e do Corpo Artístico da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
Foi Diretor do BTM de 2009 a 2013. Desde 2007 é Coreógrafo da Comissão de Frente da Acadêmicos do Salgueiro.  Assumiu a direção da Escola Estadual de Dança Maria Olenewa em 2016.



Tivemos a oportunidade de conversar com o Diretor sobre sua gestão:

- Como você se sente trabalhando com os jovens da EEDMO e o que espera proporcionar a eles como diretor?
“Trabalhar com jovens e poder de alguma forma contribuir para a realização de seus sonhos me faz muito bem. Como Diretor minha expectativa é abrir os caminhos políticos e administrativos para que tudo que estamos implementando na nova EEDMO tenha continuidade.”
- O que te motiva a assumir as responsabilidades e passar pelas dificuldades de ser diretor?
“Acima de tudo é o retorno que recebo dos alunos seja progredindo como artistas e cidadãos ou receber um simples sorriso de uma criança por estar se sentindo feliz com o rumo que a escola vem tomando.”
- O que você espera que o BEMO, cujo projeto se concretizou na sua direção, agregue à EEDMO?
“Principalmente a possibilidade de proporcionar aos alunos dos técnicos e aos recém formados uma experiência real do que é a vida dentro de uma Cia. Profissional. Isto inclui a ansiedade em ser selecionado e a dedicação e comprometimento com o dia a dia do trabalho duro. Também acredito estar colocando mais um objetivo para os alunos de nossa Escola além de apenas se formarem.”


João Carvalho

( João Carvalho - Coordenador administrativo da EEDMO )


O atual coordenador administrativo da Escola Estadual de Dança Maria Olenewa, João Carvalho é um exemplo de que a vida pode ser cheia de surpresas. Aos 14 anos, em 1970, iniciou seus estudos de teatro no curso de teatro do SESC de São Paulo. Em 1972, ingressou na Escola de Bailados do Teatro Municipal de São Paulo.

Em 1973 deu inicio a carreira artística no teatro, atuando e dirigindo espetáculos. Dentre eles podemos destacar o espetáculo “ A vida e época de Dave Clark (The live and time of Joseph Stalin)” dirigido por Bob Wilson (considerado um dos mais importantes diretores de teatro de todos os tempos. No inicio de sua carreira, nosso entrevistado aspirava ser ator e diretor de espetáculos, porém, conforme ia se aprofundando nas artes, surgiam novas oportunidades na área da dança.

 No ano de 1974, passou a estudar pelo método da Royal Academy of Dancing (RAD) com a professora Carla Peroti e começa a integrar o grupo de ballet Contraste. E no ano de 1975 passou a integrar a Associação Paulista de ballet tendo como diretores: Carla Peroti e Yellé Bittencourt.

Em 1978, foi convidado para participar do espetáculo de reinauguração do teatro Municipal de Goiana com a  Associação de Ballet do Rio de Janeiro que contou com a participação dos astros do Royal Ballet de Londres: Margot Fontey e David Wall, além de importantes nomes do Ballet brasileiro como Ana Botafogo, Helena Lobato, Renato Magalhaes entre outros. No ano seguinte, foi contratado pela  Associação de Ballet do Rio de Janeiro dirigida por Dalal Achcar, Marcia Kubitschek, Maria Luisa Noronha e Desmond Doyle como Maitre de Ballet. Com esta Companhia participou de grandes espetáculos como: Romeu e Julieta, Cinderella, O Quebra Nozes e Sonho de uma noite de carnaval, todos coreografados por Dalal Achcar.

Em 1981 foi aprovado por concurso e passou a integrar o Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro (considerada a mais importante Cia de Dança Classica do Brasil). Nesta companhia, até 2005, ocupou os cargos de corpo de baile, corifeu e solista, tendo participado de todas produções e temporadas apresentadas por esta companhia.
Em 2005, foi nomeado coordenador do Corpo Artístico do Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, trabalhando com os seguintes diretores artísticos: Fauzi Mansur, Sergio Marshal, Marcelo Misailidis e Helio Bejani.
Em 2016, passou a exercer a função de coordenador administrativo da EEDMO.

