quarta-feira, 4 de maio de 2016

Visitando o lar



Na última quinta feira, 28 de abril, alguns alunos da Escola de Dança foram agraciados com a oportunidade de uma visita guiada, com nosso professor Paulo Melgaço e o historiador Jefferson Medeiros, formado em História pela UERJ. Marcada por olhares ávidos de conhecimento, esta experiência agregou a cada um dos alunos enriquecedora ampliação cultural e histórica.


Na foto, professor Paulo Melgaço, o guia Jefferson Medeiros e alunos da Escola de Dança.

A visita começou diante da representação do monumental pano de boca concebido pelo pintor italiano, naturalizado brasileiro, Eliseu Visconti. O tema para o pano de boca, escolhido pela Prefeitura, têm como título “A Influência das Artes sobre a Civilização”. Através desta obra, Visconti nos conduz a uma real experiência de sensibilidade artística atrelada a projeções políticas, culturais e ideológicas que transcendem a cronologia, mesclando diferentes períodos históricos. Com mais de 200 figuras que compõem a pintura estão: Minerva e a loba, indicando as grandes cidades da civilização ocidental – Roma e Atenas; Dante abrindo a Renascença; homens célebres como Camões, Shakespeare e Mozart; Logo após, Victor Hugo, Verdi e Wagner com o período Romântico; João Caetano, D. Pedro II, Carlos Gomes e toda glória brasileira. Acima da multidão pairam a Verdade e a Ciência, á esquerda do Arco do Triunfo acha-se simbolizado o mundo espiritual e subjetivo, o papado, a religião e a música; por fim, a Dança, que transpõe o tempo, desde a Grécia Antiga até hoje.


"A influência das Artes sobre a Civilização", pano de boca concebido por Eliseu Visconti para o TMRJ.

Logo após uma breve explicação sobre as influências artísticas e arquitetônicas que marcam a fachada do Theatro, fomos conduzidos a parte interna do mesmo, onde embarcamos em uma viagem no tempo, narrada por nosso guia, que começou durante o mandato do prefeito Pereira Passos e sua política de reurbanização e modernização da cidade, visando a projeção da Capital Federal (RJ) e recém-nascida República, internacionalmente. Tomando como referência os padrões europeus, mais especificamente o francês, o Theatro Municipal do Rio de Janeiro foi construído inspirado na Ópera de Paris, tendo a fusão dos projetos de dois engenheiros: Francisco de Oliveira Passos e Albert Guilbert. Arthur Azevedo encabeçou uma campanha para a construção de um teatro que servisse de sede para a companhia municipal. Em 1905 iniciaram-se as obras. Mármores italianos, ônix, bronze, cristais, espelhos, tudo sob medida e importado da Europa. Artesãos estrangeiros foram requisitados para a confecção dos vitrais e mosaicos, e para a decoração do edifício, os mais importantes pintores e escultores da época, como Eliseu Visconti, Rodolfo Amoedo e os irmãos Bernadelli. Quando então, em 15 de julho de 1909, foi inaugurado o Theatro Municipal do Rio de Janeiro, contando com ilustres presenças como o presidente da República e Nilo Peçanha. “Faltava-lhe este palácio, cidade amada(...), uma das mais belas jóias da tua coroa de rainha!”, como já preconizava o poeta Olavo Bilac em seu marcante e inesquecível discurso.


Alunos da EEDMO e o guia Jefferson Medeiros.

 
Alunos da EEDMO no interior do Theatro Municipal.
Próximo ao término da visita admiramos o plafond (teto sobre a platéia), concebido por Eliseu Viscconti, denominado pelo mesmo de “Dança das Horas”,onde estão pintadas graciosas figuras femininas que dançam interligadas, em eterno movimento, representando o passar dos dias e das noite através do contraste entre os tons mais claros (dia) e os tons mais escuros (noite). Ao final da visita nos deparamos com as peculiaridades do Salão Assyrius e sua excentricidade artística inspirada na arquitetura do palácio de Dário I, imperador persa.

Ícone arquitetônico, artístico e cultural, o Theatro Municipal do Rio de Janeiro é sem sombra de dúvida o local de expressão máxima de arte, paixão, expressão e sensibilidade, que transcende definições e conceitos. Entidade que, através da arte, atinge á diferentes públicos, sendo também ferramenta de mudança, transformação social. Nós, alunos da EEDMO, agradecemos pela oportunidade de uma experiência tão enriquecedora e por podemos chamar este local de casa !


Clara Judithe - 1° Técnico

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