quinta-feira, 4 de junho de 2015

NOSSOS MESTRES

Nossos Mestres


“Uma vez primeiro bailarino, sempre primeiro bailarino”

  Paulo Rodrigues ex- Primeiro bailarino do Theatro Municipal, hoje leciona em nossa EEDMO (Escola Estadual de Dança Maria Olenewa), as disciplinas técnica Masculina e técnica de Pas de Deux, para alunos de 1º á 3º Técnico. Em suas palavras: “Adoro trabalhar na EEDMO, bailarinos com nível técnico muito bom, com certeza a maioria serão grandes artista”. 


Paulo Rodrigues

Tour: - Quando e como iniciou no ballet?
PR.: Conheci a dança, com 18 anos, na faculdade de Educação Física. Tive uma infância muito dura. Sou de família humilde e, através da ajuda dos meus pais, cheguei a formar-me no SENAI como torneiro mecânico e trabalhei um bom tempo nesta profissão. Em Guarulhos, região metropolitana de São Paulo, fui convidado para participar do grupo de dança da faculdade, iniciando assim minha trajetória na dança.


Tour: - Quando começou a fazer a dança sua profissão?
PR.: Através de Edson Claro, professor e coordenador da faculdade e posterior diretor do Grupo de Dança Casa Forte, fui convocado para fazer parte do meio da dança. Comecei fazendo aulas de ballet clássico com Jane Blauth e Ismael Guiser. Em 1980 ganhei um premio de bailarino revelação, pela Associação Paulista de Críticos de Arte. No ano seguinte, 1981, foi convidado para fazer parte do Balé da Cidade de São Paulo e, em 1983 fui contratado como solista do Ballet Nacional Chileno, onde fiz aulas com Julio Bocca. Dessa forma comecei esta profissão maravilhosa que me dedico até hoje.


Tour: - O que o motivou a se tornar bailarino?
PR.: Acho que, o que me levou a ser bailarino foi minha vontade própria de dançar; gostava da adrenalina de proporcionar alegria e grandes emoções às pessoas, e esses sentimentos cresciam a cada momento, e sempre procurava aprimorar mais, meus conhecimentos morais, artísticos e intelectuais. Essa determinação e segurança que fez eu me tornar bailarino.


Tour: - Fale um pouco sua trajetória artística:
PR.: Creio que fui abençoado em minha trajetória. Nunca precisei fazer audição para nenhuma companhia sempre recebi convites para fazer partes delas. Dancei para o Balé da Cidade de São Paulo, o Ballet Nacional do Chile, o Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro (nossa casa) dirigido na época por Dalal Achcar, através do Sr. Armando Mata, Assessor Especial da Associação dos Amigos do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Já viajei muito por vários países, sempre como bailarino convidado, praticamente dancei todos os ballets de repertório clássico, como por exemplo, no Festival Internacional de Ballet de Havana, em Cuba; III Conferência Interamericana de Especialistas em Ballet, em Caracas, Venezuela; Gala Beneficente “As Estrelas Mundiais do Ballet”, em Santiago, Chile; Espetáculo comemorativo aos 500 anos de Descobrimento da América, em Madri, Espanha, a convite de Alicia Alonso; Versão completa de “O Lago dos Cisnes” e “Giselle” junto ao Ballet Nacional de Caracas, Venezuela; entre outros eventos e participações.


Tour: - Como você percebe o Ballet hoje?
PR.: Os grandes ballets de repertório nunca mudam; o que muda são os bailarinos, a forma de dançar e a rapidez com que querem se tornar profissionais. A tecnologia é fundamental progresso em qualquer área, mas, muitas vezes, no ballet, atrapalha a formação de um bom profissional, que tenta aprender pelo vídeo sem orientação. Infelizmente acontece muito nos dias de hoje.


Tour: -O que você acha que é essencial em um bailarino hoje?
PR.: Para ser um bom bailarino tem que ter disciplina, assiduidade e comprometimento com o que faz, na verdade, não somente bailarinos mas seres humanos em geral. Hoje em dia vejo, que as pessoas apresentam uma dificuldade muito grande principalmente na área disciplinar. Porém, sem disciplina não conquistamos nada, temos que ser metódicos, disciplinados, estudar muito sempre, ouvir o que nossos mestres nos falam, possuir concentração e foco, para podermos passar do mental para o físico.  Penso que a disciplina é fundamental.


Tour: - Quais os problemas que você acha que os bailarinos enfrentam hoje em dia?
PR.: Temos uma grande quantidade de bailarinos nos dias atuais, totalmente diferente da minha época em que um bailarino raramente era encontrado. Hoje temos muitos rapazes dançando e acho muito bom, mas a problema é a falta de campo de trabalho. Hoje temos hoje poucas “ Companhias de grande porte”. Assim, os bailarinos que se formam acabam mudando e se especializando em outras profissões. Acho que falta investimentos em prol da dança.

Paulo Rodrigues e nossa primeira bailarina Ana Botafogo
( O Quebra Nozes - Theatro Municipal)

“Trabalhar com grandes pessoas e grandes artistas, me faz e fez enobrecido e realizado”.


Felipe Viana



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