quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Conversando com: Claudia Mota



            Conversando com: Claudia Mota

O “Conversando com...” é sempre uma ótima experiência para nós da EEDMO, pois as palestras com grandes nomes da dança são sempre um grande incentivo para que continuemos nos dedicando para que um dia possamos chegar a um lugar tão sonhado na dança. Na última quinta-feira tivemos a honra de ter a ilustre presença da primeira bailarina do Theatro Municipal, Claudia Mota.
Na apresentação da palestra o professor Hélio Bejani nos mostrou como seria importante este encontro. Ele nos falou um pouco sobre a dedicação e persistência de Cláudia Mota, destacou a  brilhante carreira trilhada por ela, algo que nos motiva enormemente.



Durante a conversa Claudia nos contou que em sua primeira apresentação de ballet aos 4 anos de idade, ela se dispersou do grupo, foi para a frente do palco e começou a improvisar. Seria esta uma previsão do que já a esperava futuramente? Começou ballet aos 4 anos, aos 8 fez a audição para a Escola de Dança e aos 14 ingressou no corpo de baile, onde foi se destacando, ganhando espaço e então começou a receber  os primeiros papéis. Anos depois, em 2008, recebeu o título de primeira bailarina, mas se engana quem pensa que ela já estava acostumada. Nos revelou que em sua estreia com o titulo de primeira bailarina estava mais nervosa do que antes, pois a responsabilidade era outra.



Quando perguntada sobre os ballets mais desafiadores Claudia citou os ballets Onegin e Giselle. Sobre Onegin ela exaltou o quão difícil é a troca de roupa entre o último pas de deux e a cena seguinte. Em relação ao ballet Giselle ela disse: “No segundo ato de Giselle parece que está entrando realmente só sua alma”




Quando recebe algum papel se prepara física e mentalmente, se entrega de corpo e alma e o estuda profundamente, assistindo vídeos de diversas bailarinas, não para copiar e sim para se identificar como ela mesma disse. Tanto empenho é transformado em luz quando Claudia sobe ao palco e nos encanta, justamente pelo fato dela dizer que está sempre buscando a cada apresentação e a cada temporada se renovar e reinventar, mesmo que já tenha feito aquele papel anteriormente ela sempre irá procurar fazer algo novo e é isso que faz com que todos se encantem com sua dança.


 Beth Oliosi, Hélio Bejani, Claudia Mota e Paulo Melgaço



Qualquer profissão só será bem executada se houver paixão no que se está fazendo e Cláudia nos mostra isso quando diz “Sou abençoada por receber meu salário para fazer o que amo”. Todo esse amor à dança fez dela um dos maiores talentos do Brasil. Apesar de ser reconhecida internacionalmente, Claudia diz que a escolha de continuar em seu país de origem além do fato de ser muito apegada a sua família é o fato de acreditar no ballet brasileiro.





                               Claudia Mota e as formandas de 2015 da EEDMO


Grande sorte a nossa ter Claudia Mota engrandecendo o ballet em nosso país e nos proporcionando sua arte da melhor forma possível.
Saimos deste encontro com a  certeza de que este conversando foi uma grande oportunidade de aprendizado. Claudia é  uma bailarina que nos ensina em cima dos palcos e fora deles.  Pudemos compreender um pouco melhor seu trajeto até chegar a um cargo tão almejado e toda sua rotina exaustante, porém tão gratificante.

“Aquele que quer aprender a voar um dia precisa primeiro aprender a ficar de pé, caminhar, correr, escalar e dançar; ninguém consegue voar só aprendendo voo”. (Friedrich Nietzsche)


Jessica Ramos

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