Tivemos a oportunidade de conversar com o Coordenador sobre o seu trabalho na EEDMO:

- Como é o seu trabalho na EEDMO?
O coordenador não tem uma rotina de trabalho pré-definida. As atividades dependem das demandas do dia a dia, e tomar as devidas providências para que a EEDMO, funcione da melhor maneira possível.
- Qual a diferença em, trabalhar na coordenação do Ballet do Theatro Municipal e da Escola Estadual de Dança Maria Olenewa?
A diferença está no fato das duas instituições terem finalidades diferentes. No caso do BTM, além das questões administrativas temos como principal objetivo a produção de espetáculos e o planejamento das temporadas.
Na EEDMO o objetivo principal é a formação de bailarinos profissionais.

- Como se sente trabalhando na EEDMO?

O trabalho na EEDMO é estimulante porque sempre me dará a oportunidade de contribuir na realização do sonho de formar novos artistas.

Maria Fernanda e Marina de Oliveira - 2° Técnico

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

O céu recebe mais uma estrela ✰ Ady Addor

Ady Addor


A Escola Estadual de Dança Maria Olenewa, em nome de todo seu corpo docente e discente se despede de sua ex-aluna, grande bailarina, professora e uma das principais figuras da dança brasileira Ady Addor. 


Foto retirada da exposição Nomes da Dança Brasileira - Acervo da EEDMO 


Descanse em paz Ady Addor. 

terça-feira, 17 de julho de 2018

A EEDMO e a classe da dança se despedem de Henrique Meziat






Henrique Meziat- Foto: Raphoto




É com grande tristeza que anunciamos o falecimento do nosso querido Henrique Meziat, mais conhecido como "Seu Henrique", diretor da empresa CAMERA 2 ON LINE. Ele foi o responsável, durante muitos anos, pela filmagem dos espetáculos e eventos que aconteciam na EEDMO e também pela edição de diversos documentários produzidos pela escola.



Grande parte do acervo de vídeos da história da escola é de sua autoria. Ele deixa então um legado enorme sobre a nossa memória através de imagens de diversas gerações de bailarinos, que foram capturadas pelas suas lentes e assim eternizadas.



Sempre de bom humor, atencioso e generoso, Seu Henrique foi um exemplo de grande profissional e ser humano. Além de ter trabalhado com a EEDMO, ele filmava também diversas outras escolas e importantes festivais de dança Brasil afora, o que amplia ainda mais o seu legado e a sua contribuição para a história da dança brasileira das últimas décadas.



Abro agora um espaço para falar sobre a minha experiência pessoal com o seu Henrique. Foi ele quem filmou todos os meus espetáculos enquanto aluna da EEDMO, todas as minhas apresentações em concursos de dança (desde o meu primeiro CBDD em 2007, quando dancei pela escola a variação de Esmeralda) e ultimamente estava sempre registrando as minhas participações como bailarina convidada em diversos festivais de dança pelo país. Posso dizer que seu Henrique esteve presente e acompanhou a minha carreira desde o início, e se eu tenho tudo isso registrado e guardado para a posteridade é graças a ele.







Deixamos aqui então o nosso carinho a sua filha Juliana Meziat, ex-aluna da EEDMO e que foi bailarina do Corpo de Baile do Theatro Municipal e do Grupo Corpo por muitos anos,  e também a sua esposa Suely Meziat, sempre atenciosa e paciente para nos atender quando depois de termos dançado nos concursos, saíamos do palco e já corríamos direto para o Stand do CAMERA 2 ON LINE, ansiosos para assistirmos a nossa apresentação.



Henrique e sua filha Juliana Meziat- Foto: acervo pessoal


 
Henrique e sua esposa Suely Meziat- Foto: Raphoto




E ao Seu Henrique, a nossa eterna reverência e admiração. O senhor será sempre lembrado por todos nós com muito carinho e respeito. A dança brasileira já está sentindo a sua falta!



          Obrigada por tudo!



Texto: Liana Vasconcelos ( ex-aluna formada pela EEDMO em 2008, bailarina contratada do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e professora de Ballet Clássico do 1º Médio da EEDMO)