sábado, 8 de junho de 2013

Por onde anda... Márcia Jaqueline!

Durante a recente temporada do ballet O Lago dos Cisnes, trocamos algumas palavras com a Primeira Bailarina do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Confira!


Márcia Jaqueline é natural do Rio de Janeiro e é formada pela Escola Estadual de Dança Maria Olenewa. Aos 14 anos de idade, entrou para o Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, aonde vem se destacando em papéis importantes nos ballets de repertório da companhia, como Coppélia, O Lago dos Cisnes, A Bela Adormecida, La Fille Mal Gardeé, Onegin, Paquita, Giselle, Don Quixote, O Quebra-Nozes, L’Arlésienne, Carmen de Roland Petit e Romeu & Julieta de John Cranko, obtendo grande sucesso de público e crítica. Também vem representando o BTM em diversas Galas nacionais e internacionais. Márcia é Primeira Bailarina do Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro desde 2007, apresentando-se em todas as temporadas da companhia.

Interpretando Odette em O Lago dos Cisnes.
Qual a importância da Escola de Dança na sua formação?
A escola foi fundamental na minha formação, foi onde aprendi o ballet clássico, e que me proporcionou a oportunidade de desde criança estar perto dos artistas do Theatro Municipal, aumentando cada vez mais meu desejo de um dia fazer parte daquele lindo corpo de baile. A Escola me ensinou não só dançar, mais também a disciplina e o respeito aos que estão a minha frente e isso levo até hoje na minha carreira.

O que você ambiciona na sua carreira?
O que eu ambiciono hoje, não só para minha carreira mas também para a nossa arte, é a valorização desta profissão tão linda porém tão difícil no nosso país. O que eu quero pra mim e para a dança no Brasil é o reconhecimento do nosso trabalho e da vontade que temos de Dançar!

Existem ballets que ainda não dançou e gostaria de dançar?
Tem um ballet que eu já dancei como corpo de baile mas, hoje como Primeira Bailarina, gostaria de interpretar Nikia de La Bayadere.

Márcia Jaqueline e Felipe Moreira.
Aproveitando essa temporada de O Lago dos Cisnes, como é o dia de estreia?
O dia da estreia é sempre o mais esperado, é onde vamos mostrar o trabalho de meses de preparo. A ansiedade e a expectativa são sentimentos que fazem parte da estreia, mas que ao entrar em cena se transformam logo em realização e prazer de estar mais uma vez naquele palco com todos os bailarinos da companhia, que em cena com seus olhares me dão força, além de estar em contato com o público que esperamos durante toda nossa preparação. É mágico não só a estreia, mais cada espetáculo, pois cada um é como se fosse o primeiro.

Odette ou Odile? Com qual personagem você mais se identifica?
Eu posso te dizer que eu gosto mais de interpretar a Odile. Apesar de amar esse sentimento puro e sincero da Odette, onde em minha opinião o pas de deux do segundo ato é um dos momentos mais lindos do ballet, em cena eu me sinto mais a vontade com o cisne negro. Acho que porque tenho contato com os outros bailarinos que estão em cena, à energia é diferente, gosto de fazer esses papéis mais fortes que são o oposto da minha personalidade, e é aí que me desafio.

Você se inspira em alguém para interpretar a Odette e a Odile? Ou apenas segue o fluxo do momento?
Cecília Kerche em O Lago dos Cisnes.
Inspiração de cisne pra mim sempre vai ser minha diva Cecília Kerche, cisne como ela não há. Mas tento em cena colocar o que estou sentindo no momento também. E pra essa temporada recebemos o presente de tê-la como ensaiadora e companheira em toda a preparação do ballet. Me senti muito mais preparada e madura com tudo o que ela me passou.

Que recado você poderia deixar para as alunas da Escola?
Primeira coisa que eu gostaria de deixar, é que acho muito importante na nossa formação o respeito aos nossos professores e a disciplina, essa é a base de tudo em minha opinião. Outra coisa importantíssima: amem o que fazem! Nossa carreira não é fácil, muitas vezes queremos desistir, mas se tiver amor nessa arte todas as dificuldades diminuem. É uma profissão linda que vale a pena lutar. Boa Sorte eu desejo pra vocês, que concluam essa caminhada com força e fé. Fiquem todos com Deus.

Matéria: Bárbara de Freitas
Revisão: Fábio Mariano

Um comentário:

  1. Sempre maravilhoso ler as declarações dos antigos alunos da EEDMO que hoje brilham em suas carreiras, dentro ou fora do país. Márcia Jaqueline, uma bailarina muito competente, nos encanta com toda essa simpatia e humildade.
    Luan Limoeiro.

    ResponderExcluir