Por trás da cena – Márcia Machado da Chapelaria e adereço de figurino do TMRJ
Para entrar em cena as bailarinas e bailarinos devem estar bem caracterizados em seus personagens. O figurino dá a aparência, ajuda a contar a história e a criar um clima. Mais que um vestuário, o figurino é um depoimento, uma lista de mensagens implícitas ou não sobre todo o contexto do espetáculo possuindo funções específicas, contribuindo para o bom entendimento da mensagem cênica. Nos espetáculos do Theatro Municipal a função de cuidar dos detalhes dos figurinos pertence a dupla: Márcia Machado e Manuel Prôa, do setor de chapelaria e adereços de figurino.
Márcia ajuda na construção de todos os chapéus e acessórios de cabeça de todos os figurinos, que chegam até ela por meio de fotos com as características e descrições necessárias dadas pelo figurinista. Chapéus e tiaras com flores, pedrarias ou plumas, nos seus tecidos e tons apropriados, são elaborados com materiais que podem vir prontos ou serem confeccionados dentro do Theatro. Feito sob medida, os materiais entram em prova com o corpo artístico e, quando necessário, são ajustados.
Sobre o tempo de produção, Marcia nos conta que, se dá de acordo com o espetáculo. Em grandes montagens quando se inicia do zero, leva-se aproximadamente três meses mas, nas últimas montagens de ballet que a casa produziu, foram necessários apenas quinze dias para efetuarem os reparos indispensáveis nos adereços já existentes. Quando se aproxima a estreia, são contratados prestadores de serviço para dar conta de toda demanda. Ressalta os cuidados com os acessórios que devem ser bem presos e costurados para que não caiam no palco durante os movimentos. Uma habilidade que, embora alguns profissionais que chegam para o trabalho já a tenham, é aprimorada e desenvolvida de acordo com as necessidades do Theatro Municipal. Neste setor, atende-se reparando e ajustando acessórios das companhias que, alugam o espaço da casa para seus espetáculo, mantendo sempre o cuidado para não modificarem as peças permanentemente.
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Manoel Francisco como Rajá em La Bayadere |
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Ballet do TMRJ em Coppélia |
No ofício há mais de 30 anos, Marcia comenta que gosta de trabalhar no Theatro e que o tempo e o costume fazem com que ela sinta-se em casa, sem falar da estrutura que lhe garante segurança em seu trabalho.
Quando estivermos no dia a dia como bailarinos, nos preparando para uma nova estreia, vamos ver de perto esses profissionais e lembraremos do longo percurso que seguiram os acessórios até chegarem em nosso figurinos.
Obrigado a Márcia por deixar os figurinos mais completos e mais bonitos e, claro, pela entrevista valiosíssima.
Ique Moraes
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